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Domingo, 05 de maio de 2024

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Café filosófico: Educação brasileira, mas até que ponto?

Arquivo Pessoal

“Devemos investir na educação!”- Esse discurso vem sendo proferido por quase todas as camadas sociais brasileiras na última década. Mas o que seria, de fato, uma educação de qualidade? Quais são os parâmetros para equiparar o nosso sistema educacional a outro advindo de outras nacionalidades? Em quais aspectos sócio-culturais a educação está inserida?

Estas questões estão pautadas no âmbito profissional e social da educação. Dados recentes apontam que o Brasil, perante outros países, possui um nível educacional considerado fraco; pois, de acordo com o PISA, o domínio que os nossos alunos possuem em relação às linguagens, matemática e ciências são inferiores a países que estão se modernizando de acordo com o nível de investimento na educação.

A China, país que alcançou o primeiro lugar no exame mundial, possui um modelo educacional baseado no desenvolvimento do aluno, qualificando professores, incentivando-os a participarem de grupos de pesquisas e a auxiliarem seus alunos em suas tarefas.

No Brasil, possuímos um poder econômico acima do modelo chinês. Contudo, denota-se uma inversão de valores. A má estrutura que as nossas escolas públicas possuem é devido à sucatização dos valores educacionais para o governo.

Onde, em um país riquíssimo como o nosso, não há políticas que aparem o professor e as pesquisas realizadas em escolas e universidades? Quais são os reais motivos que fizeram o Brasil “incorporar” o capitalismo e o neoliberalismo e, com isso, desvalorizar o ensino público e gerar lacunas para que o ensino privado abra um monopólio educacional ditando as regras sobre o que é ter qualidade em ensino?

Devemos nos atentar ao fato de que, temos totais condições de sermos um país modelo em educação, mas não o fazemos apenas por interesses sócio-políticos em que o assistencialismo predomina.

Diferentemente do que ocorre na China, o governo proporciona recursos para que haja uma ajuda mútua entre escolas de alto-nível com aquelas de médio-nivel.

Em resumo, o problema educacional brasileiro baseia-se na grande dimensão de ideologias. Será que deveremos retornar ao modelo pombalino ou traçar metas que definam o perfil do estudante que almejamos? Infelizmente, a resposta para essa pergunta só se dará de acordo com os quartéis de tempo e os governantes que escolhermos.

*Jefferson Almeida é professor de línguas estrangeiras, estudante de letras da UFMT e membro do grupo de pesquisa “História do português brasileiro” da USP/UFMT. É amante de literatura, têm 24 anos e fala seis línguas.



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