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Colunas

A revolta dos nerds

Fernando Martins

Poucos sabem, mas 25 de maio é Dia do Orgulho Nerd. Contudo, o que é essa expressão americana, assim como tantas outras, tão utilizada pelos brasileiros? Bem, ser nerd é não obedecer padrões físicos e intelectuais que a sociedade tanto se vangloria. É, em vez de curtir baladas e ser popular, preferir o amplo mundo imaginário de um quarto com a companhia de um computador, vídeo game e de outros nerds. Quem é nerd viaja na cultura pop, comenta filmes exóticos e sabe de coisas não tão divulgadas na mídia. É uma tribo inteligente que tem muito a acrescentar.

Mas aos nerds não estão só revervadas as comédias. Há filmes de terror protagonizados por ele e o que citarei na coluna mostra a revolta desses caras devido ao bullying que sofreram durante toda vida escolar. “The Final”, de 2010, narra a história de um grupo de estudantes que promovem uma festa a fantasia.


Os convidados mal sabem que serão alvos de uma vingança com requintes de tortura física e psicológica. Os nerds, revoltados, farão que cada um pague pelos abusos feitos nos corredores do colégio. Como estamos tratando de nerds, caras ligados em filmes, as fantasias deles são homenageados em películas de terror, como: O Dia dos Namorados Macabro (1981), Os Estranhos (2008) e O Orfanato (2007).

Quem já sofreu algum tipo de humilhação na escola sente um pouco de satisfação ao assistir patricinhas arrogantes e verdadeiros machões clamando piedade à aqueles que tanto humilharam. Como diz o poeta brasileiro, Paulo Bonfim, “Toda a humanidade estaria condenada a morte se houvesse um tribunal para os crimes imaginários”. Mas o filme vai além do bullying escolar e mostra que a ausência da família agrava ainda mais nesse cenário. Se uma pessoa é discriminada na escola, imagine o duro receber o mesmo tratamento em casa?

O grupo, no auge da festa, dopa todos os convidados que recebem a seguinte notícia: “A boa notícia é que não planejamos matar vocês. A má é que desejarão que tivéssemos planejado”. Daí para frente são dedos amputados, lágrimas e sangue. Fico pensando: o que uma boa educação não consegue evitar, não é?

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