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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Exposição fotográfica que une o nu feminino com elementos do cerrado é censurada e retirada do Goiabeiras Shopping

Foto: Cinco Elementos do Cerrado

Exposição fotográfica que une o nu feminino com elementos do cerrado é censurada e retirada do Goiabeiras Shopping
A exposição fotográfica ‘Cinco Elementos do Cerrado’, do fotógrafo cuiabano Tchélo Figueiredo, foi censurada e retirada do Goiabeiras Shopping na madrugada desta segunda-feira (13), após cerca de oito denúncias feitas por lojistas e freqüentadores, e acatadas por um sargento da Polícia Militar.  

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As fotos, que mostravam imagens de nu feminino em contraste com elementos do cerrado, estavam expostas no primeiro piso do Goiabeiras Shopping desde o dia 1° de junho, e deveriam seguir até o próximo dia 20. De acordo com o fotógrafo e criador da exposição, no entanto, o “retrocesso” e a “hipocrisia” fez com que elas fossem retiradas.

“Tiveram algumas denúncias, e o sargento acatou e ameaçou entrar com ação judicial contra o shopping se a exposição continuasse”, explicou Tchélo. “O pessoal do marketing do Shopping estava apoiando, mas tiveram que ceder pra não ter problemas na justiça.

Ainda de acordo com o fotógrafo, a exposição estava aumentando o fluxo de pessoas no centro de compras, e era um sucesso. “As denúncias alegam que é pornografia, que é ofensivo para a população. Mas as imagens são super sutis, concentuais. É muita hipocrisia das pessoas”, lamenta.

Na última sexta-feira (10) o bispo Aroldo Teles afirmou, via artigo em sites da capital, que a exposição remetia à “prostituição, à libertinagem sexual e até mesmo ao ocultismo”. Em certo trecho, afirma: “A exposição pornográfica está exposta de tal forma que não é permitido qualquer escolha de quem passe pelo corredor, pois há uma imposição da exposição, de um cenário que remete subjetivamente, sob olhar mais atento, à prostituição, à libertinagem sexual, e até mesmo ao ocultismo, pela junção macabra de mulheres explicitamente nuas, com cornos de animais mortos”.

Para Tchélo, esse pensamento, como o das pessoas que o denunciaram, é um retrocesso e retirar as fotos foi uma forma de censura. “Eu quero saber em que o meu trabalho é ofensivo? Em que ele é mais ofensivo do que as novelas, do que a publicidade?”, questiona.

Depois de ter as fotos retiradas do Shopping, o fotógrafo pretende expor no Palácio Paiaguás e também na Praça da Mandioca, em breve, e sem censura.
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