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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Cafeteria investe em grãos especiais torrados e moídos na hora em ambiente aconchegante em Cuiabá

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Cafeteria investe em grãos especiais torrados e moídos na hora em ambiente aconchegante em Cuiabá
Um oásis em meio ao caos da cidade. É neste lugar que o cliente se sente quando entra no Amado Grão, cafeteria inaugurada há pouco mais de um mês em Cuiabá. Com decoração rústica, música ambiente e detalhes vintage, o espaço é um refúgio para os apreciadores do café - e também para os que querem só fazer companhia - e oferece aos clientes produtos especiais, preparados com carinho da terra à mesa.

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A ideia de criar este espaço foi da pedagoga cuiabana Vanessa Vilá de Arruda, 48. Mas não foi um processo rápido. Pelo contrário, cerca de cinco anos se passaram entre o primeiro curso de barista que ela fez no Coffee Lab, em São Paulo, e a abertura definitiva das portas da cafeteria. Para ela, a ideia também era essa: “O café é um momento, mais do que a bebida. Um momento de parar, de colocar as ideias no lugar. É aquele momento reconfortante”.

Vanessa (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Foram dois cursos e uma imersão no Coffee Lab, e um curso no ‘Santo Grão’ todos em São Paulo, antes que ela pensasse em criar um empreendimento. “Quando eu comecei a estudar, eu falei: gente, isso é muito legal... porque o café dá a possibilidade de a gente conhecer pessoas, o café agrega, o café – e aqui eu tenho visto muito isso – [promove] o encontro de gerações!”.

Para complementar sua paixão, Vanessa decorou o Amado Grão com coisas preciosas de sua própria casa, como um piano que sua mãe – hoje com 75 anos – ganhou aos quatro, a máquina de datilografar do seu avô, e rádios antigos de seu marido. Tudo restaurado e funcionando, para que o público possa utilizá-los, caso queiram.

Na foto, o café na maturação perfeita para ser colhido (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“Eu pensava assim: eu quero um lugar em que as pessoas possam sair do corre-corre, entrar aqui e ter aquele momento que eu sempre sinto quando eu pego uma xícara: o mundo pode cair, mas eu estou tomando meu café”, explica Vanessa. “De certa forma, a ideia principal dessa cafeteria foi essa: fazer um lugar aconchegante”.

Cardápio

Todo o cardápio do Amado Grão foi pensado para os amantes de café. O cuidado, no entanto, começa antes, na escolha dos produtos. “A gente só trabalha com cafés especiais”, garante a proprietária. “Ele é especial porque representa toda uma cadeia, desde como ele é plantado, como ele é colhido. O grau de maturação em que ele é colhido é no grão cereja. Ele não se colhe nem verde e nem passado. E é colheita seletiva. Tudo isso vai trazer um resultado final diferente na xícara. E são cafés de controle de origem. Então você sabe a região de onde ele veio, como ele foi processado, beneficiado, até chegar aqui”.

Máquina em que o grão é torrado (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Exemplo de café utilizado na casa (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Na cafeteria estão disponíveis cafés do norte do Paraná, de Minas Gerais, da Chapada Diamantina, na Bahia, e do Espírito Santo, que são torrados e moídos no próprio Amado Grão, tanto para a preparação dos cafés filtrados, quanto para o expresso e para os cafés gelados.  

“A gente tentou pegar só cafés bem selecionados de diferentes regiões. E esses a gente faz em métodos filtrados, o que dá a possibilidade de as pessoas conhecerem diferentes métodos e diferentes cafés”, conta Vanessa.

Métodos de filtragem; Da esquerda para a direita: Prensa francesa; Clever; Hario V60; Aeropress; Chemex

Estão disponíveis os métodos:

Prensa francesa: Método que resulta numa bebida um pouco turva, por causa da moagem do grão. O café é moído mais grosso, e o método não usa filtro de papel, ela tem o próprio filtro dela, de metal, que abaixa com o êmbulo. A presa usa só infusão, e é uma infusão longa, então é o método que vai resultar num café mais concentrado em cafeína. Porque quanto mais tempo de infusão, mais cafeína.

Aeropress: Usa infusão e pressão. A bebida é deixada um tempo em infusão, e, depois, o aparelho é invertido, momento em que entra o ar. Tem como resultado uma bebida limpa e encorpada.

Hario V60: É um design japonês, que, aparentemente, lembra um filtro usado em casa.  No entanto, tem um espiral, e embaixo um buraco largo. É usado o filtro de papel, mas o formato dela permite que o café se expanda mais com a água, e dá um resultado melhor na bebida.

Cemex: É a queridinha dos baristas. Foi criada por um cientista alemão, e por isso tem um design parecido com um vidro de laboratório. Ela tem um filtro que é dobrado, e acaba ficando um filtro triplo. O método utiliza infusão e percolação. É indicado para cafés frutados, porque facilita para o cliente sentir as notas frutadas do café.

O resultado é uma bebida muito límpida, e um pouco mais clara, porque ela acaba passando três vezes no filtro.

Clever: Neste método, a bebida fica em infusão, mas quando o aparelho é encostado em uma jarra ou na caneca, abre-se uma válvula, e a percolação é feita de uma vez só.

Outras bebidas

Além dos cafés filtrados, o ‘Amado Grão’ também tem café expresso, capuccino original (italiano) e capuccino tradicional (com chocolate), bebidas como o mochaccino, e cafés gelados. “Todo mundo fala: Poxa, eu já tomei café gelado, mas não era assim... mas porque que não era assim? Porque aqui o café especial é moído na hora pra fazer uma bebida gelada. É totalmente diferente”, garante Vanessa.

Neste caso, são usados grãos do carro-chefe da casa, o café da serra do Caparaó, de Minas Gerais. "Eu faço a torra média, média escura, e média clara. A gente não faz torra escura, aquela daquele café tradicional bem pretão. Porque na verdade, neste caso, ele está carbonizado pra esconder os defeitos", explica a barista.

Mocha e francisquitos (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Para acompanhar o café, também estão disponíveis salgados assados, francisquito, pão de mel, brownie, e bolos. “Nós não temos intenção de ser confeitaria, nem padaria artesanal. Nós somos cafeteria. Então temos coisas que harmonizam bem com café. No caso são os bolos, são bolos caseiros, de laranja, limão, cenoura com chocolate, chocolate com brigadeiro, fubá com calda de goiabada, maçã com granola e mel, paçoca com doce de leite... e esses bolos também não são todos que têm todos os dias. Mas geralmente quinta, sexta e sábado a gente acaba tendo mais variedades”.

Capuccinos e fatia de bolo de limão. Os desenhos são feitos com a técnica de latte art (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

‘Fechando a conta’ das boas novidades, além do ambiente e do cardápio, Vanessa fez questão de escolher ‘a dedo’ sua equipe. “Eu não saberia conviver com pessoas que eu não conhecesse”, confessa. “São pessoas que nunca trabalharam com café, e todos os cursos que eu fui fazendo eu fui dando treinamento do zero. Desde como se pesa o café, como se extrai de forma correta o expresso, tudo. E eu não sei se pela minha formação como pedagoga, mas eu estou realizada de ver uma equipe tão bacana, tão dedicada, e que está fazendo tudo com muito capricho, muita qualidade”, finaliza.



Serviço

Amado Grão
Rua Sírio Libanesa, 197 – Bairro Popular
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