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Reduzir o excesso de sal e proteína na dieta diminui o risco de cálculo renal

Movimento Saúde Unimed Cuiabá

Especialista explica quais são as causas do cálculo renal e como prevenir a doença

Você já teve cálculo renal? Sofre com o problema regularmente? Embora sua presença possa passar despercebida, ou seja, sem sintomas, pacientes relatam que a eliminação de cálculos pelas vias urinárias pode provocar dores intensas. Isso ocorre quando há migração das pedras do rim para o ureter (canal que drena a urina do rim para a bexiga), causando sua obstrução. Muitas vezes essa dor está associada a náuseas, vômitos, sangramento na urina, e necessidade persistente em urinar.

O cálculo renal é uma formação sólida dentro do rim, causada pela cristalização de sais minerais presentes na urina. Conforme a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a doença acomete 12% dos homens e 6% das mulheres. De acordo com o médico urologista e cooperado da Unimed Cuiabá, Rubens Alves de Abreu Júnior, as pedras nos rins são formadas por um desequilíbrio entre a quantidade de sais minerais presentes na urina em relação à quantidade de água, havendo a precipitação dos cristais e formação dos cálculos.

Entre as principais causas dos cálculos renais, destaca-se a relação entre o volume insuficiente de água e a grande quantidade de cristais na urina, como o cálcio, fosfatos, ácido úrico e a cistina, e a obstrução das vias urinárias causada por outros fatores.

Tipos


Basicamente, existem quatro tipos de cálculos renais, sendo eles:

Cálculos de cálcio: pode combinar-se com outras substâncias como oxalato de cálcio e fosfato de cálcio. São os cálculos mais comuns. Rubens alerta que como medida de prevenção, é importante evitar alimentação rica em oxalato, a exemplo do espinafre, agrião, beterraba, trigo e chocolate e reduzir o consumo de sódio.

Cálculos de estruvita: são chamados de cálculos coraliformes e estão associados às bactérias que causam infecção do trato urinário,

Cálculos de ácido úrico: ocorrem com dietas ricas em purinas (carnes, frutos do mar e cevada) e uma doença chamada Gota.

Cálculos de cistina: pode surgir em pacientes que têm cistinúria, doença renal e hereditária.
Fatores de risco

Vários são os fatores associados à doença, tais como: predisposição genética de cálculo renal, pouca ingestão de líquidos, dietas ricas em proteínas e sódio. Alguns distúrbios do sistema digestivo também favorecem a formação de cálculos, como cirurgias bariátricas e diarreia crônica e outras doenças, entre elas a obesidade, diabetes, cistinúria e o hiperparatireoidismo.

Além do quadro clínico, o diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, com avaliação do cálcio e ácido úrico; exames de urina, com avaliação dos cristais e exames de imagem como o Raio X, Ultrassonografia e Tomografia.

Tratamento


“O tratamento do cálculo renal depende de vários fatores, como seu tamanho, sua localização e composição, assim como, se eles proporcionam sintomas ou não”, salienta o médico. A escolha do método a ser utilizado deve ser individualizada e discutida com o médico de sua confiança.

Os tratamentos podem ser de várias formas:

Tratamento dietético - com o aumento da ingestão hídrica e redução do sódio e das proteínas, ocorre a diminuição da concentração dos cristais de cálcio, oxalato e ácido úrico na urina.

Tratamento não cirúrgico - Litotripsia Extra Corpórea, ou seja, bombardeamento das pedras por ondas de choque, com 80 % de fragmentação dos cálculos, o que torna sua eliminação pela urina mais fácil.

Tratamento cirúrgico –
Uso de endoscópicos específicos que permitem chegar até o rim, proporcionando a fragmentação e retirada dos cálculos.

Recomendações


Rubens Alves ressalta que a prevenção na formação de cálculos renais baseia-se em uma mudança nos hábitos de vida, especialmente com o aumento da ingestão de grande quantidade de água, o suficiente para a urina sair clara; bem como a ingestão de sucos cítricos, ricos em citrato, pois, diminuem a precipitação dos cristais e redução da quantidade de sal e proteínas na dieta. Essas medidas ajudam não só a prevenir o cálculo renal, mas também a evitar que ele volte.

“É importante lembrar que pacientes que já tiveram cálculo renal têm 50% de possibilidade de apresentar novo episódio nos cinco anos seguintes”, alerta o médico urologista.
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