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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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É na riqueza dos detalhes que se constrói uma vida...

Arquivo Pessoal

Desde cedo eu entendi que de médico e louco todos temos um pouco. No meu caso, o lado maluca leva enorme vantagem em relação a minha banda médica, até acredito que de médica não tenho nada. Eu vivo bem com minhas maluquices, temos uma relação de simpatia e cortesia uma com a outra, sem elas eu não seria quem sou e partindo do princípio, tenho o compromisso de viver em paz comigo mesma, para depois me dar bem com o outro, é mais inteligente da minha parte buscar a harmonia com tudo que faz parte e compõe a minha pessoa.

Já imaginou como seria viver 24hs dos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, há 54 anos, ao lado de uma pessoa que você não se dá bem? Minha capacidade imaginativa não concebe uma relação nesses moldes.

No último sábado, eu dei uma geral nos meus livros, além da poeira, havia livros que já estavam na hora de ir morar em outros lugares, iluminar novas mentes e assim eu fiz. Separei um a um e os despachei. Cada livro que minhas mãos tocavam, eu abria e folheava algumas páginas, me proporcionando assim uma pequena viajem no tempo.

Noventa e nove por cento dos meus livros fui eu quem os comprei e ai entra uma maluquice minha. Alguns livros que adquiro, faço uma dedicatória a mim mesma, como eu faria para presentear alguém. Neste sábado reli algumas dedicatórias e cada uma delas era referente ao momento que vivia, o que eu esperava aprender com aquela leitura. Em cada dedicatória eu me desejei coisas boas, afinal, se eu faço isto para outra pessoa porque não para mim mesma?

Nunca entendi as pessoas, usarem as melhores louças para a visita, o melhor lençol, a toalha de banho mais nova e macia, sempre para quem esta de passagem e nunca para si mesmo. Tenho dificuldade de assimilar porque algumas pessoas não arrumam uma bonita mesa para comerem sozinhas, será preguiça ou não se sentem merecedoras de tal atenção? Tudo bem que os valores de cada um são bem diferentes, mas acho muito difícil quem não goste de sentar-se em uma mesa posta com cuidado. É tão rapidinho, não precisa de nada sofisticado, só uma pitada de respeito e zelo por si mesmo.

Há pessoas que passam semanas se preparando para uma ocasião especial, gastam pequenas fortunas e tempo idealizando a roupa A ou B e no dia a dia não dão a menor importância com sua aparência. Os cabelos passam dias sem ver shampoo, as unhas mal cuidadas, usam calcinhas rasgadas, dormem com camiseta de propaganda eleitoral etc.

Tudo bem que em casa é o lugar de ficarmos a vontade, mas estar à vontade não é sinônimo de desleixo. Uma boa vida não é vivida de momentos especiais, embora que eles façam parte. Nossas vidas serão melhores ou piores de acordo com a forma que nos tratamos no cotidiano, na intimidade do nosso ser.

Assim como nos habituamos a nos tratar com mais atenção o inverso é real.

Uma vida menos árida e prazerosa é edificada e sedimentada na delicadeza dos detalhes e por uma única pessoa: “você”.

*Isolda Risso é Personal & Professional Coaching Executive, Xtreme Life Coaching, Neurociência no Processo de Coaching, Programação Neurolinguística (PNL) pedagoga por formação, cronista, retratista do cotidiano, empresária, Idealizadora do Café Com Afeto, mãe, aprendiz da vida, viajante no tempo, um Ser em permanente evolução. Uma de suas fontes prediletas é a Arte. Desde muito cedo Isolda busca nos livros e na Filosofia um meio de entender a si, como forma de poder sentir-se mais à vontade na própria pele. Ela acredita que o Ser humano traz amarras milenares nas células e só por meio do conhecimento, iniciando pelo autoconhecimento.

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