Olhar Conceito

Sábado, 20 de abril de 2024

Notícias | Saúde e Beleza

pelo amor

Mãe de criança com microcefalia cria rede de apoio para mulheres na mesma situação

Foto: Reprodução / Ilustração

Mãe de criança com microcefalia cria rede de apoio para mulheres na mesma situação
Foi no sétimo mês de gravidez que a mato-grossense Fernanda Pereira da Silva descobriu algo que mudaria sua vida para sempre. Contaminada pelo vírus da Zika, ela corria o risco de ter um filho com microcefalia, o que aconteceu. Depois do nascimento, no entanto, encontrou uma nova forma de enfrentar os medos e preconceitos, e criou o grupo ‘Unidas pelo Amor’, uma rede de apoio de mães de crianças com microcefalia, que trocam experiências e promovem encontros com os seus filhos em parques, cinemas e outros espaços de lazer.

Leia também:
Mãe de garoto autista dá depoimento, pede menos preconceito e maior acesso ao diagnóstico

Fernanda é de Pontes e Lacerda (445 km de Cuiabá), mas mudou-se para a capital depois do parto. "Fiquei sabendo da condição do meu filho no sétimo mês de gestação. Passei uma semana de luto, não queria conversar com ninguém da minha família e muito menos escutar o que as pessoas tinham pra dizer sobre o assunto. Porém, foram somente esses dias, e resolvi não antecipar a situação, acredito que essa postura tenha ajudado aceitar a condição do Murilo", conta.

Mesmo morando em Cuiabá, Fernanda descobriu que o maior problema não era a patologia do seu filho, mas sim o preconceito que as pessoas tinham. Foi aí que decidiu criar o grupo. "A ideia de criar a comunidade surgiu pela dificuldade que tínhamos de lidar com os nossos filhos. Essa foi a minha forma de compartilhar a minha rotina com outras mulheres que estavam na mesma situação. A televisão mostra somente os piores casos de crianças com microcefalia e na verdade não é bem assim. O meu filho não se encaixa nesse perfil negativo que a TV retrata".

Em 2016, o Brasil passou por um surto de microcefalia. A doença pode ser provocada pelo Zica Vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. Segundo o Ministério de Saúde, são considerados com microcefalia os recém-nascidos que tenha o perímetro cefálico de 31,9 cm para meninos e 31,5 cm para meninas. Em 2016, o padrão para diagnóstico da doença havia diminuído de 33 cm para 32 cm.

Em 2017, o vereador da Câmara Municipal de Cuiabá, Ricardo Saad (PSDB) criou o Projeto de Lei N° 1034 que institui a 'Semana Municipal de Prevenção e Combate à Microcefalia', realizada na última semana no mês de abril. De acordo com a assessoria, essa é uma medida para promover à prevenção e o combate à microcefalia através de conscientização da população com procedimentos informativos, educativos, organizativos e palestras direcionada a sociedade.

Conforme a Vigilância Epidemiológica Estadual, os casos de microcefalia caíram em 98% no ano de 2017 em comparação com 2016. Apenas um caso foi confirmado ano passado, enquanto em 2016 foram 66 incidências. Os números de levantamento da secretaria estadual de Saúde (SES) mostram uma acentuada queda na contaminação pelo Zika Vírus. Os casos caíram de 24.803 para 2.515, uma redução de 89,8% entre 2016 e 2017.

Fernanda, a mãe de Murilo, no entanto, não quer parar por aqui. Seu próximo passo será montar uma associação para levar melhorias às crianças e suas famílias. "Quero mostrar para as pessoas que não precisam ter medo, podem chegar perto, são crianças normais que possuem apenas algumas limitações", finaliza.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet