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Domingo, 05 de maio de 2024

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O progresso não passa de uma ideia moderna: As ideias falsas da contemporaneidade

Arquivo Pessoal

Você já reparou que em cada minuto que se passa, menos tempo temos para perceber o quão fundo nossa sociedade está adentrando no abismo da transmutação de valores? Digo isso, pois vejo que a cada instante menos pessoas estão realmente engajadas a descobrirem os seus reais valores. Vivemos em uma era contemporânea (1789) da qual os valores de Liberté-égalité – fraternité, principalmente fraternité, não existem!

Em 1895, Nietzche já afirmara que “ ao contrário do que se afirma hoje, a humanidade não representa uma evolução para algo melhor, mais forte ou mais elevado. O 'progresso' não passa de uma idéia moderna, ou seja, de uma idéia falsa”. A humanidade, hoje, segue as concepções que lhe foram impostas desde a colonização. Fazemos parte de um “rebanho” do qual o diferente “sofre” as conseqüências do pensar, pois foge ao ciclo vicioso que muitos chamam de “ser normal”.

O maior problema é julgar as pessoas, pois quando julgamos alguém, estamos condenando a nós mesmos; em outras palavras, mostramos nossa personalidade através do espelho que o outro carrega. Mas, infelizmente, metade desse “rebanho” nunca conseguirá ver além do espelho, pois sua alma está tão vazia que até mesmo o vazio a torna cheia de absolutamente NADA. Isso mesmo, o nada ocupa espaço. O nada é como uma força que é mostrada na nova geração. O nada é resumido ao “ não sei” e a busca pelo saber, ou melhor, pelo preocupar-se com o conhecimento alheio, faz com que deixemos de ter opinião.

A opinião é um valor, mas esse valor não é assumido, pois como somos orientados a seguir tudo que nos é imposto, por que não seguir, então, a opinião alheia? Enganam-se aqueles que pensam que a opinião formada para tudo não fora antes discutida e pensada, tanto para o bem quanto para o mal.

Sinto-me como um doente, pois vejo todo tipo de pessoas ao meu redor, mas é como se fossem todas iguais, pois essa busca incessante pelo parecer, pelo embelezar faz com que esqueçamos o nosso intelecto. Felizmente Oscar Wilde nos refresca a memória quando diz que “ a verdadeira beleza acaba onde começa a expressão intelectual. A intelectualidade é por si só exagerada e destrói a harmonia de qualquer semblante”.

E para expressar realmente que o ser humano quebra o espelho a todo o momento é quando o valor de uma idéia nada tem a ver com a sinceridade do homem que a exprime. Se esses princípios da Revolução não existem, por que então nos consideramos contemporâneos? Porque os contemporâneos de hoje são os mesmos da Idade Média.

*Jefferson Almeida é professor de línguas estrangeiras, estudante de letras da UFMT e membro do grupo de pesquisa “História do português brasileiro” da USP/UFMT. É amante de literatura, têm 24 anos e fala seis línguas.



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