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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Por dentro da Pitti Uomo, a maior e principal feira masculina do mundo

Foto: Reprodução

Desfile da marca japonesa Kolor dentro da feira Pitti Uomo, em Florença

Desfile da marca japonesa Kolor dentro da feira Pitti Uomo, em Florença

A feira Pitti Uomo acaba de acontecer em Florença e confirma seu posto como a principal referência internacional para a moda masculina.

A 84ª edição, que foi de 18 a 21 de junho, é organizada pelo grupo Pitti Immagine em parceria com o Centro di Firenze per la Moda Italiana. O grupo também organiza feiras infantis e de vestuário feminino.

O evento é o mais forte orientador do menswear no mundo e a maior vitrine hoje para o street style masculino. Publicações especializadas do mundo inteiro vão para Florença cobrir não apenas os milhares de lançamentos, mas o estilo dos homens que frequentam, de estilistas e empresários a jovens fashionistas. A revista “GQ”, por exemplo, enviou o fotógrafo-blogueiro Tommy Ton para fazer galerias de looks masculinos (que você pode ver abaixo em algumas imagens). “O público em si é um espetáculo à parte. A gente fica morrendo de inveja de como eles conseguem ser tão naturalmente estilosos, mesmo sob aquele calor absurdo”, brinca Evilásio Miranda, Gerente de Moda e Design do Programa Texbrasil (da Abit), que visitou esta edição da feira. De fato, os vaidosos homens que circularam por lá elegeram os elementos mais tradicionais do guarda-roupa masculino como roupas do dia-a-dia: paletó, camisa e gravata. Alguns até trouxeram de volta o lencinho no bolso do paletó. O que varia é o shape do terno, mais seco ou amplo, e com a calça mais curta ou folgada.

A Pitti Uomo é a principal plataforma de lançamento de vestuário e acessórios masculinos no mundo, e também está por trás da estreia de novas marcas. Segundo a americana Saks Fifith Avenue, a feira é o lugar ideal para uma grife lançar sua primeira coleção masculina ou apresentar um novo projeto para a comunidade de moda.

Os números que rondam a feira são superlativos. Com duração de quatro dias (tire ao menos dois para dar conta de tudo), ela recebe mais de 30 mil visitantes e reúne 1.043 participantes em 59 mil metros quadrados. Deste total, 391 são estrangeiros (37,5%). Os compradores vêm ávidos de mais de 100 países e sua presença cresceu 4,5% em comparação a 2012, chegando a mais de 18 mil buyers. Em primeiro lugar, estão Alemanha e Japão, com 900 e 870 compradores, respectivamente. Na América do Sul, a Colômbia é mencionada e o Brasil não é citado. Para participar, uma marca tem que desembolsar no mínimo 200 euros por metro quadrado mais a montagem. Para as empresas que optam por fazer montagens especiais, o céu é o limite.

“A impressão geral, pelo intenso movimento, era de que o mercado estava recuperadíssimo, mas não é bem assim. Conversei com um representante comercial português, que comentou que as coisas estavam melhorando, mas ainda longe de estarem como no passado. Segundo ele, os espanhóis sumiram da feira, por exemplo. No lugar deles, entraram os asiáticos, cada vez mais fortes”, diz Miranda.

Em um evento com tanta oferta, poderia ser fácil encontrar de tudo um pouco em termos de qualidade. Mas, segundo Evilásio, os produtos são impecáveis, do tecido e acabamento a etiquetagem. “Quanto ao estilo, há pra todos os gostos. Tanto é que a Europa inteira vai pra essa feira, além do destaque especial para os compradores japoneses, coreanos e norte-americanos”.

Grande parte dos expositores são empresas italianas mais tradicionais, mas a seleção é ampla e também abraça marcas novas, originais e de vanguarda. “Uma coisa que me chamou muito a atenção, que é bem diferente do Brasil e que ficou muito claro na Pitti, é que, em termos gerais, as marcas se especializam em um tipo de produto (alfaiataria, camisaria, chapéus, gravatas, acessórios, sapatos, praia, etc.). As grifes de lifestyle – que fazem de tudo um pouco – são exceção”, aponta Evilásio.

A japonesa Kolor foi escolhida a Guest Designer neste ano e apresentou sua coleção de Verão 2014 em um evento especial. “Foi um reconhecimento do meu trabalho e mostra o impacto que este evento tem no meu trabalho”, diz o estilista Junichi Abe. Segundo o site style.com, ela retrata o guarda-roupa de um homem inteligente e bem humorado. Entre outras marcas para prestar atenção, a italiana MSGM, a também italiana Pharmacy Industry, de street couture, e a de acessórios WANT Les Essentiels de la Vie, todas indicações de Miranda.

A próxima edição está marcada para acontecer de 7 a 10 de janeiro. Seja para comprar, vender, se inspirar ou entender os rumos do mercado de moda masculino, a visita à feira é uma boa maneira de entender como os homens se comportam em relação à moda, o que e como eles querem se vestir e ainda conhecer de perto as marcas que estão trabalhando para isso. Sem contar que Florença deixa esse convite ainda mais irresistível.
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