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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Família abre cervejaria artesanal com receitas próprias e ‘chope pré-pago’ em Cuiabá

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Família abre cervejaria artesanal com receitas próprias e ‘chope pré-pago’ em Cuiabá
A primeira vez que Rafael Rodrigues Alves, 32, fez uma cerveja caseira, deu tudo errado. O malte estava ‘carunchado’ e o gosto ficou péssimo. Nem dava para imaginar que, anos depois, ele e sua família abririam uma cervejaria artesanal em Cuiabá, com sistema de chope pré-pago e plano de expansão.

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A ‘Heresia’ nasceu da vontade de Rafael de levar seu produto para mais pessoas. Nascido em Araras, ele vive em Cuiabá desde pequeno, é formado em direito, pós-graduado em finanças e trabalha com produtos químicos. Mas é a mistura de lúpulo, malte e água que o encanta.

Rafael (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“Comecei a fazer cerveja há cinco anos, de forma caseira. E a gente acaba estudando, começa a ler um livro, a fazer um curso, a pegar gosto pela coisa. Quando você faz em casa, sempre tem aquela ideia de começar a profissionalizar, de passar esse produto pra outras pessoas”, lembra. “Há um ano, mais ou menos, eu comecei a pesquisar equipamento, fazer estudos, contas... A minha família tem esse barracão, que estava desocupado. Eu apresentei o projeto, o custo, a estimativa de receita, as pessoas toparam e eu comecei a correr atrás de equipamento, a pesquisar mais, e está aí”.

O barracão fica próximo à Arena Pantanal, e é ali que funciona, no mesmo local, a fábrica e o bar da Heresia. Inicialmente, a capacidade de produção é de 1800 litros por mês, e a cervejaria tem três produtos diferentes: a ‘Session IPA’, a ‘Sour Frutas Vermelhas’, feita com morango e amora, e a ‘Saison’, estilo belga. “A ideia é sempre ter alguma coisa nova no bar, toda semana ter uma cerveja diferente, um experimento, alguma coisa pra sentir o consumidor em relação a esse produto”, afirma Rafael.

Sour Frutas Vermelhas (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

O bar ainda não abriu as portas oficialmente – o que deve acontece no meio do mês de março – mas está fazendo ‘experimentos’ aos domingos à tarde, sempre a partir das 16h. Nestes dias, alguns food trucks ficam em volta para quem quiser comer, e também tem amendoim à vontade para os clientes.

O sistema de compra das cervejas também é diferenciado. “É um sistema pré-pago. A pessoa adquire um cartão - por R$50 leva o cartão de graça, ele tem um custo de R$5 - e vai, se serve o quanto quiser. Só é cobrado exatamente o quanto ela serviu, então ela pode ir lá, experimentar vários estilos... fica livre pra se servir o tanto que quiser, sem garçom, sem nada”. A média dos preços é de R$3 a cada 100mL.

Assim que as portas se abrirem oficialmente, a cerveja ‘Heresia’ também passará a ser vendida em bares parceiros. Rafael explica que não há diferença entre a bebida que sai de suas torneiras e as que serão engarrafadas.  “Dizem que a diferença é que o chope não é pasteurizado, não passa por um processo que aquece e mata todo micro-organismo que tem lá dentro. Nenhuma cerveja nossa é pasteurizada! Os chopes que a gente coloca, dos nossos parceiros, também não são pasteurizados. Eles ficam sempre armazenados em câmara fria, e isso ajuda a manter a qualidade do produto”. Além das cervejas próprias, o bar da Heresia também serve rótulos parceiros, que mudam a cada semana.

A cervejaria também já pensa em sua expansão. A produção, que é de 1800 litros por mês, deve passar para cinco mil em breve. O máximo na fábrica atual, no entanto, é de sete mil litros, e por isso pode ser que seja necessário ir para outros espaços num futuro próximo.

Mesmo se isso acontecer, Rafael garante que a qualidade não vai mudar, e a cervejaria não chegará a uma escala industrial. “Eu acho que nosso diferencial é nossa forma de olhar pro mercado, principalmente com relação à diferenciação do produto mesmo. A gente não quer competir com o mercado de cervejas mais comuns, a gente quer trazer uma cerveja que realmente dê ao consumidor essa percepção de valor, que o consumidor sinta que ele está pagando por uma coisa que vale. (...) Temos uma despesa alta com matéria prima, mas queremos entregar esse produto com a maior qualidade possível pro consumidor. E queremos fazer cervejas que ninguém está fazendo. Queremos introduzir pro consumidor coisas novas, coisas diferentes”, afirma.

Para o cervejeiro, este é o ‘futuro’ do mercado. “Eu acho que tem mudado o comportamento do consumidor, não só em relação à cerveja, mas em relação à comida... as pessoas têm buscado experiências diferentes, tem buscado sair um pouco do comum. Nossa proposta é essa, é oferecer experiências diferentes. As pessoas estão percebendo que cerveja não é aquela coisa que você tem que tomar estupidamente gelada, a ponto de quase não sentir o gosto, pra ficar bêbado. A cerveja pode ser uma experiência mais agradável e diferente do que as pessoas estão acostumadas a fazer”, finaliza.

Serviço

Cervejaria Heresia
Rua Francisco Muniz, 27 – Cidade Alta
Atualmente: Funcionamento aos domingos, das 16h às 22h
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