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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Vem pra Arena

Com seu “Dancê” na Arena Pantanal, Tulipa Ruiz faz show "familiar" e conquista o público

Foto: Chico Valdiner/Gcom-MT

Com seu “Dancê” na Arena Pantanal, Tulipa Ruiz faz show
O sábado (13) foi de muito “Dancê” na Arena Pantanal em Cuiabá. A primeira edição do ano do “Vem pra Arena” trouxe a cantora e compositora Tulipa Ruiz em show que reuniu famílias e consagrou o espírito do evento em celebrar a cultura, com programação gratuita em espaço público, sempre nas melhores companhias.

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Com melodia envolvente e suave, o novo disco de Tulipa Ruiz intitulado “Dancê” dá uma ideia dos rumos que a cantora toma quando abre o show. Com presença de palco enérgica, a artista considerada uma das maiores vozes da atual geração da música brasileira mostra a que veio, com canções de arranjos essencialmente orgânicos, repletos de sequências de metais.

“Gosto de viajar o Brasil mostrando o que faço”, disse a cantora, que complementa: “Gosto da música nacional e de homenageá-la com canções, sejam as mais dançantes ou baladinhas”.

O trabalho de Tulipa mistura o pop com outros estilos, como o soul, com facilidade, e é de fácil consumo. “Eu nunca tinha ouvido falar dela, estava passando por aqui, me interessei pela música e quando percebi já estava mexendo os quadris”, disse Ana Clara Bueno, de 27 anos, que curtia o som com tanta propriedade que até parecia ser fã de carteirinha da cantora.

Compondo o hall de artistas que se apresentaram no evento, o cantor e compositor mato-grossense Caio Mattoso, que levou avó, tia, mãe e filha para vê-lo estrear na ação cultural promovida pelo Governo do Estado, via Secretaria de Cultura (SEC-MT).

O artista, que tem os pés enraizados na cultura mato-grossense e que faz um som que é uma mistura de tudo que já se viu com aquilo que nunca foi feito, agradeceu a oportunidade de mostrar seu trabalho. “Estou lançando meu primeiro EP, chamado Opereta Trum, com o apoio das Secretarias de Cultura estadual e municipal, e eu agradeço por ter este espaço para mostrar meu trabalho, que encontra apoio na força sonora dos músicos que tocam comigo”.

Neste sábado, Caio foi “vítima” do trabalho desenvolvido pelo Governo do Estado: após a apresentação na Arena, ele teve o show contratado pela Prefeitura de Marcelândia (688 km ao Norte de Cuiabá).

Evento em família

Nodel de Luz, 48 anos, sempre vai a Arena Pantanal ver jogos de futebol com os amigos. Pela primeira vez, foi ao Vem pra Arena, e desta vez acompanhado da família: esposa, filhos, netos e cachorro.

“É bom ter um espaço como este, onde você pode passear tranquilo com toda família, e o legal é que este não é um lugar só para quem mora em Cuiabá e Várzea Grande, é para toda a população mato-grossense”, disse Nodel. “Quero mais eventos como este, isso daqui é um exemplo de que a sociedade apoia e precisa deste tipo de ação”.

A adolescente Janaína Cury Lemos, de 13 anos, não perde um evento dos que são realizados na Arena Pantanal. “Sempre venho com meus pais quando tem show, e minha atração favorita são as comidas, é muita coisa gostosa e agora está bem melhor, tem mais mesas pra sentar com toda a galera”.

A nova área da praça de alimentação agradou também a professora Valdirene Paresi, da etnia indígena Paresi. “É tudo muito divertido, principalmente para as crianças, é muito diferente do que temos na aldeia”. A educadora lembrou ainda que atrações como a Folia de Reis de Cáceres e a capoeira chamam a atenção. “Adorei ver as apresentações destes grupos”.

Da mesma etnia, o cacique da tribo Wazare, Rony Paresi, disse que o Vem pra Arena é uma oportunidade única. “Este evento representa, apesar do contexto que estamos vivendo hoje, a valorização da cultura indígena e sua integração com toda a sociedade, é um lugar onde podemos desmistificar a ideia romântica que se tem do índio, vê-lo sem romantismo, ver sua essência. O Vem pra Arena nos ajuda a dar visibilidade a quem realmente somos”.

Um grupo formado por 25 membros se apresentou no Vem pra Arena. As vestimentas e os adornos chamaram a atenção do público. “A Zolani é uma dança que mostra a junção dos elementos naturais, do mundo espiritual com a natureza, é algo mais profundo, trata também da conexão com o ser humano, fala da necessidade de sermos dignos e respeitosos com o próximo, do elo de paz e prosperidade que devemos criar com o outro”. A segunda dança apresentada, chamada Zêro, simboliza o renascimento nas relações pessoais.

A tradicional Festa de Santos Reis, promovida há 35 anos em Cáceres, pela família do músico Joaquim Luiz da Silva, também teve espaço garantido no Vem pra Arena. “Esta é uma tradição que existe há mais de 50 anos, e meu pai, Vicente Luiz da Silva, foi quem começou tudo isso. O festejo tem origem portuguesa é remete às comemorações do culto católico do Natal. Faz parte do ciclo natalino, anualmente realizado entre 24 de dezembro e 06 de janeiro”.

Mato Grosso Criativo

Um dos focos desta edição do evento foi o programa Mato Grosso Criativo, iniciativa intersetorial de Governo que articula ações de cinco Secretarias de Estado - Cultura, Desenvolvimento Econômico (Sedec); Educação, Esporte e Lazer (Seduc); Ciência, Tecnologia e Inovação (Secitec) e Trabalho e Assistência Social (Setas) - que objetiva criar políticas, diretrizes e ações para o desenvolvimento da economia criativa no território mato-grossense.

O secretário de Estado de Cultura, Leandro Carvalho, destacou que o Governo articula uma rede de negócios que contemple os princípios de criatividade, diversidade cultural, sustentabilidade e inclusão social. “Buscamos identificar, desenvolver, fortalecer e fomentar os segmentos e territórios criativos, e promover a geração de novos empreendimentos, trabalho e renda”.
 
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