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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Nutricionista funcional afirma que atualmente "ninguém sobrevive só com alimentação"

Foto: Olhar Conceito

Ira Arruda

Ira Arruda

“Ninguém sobrevive só com alimentação nos dias de hoje”. A afirmação é da nutricionista funcional Ira Arruda, graduada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e mestre em saúde pública. Para ela, o stress, os agrotóxicos e as comidas industrializadas nos obrigam a recorrer à suplementação para garantir todos os nutrientes que o corpo precisa.

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“Tudo isso demanda necessidades nutricionais que implicariam em você ter um cuidado extremo com a alimentação no quesito variedade para garantir a quantidade de nutrientes que você precisa pra um dia. E isso, aos meus olhos, é impraticável. Você faz tudo, mas ainda assim uma suplementação ou outra sempre vai se fazer necessária”, afirma.

A suplementação, segundo a nutricionista, pode ser de vitaminas e minerais, até mesmo de proteínas. “Um exemplo clássico disso é a vitamina D. Se a gente for fazer um levantamento na população, a maioria das pessoas vai ter deficiência dessa vitamina”, comenta. “E a vitamina D é do sol, na alimentação ela é mínima, você nunca vai conseguir”.

Outro exemplo, segundo Ira, são as vitaminas do complexo B, que são necessárias para a limpeza do fígado. “Como as pessoas comem muita coisa industrializada, e isso exige do fígado um trabalho maior pra eliminar toda essa toxina, então o consumo, ou a necessidade dessas vitaminas do complexo B, acaba sendo bem alto. E aí as pessoas quase nunca conseguem manter esse nível dentro dos padrões esperados”.

Quando o assunto é a suplementação de proteínas, por exemplo, Ira afirma que ela é necessária em casos de pacientes que buscam definição muscular e que, por algum motivo, tem que diminuir a ingestão de gorduras. “Quando você come proteína, e aí nós temos que falar, basicamente de origem animal, nós comemos junto gordura. Todos, peixe, carne, ovo, frango, sempre vão carregar junto gordura. Se a gente for pensar em uma dieta que eu preciso restringir um percentual de gordura, eu não posso esquecer que eu preciso garantir a proteína, então uso a suplementação pra garantir”, afirma. “Principalmente pra quem quer definição, ganho de massa muscular, eu preciso fazer um aporte maior de proteína, então obviamente vou precisar suplementar”.



Apesar dos benefícios, Ira reitera que qualquer suplementação – de vitaminas, minerais, proteínas ou outras – devem ser tomadas com acompanhamento de um profissional, caso contrário, podem trazer sérios problemas à saúde. “Eu posso até citar um exemplo: eu atendi uma paciente esses dias que me deixou perplexa! A pessoa, sozinha, foi montando, ao longo de anos, uma suplementação pra ela, e chegou ao ponto que a pessoa consome 62 cápsulas de suplemento por dia”, lembra.

Segundo Ira, a paciente chegou a ter um tumor no seio. “Claro que existem várias causas e possibilidades, mas eu acho que tem algumas vitaminas que não deveriam ser consumidas. Até porque ela é uma pessoa tabagista, e fumantes tem algumas contra-indicações para o uso. Ela fez uso durante muitos anos, com doses altíssimas... quem te garante que o tumor não foi por causa disso?”.

Ela comenta que o uso excessivo dessas substâncias pode causar, ainda, cálculo renal, intoxicação do fígado, e outras complicações. “Fazer uso de medicamentos é um problema, e de vitaminas e de minerais também. Você tem que suplementar sim, mas aquilo que você precisa! Por isso que se faz uma análise detalhada, com exames, com história clínica... não é assim, da noite pro dia, e não tem receita de bolo”, finaliza.

Para determinar quais suplementos são necessários e em que quantidade, Ira explica que é necessário analisar a história de vida, a história clínica e a individualidade bioquímica de cada pessoa. “A individualidade bioquímica é saber quanto que você tem de necessidade de nutrientes, tanto macro quanto micro, como vitaminas, minerais, fibras. Nós não somos seres diferentes? Então não existe necessidade igual”, afirma.
Essa análise individualizada é a base da nutrição funcional. “A nutrição funcional é uma parte da nutrição clínica que trabalha pensando num foco individualizado. Nós não podemos pensar em tratar doença, a gente pensa em tratar as pessoas”.

Segundo a nutricionista, e maioria de seus pacientes a procura em busca de longevidade saudável. “Este é o foco da nutrição funcional. É tratar de uma forma que você vai garantir a prevenção de outras doenças, com um envelhecimento com qualidade. Porque envelhecer todo mundo vai. Mas com que qualidade? Aí depende daquilo que você come e do estilo de vida que você leva”.

E o alcance desta longevidade vem, segundo ela, de um plano alimentar que é desenvolvido para cada um. “Eu gosto sempre de falar que dieta não funciona”, comenta. “Só se faz restrições pras pessoas que são alérgicas ou intolerantes a alguma coisa, algum alimento. Via de regra, todo mundo pode comer tudo. O detalhe é: você pode comer tudo, mas será que tudo te convém? Então algumas vezes não vai te convir comer determinadas coisas, neste momento, por determinada condição que você se encontra. Mas daqui a pouco isso já se resolveu”, finaliza. 
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