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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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em meio à crise

'Pagar a Orquestra não é minha prioridade neste momento', diz novo secretário de cultura

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

'Pagar a Orquestra não é minha prioridade neste momento', diz novo secretário de cultura
A Secretaria de Estado de Cultura (Sec) foi alvo, nos últimos anos, de uma série de críticas, tanto do segmento cultural quanto da imprensa cuiabana. Liderada pelo maestro Leandro Carvalho de 2015 a 2017, a pasta foi acusada de ser muito burocrática, fria, e – talvez a pior delas – de ter privilegiado os pagamentos à Orquestra do Estado de Mato Grosso (OEMT) em detrimento dos outros projetos e artistas. Na manhã da última segunda-feira (18), em entrevista ao Olhar Conceito, o atual secretário Kleber Lima afirmou que não houve nenhuma irregularidade nestes pagamentos, mas que, em sua gestão, a Orquestra não é prioridade.

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No final do ano de 2017 - ao término também da gestão de Leandro - pipocaram reclamações sobre um suposto pagamento feito à OEMT. “Na verdade, houve aí uma grande confusão. Não houve o pagamento. O que houve foi o empenho da obrigação. A Orquestra é contratada pela Secretaria, e no final do ano você estava fazendo esses ajustes. Aquilo que você não conseguiu pagar, dentro do exercício financeiro, você tem que escrever como ‘restos a pagar’, porque é um compromisso que tem que ser saldado. Não é lícito ao Estado se enriquecer às custas de terceiros, então se foi contratado, e o contrato foi legal, é preciso que seja pago”, explicou o atual secretário Kleber Lima.

Segundo ele, que assumiu a pasta no último dia 22 de janeiro, a conta ficou para este ano. No entanto, não é sua prioridade. “O que se pode discutir é a conveniência política de ter ou não feito este contrato e não aquele. Mas isso não compete a mim, porque o contrato já estava aí. O que compete a mim hoje é pagar. Inclusive vai ficar isso pra eu pagar. E eu não pagarei nada que não tiver absolutamente de acordo com a regra legal. Se estiver de acordo com a regra legal, e havendo dinheiro, teremos que pagar. Agora eu, sinceramente, hoje, se tiver que escolher entre pagar a Orquestra e o Cine Teatro Cuiabá, eu vou pagar o Cine Teatro Cuiabá. Pra mim é prioridade. Se depender só da minha decisão, a Orquestra, embora seja importante, não é minha prioridade”.

Com um orçamento de R$ 47 milhões – R$13 milhões a menos do que a proposta orçamentária enviada à Assembleia Legislativa – a pasta é mais uma das que sofre as consequências da crise financeira do governo. Por este motivo, segundo Kleber, é preciso fazer certas escolhas. Uma delas é focar em projetos baratos, como o ‘Showdré’, realizado na noite da última segunda-feira (19), praticamente a custo zero para a Secretaria.

Outra alternativa, já utilizada por Leandro, são as gestões compartilhadas, como a do Cine Teatro de Cuiabá e a dos museus, prioridades de Kleber Lima neste momento, seja por estarem correndo risco de fechar as portas (Cine Teatro), ou por ainda não ter conseguido reabri-las, no caso dos museus. “Mas nós estamos aqui fazendo todo o esforço necessário. Hoje [19] deveremos fazer um pagamento parcial, já estamos dialogando com o Cena Onze, com o Flávio Ferreira, para que essa possibilidade seja descartada, ou bastante diminuída. É a nossa prioridade não fechar aquilo que está funcionando, e depois abrir aquilo que está fechado”, finaliza.
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