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Segunda-feira, 18 de março de 2024

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apaixonada pelo que faz

Com 32 anos de profissão, costureira coleciona portfólio de vestidos de noiva e festa

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Célia Silva

Célia Silva

Célia Silva, 48, ganhou sua primeira máquina de costura aos dezesseis anos, logo que se casou. O presente do marido vinha para selar uma paixão antiga pelas linhas e agulhas, já que desde criança a inspiração com sua mãe – que também foi costureira - e o dom natural já lhe levavam a costurar.

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“Eu não sei fazer mais nada. Não sei limpar casa, não sei cozinhar, não sei mexer no computador. Só sei costurar. Essa é minha paixão”, afirmou a profissional, em entrevista ao Olhar Conceito na última semana.

Sentada em seu atual ateliê, Célia não consegue se lembrar de nenhuma ocasião, nestes 32 anos de profissão, em que a costura tenha lhe trazido algo de ruim. Elogios e ‘belas peças’, por outro lado, enchem sua memória. “Teve uma vez que uma moça fez um vídeo na festa me agradecendo, falando que o vestido estava lindo, e me mandou. Aquilo foi muito especial”, lembra.

Célia não trabalha mais com pequenos reparos. Para isso, ela tem duas assistentes, e assim consegue se dedicar totalmente à confecção de roupas, seja vestidos de festa, camisas ou saias.

“Minha especialidade são as customizações. Na minha mão, você não perde nenhuma roupa. Pode estar rasgada, manchada, tanto faz. Eu recupero”, garante a especialista.


Célia com uma de suas criações: vestido tubinho a partir de uma canga (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Os vestidos de noiva são outro chamariz. Célia faz todos os bordados à mão, e garante que eles fiquem prontos em 40 dias. “Mas é preciso fazer o pedido com cinco a seis meses de antecedência, porque tenho muitos pedidos e faço tudo com calma”, afirma.

Seus vestidos de noiva podem custar de R$1500 a R$3400, visto que o preço aumenta conforme cresce a quantidade de bordados e pedrarias. Vestidos ‘comuns’ podem sair de R$400 a R$600, e de daminhas de R$180 a R$350. “Eu fecho pacote também, se quiserem faço a festa toda, a noiva, as madrinhas e as caminhas”.

A única restrição de Célia é em relação a roupas masculinas. “Eu não faço, porque acho muito sem graça. Não tem como uma roupa de homem ficar bonita, colocar bordado, ficar diferente, então eu não gosto”.

Para outras gerações


Célia tem três filhos, uma de 22, um de 30 e uma de 32 anos. Somente a mais velha, Érika Garcia, quis seguir os passos a mãe. Hoje, infelizmente, a máquina de costura está somente na tatuagem em seu braço.

“Ela cresceu dentro do ateliê e adorava costurar. Mas passou em um concurso para trabalhar no banco, e teve que sair”, lembra a mãe. “No dia que ela passou eu chorei muito, primeiro porque perdi minha ajudante, e depois de felicidade por ela ter passado”.

A primeira máquina de Célia não está mais com ela. Foi vendida há alguns anos, quando adquiriu outras sete, todas industriais. O amor pelas linhas e agulhas, no entanto, permanece o mesmo do início. “Eu amo isso aqui. Formei meus três filhos com o dinheiro da costura, e pretendo continuar até quando conseguir”, finaliza.

Serviço

Ateliê: Rua 2, n°, 495esquina com a 36 - Bairro Boa Esperança
Telefone: (65) 992095841

*Atualizado dia 13/02 às 10h15
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