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A palavra e seus poderes
Isolda Risso
Eu não sei como ou quando foi que me despertou o interesse em conhecer a origem das palavras. O fato é que sempre estou às voltas com o dicionário etimológico. Palavra é um termo, um vocábulo, uma expressão. É uma manifestação verbal ou escrita, formada por um grupo de fonemas com uma significação. O termo palavra deriva originalmente do grego (parabolé) tomada emprestada do latim que gerou (parábola). Palavra é um conjunto de sons articulados que expressam ideias e são representados por uma grafia, formada por uma reunião de letras, que quando agrupadas formam as frases.
Não faz muito tempo, diante de um painel de parede, deparei-me com várias imagens. Em cada imagem continha uma palavra. Palavras como fé, esperança, alegria, bondade, paz, liberdade, coragem. Encantei-me pelas imagens e mais ainda pelas palavras. A neurolinguística e a física quântica vêm comprovando, que quando falamos estamos traçando o nosso destino, resultando assim em nosso sucesso ou insucesso, saúde ou doença, alegria ou tristeza, bem ou mal. O que determina um fato ou outro é a qualidade de nossos pensamentos, expressado pela fala ou não. A palavra edifica, encoraja, acolhe, consola. Tem o poder de mudar comportamentos, transformar vidas, levantar ou derrubar pessoas. Pela fala se alfineta, fere, calunia. Pelas palavras surgem os discursos que iludem e enganam. Com palavras o homem mente, distorce, escamoteia, cria ligas e se desliga, de acordo com seu mais recente interesse.
Em contrapartida, usando as palavras, sensibilizamos, criamos campanhas que irão favorecer os desfavorecidos. Da união das palavras, nasce a poesia, a prece a letra da melodia. Com palavras fazemos o outro rir ou chorar. Através da palavras homens e mulheres dedicadas ao ensino transmitem conhecimento. Homens e mulheres da lei, através das palavras libertam comparsas, são complacentes, tanto quanto julgam corretamente, mas também condenam inocentes. Diante daquele painel cheio de palavras me coloquei a pensar sobre a forma como se tem usado a palavra. O que tem saído dos nossos lábios são palavras que constrói, somam ou destrói? Temos usado o poder da fala para acolher, compreender ou estamos usando este super-poder para preconceituar? Nossos pensamentos, palavras, gestos, atitudes, são verdadeiras plantações, e tal qual plantamos assim colheremos, de bem ou mal, para si ou outrem. Por intermédio da palavra, temos sido agentes de amor ou ódio?
Quantas vezes ao ouvir uma palavra, adquirimos a coragem necessária para romper um relacionamento doentio.
Coragem de buscar um novo emprego;
Coragem de pular de bungee-jump;
Coragem de vencer desafios;
Coragem de quebrar paradigmas;
Coragem de se amar;
Coragem de enfrentar obstáculos;
Coragem para abandonar um vício;
Coragem de expressar um pensamento;
Coragem de lutar pelos seus direitos;
Coragem de enfrentar uma doença.
A palavra coragem tem sua origem no latim (coraticum). Este termo latino é composto por Cor, que significa “coração” e o sufixo Aticum, que é utilizado para indicar uma boa ação.
Coraticum seria literalmente ação do coração.
Penso que tem nos faltado coragem, a coragem de agir com o coração.
Um abraço
Isolda
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*Isolda Risso é Personal & Professional Coaching Executive, Xtreme Life Coaching, Neurociência no Processo de Coaching, Programação Neurolinguística (PNL) pedagoga por formação, cronista, retratista do cotidiano, empresária, Idealizadora do Café Com Afeto, mãe, aprendiz da vida, viajante no tempo, um Ser em permanente evolução. Uma de suas fontes prediletas é a Arte. Desde muito cedo Isolda busca nos livros e na Filosofia um meio de entender a si, como forma de poder sentir-se mais à vontade na própria pele. Ela acredita que o Ser humano traz amarras milenares nas células e só por meio do conhecimento, iniciando pelo autoconhecimento.