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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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em maio

Mês de conscientização da doença celíaca terá curso de culinária e picnic sem glúten

Mês de conscientização da doença celíaca terá curso de culinária e picnic sem glúten
Foi depois de passar por diversas dificuldades com o filho Emanuel Augusto Jecez Artuzo que a corretora de imóveis Silvia Jecev se viu obrigada a militar pelas pessoas que possuem doença celíaca. O filho descobriu a doença somente aos três anos de idade, quando ela já tinha afetado seus rins. Hoje, ela faz parte do ‘Grupo de Celíacos de Mato Grosso’, e organiza a programação do ‘Mês de Conscientização Celíaca’.

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Segundo Silvia, o mês de maio foi determinado como o da conscientização celíaca na Europa. No ano 2000, em um congresso com a participação da Dra Vera Sdepanian, o dia internacional foi determinado como o terceiro domingo de maio. “Nós queremos o dia 20 pra ser o Dia Nacional, e estamos lutando para este reconhecimento”, afirma.

A doença celíaca é causada pela intolerância aguda ao glúten. O glúten é formado pela combinação de dois grupos de proteínas, a gliadina e a glutenina, e está presente na semente de muitos cereais, como trigo, cevada, centeio e aveia.

Estima-se que 1% da população tenha a doença, que tem como único tratamento a exclusão e não contato com a proteína. Se este contato não é evitado, o portador da doença pode apresentar diarreia crônica, prisão de ventre, anemia, falta de apetite, vômitos, emagrecimento ou obesidade, atraso de crescimento, humor alterado, distensão abdominal, dor abdominal, aftas de repetição e até osteoporose.

“É constado o desconhecimento e a desinformação sobre a Doença Celíaca (DC). Precisaria, além do Dia Internacional, de muito mais tempo para veicular as informações, realizar atividades, fóruns, caminhadas... para que o celíaco fosse visto e reconhecido pela comunidade, pela população, pelos governantes e pelos mais variados espaços da sociedade”, afirma Silvia.

Foi pensando nisso que o do Grupo de Celíacos de Mato Grosso criou uma extensa programação, que começa neste sábado (19), com uma aula de culinária básica sem glúten, que será realizada em Cuiabá, a partir das 14h. Também na capital, no próximo dia 26 de maio, sábado, acontece um ‘PicNic sem glúten’ no Parque Mãe Bonifácia, às 9h da manhã. Para participar, basta levar um prato sem glúten.

Outros eventos serão realizados no interior, como uma noite de pizza sem glúten em Lucas do Rio Verde, também neste sábado (19), e um PicNic sem glúten em Primavera do Leste, no domingo (20). Em junho, no dia 16, haverá uma palestra com a Dra. Flávia Anastácio de Paula, sobre a proteção da criança com necessidades alimentares especiais. A entrada será gratuita e haverá certificado para os presentes, mas ainda não foi definido o local.

Segundo Silvia, a conscientização é o caminho mais importante, já que para muitas pessoas os celíacos ainda são vistos como pessoas com ‘frescura’ para comer. “A Veja publicou dados de que 42 mil pessoas morrem por ano, no mundo, por causa da DC. São crianças diagnosticadas tão tardiamente que os profissionais não conseguem recuperá-las. Mas o número de crianças celíacas que morre sem diagnóstico pode ser ainda maior”, lamenta. “A discriminação é enorme. Quando as pessoas sabem das nossas restrições e cuidados, somos taxados como frescos, que queremos viver numa bolha, que todo tratamento é exagero... não encontramos, na maioria das vezes, locais aptos para nos alimentar, já que a grande maioria tem contaminação cruzada, que é um grande risco para nossa condição de vida. Profissionais da área de educação não estão aptos a nos receber e compreender que existe glúten em materiais escolares como massinha de modelar, tinta guache, giz de lousa. As indústrias de cosméticos e higiene fazem pouco investimento em produtos aptos e seguros. Na grande maioria, shampoos, maquiagens, sabonetes, cremes... todos podem conter glúten”.

A contaminação cruzada, que Silvia cita, acontece quando um celíaco ingere algum alimento que não contém glúten em sua composição, mas que foi armazenado, transportado ou preparado junto com outro que contém. Este alimento acaba ficando contaminado.

Em Mato Grosso, hoje, o grupo de celíacos conta com 150 membros. “Mas creio que temos muito mais [celíacos em MT]. Como nossa divulgação é pequena perante a população, por falta de recursos, não conseguimos chegar num número real para tal informação”, explica Silvia.

Dentre os objetivos dos celíacos, está ter mais espaço e apoio no estado, e que “o protocolo do SUS para diagnóstico se cumpra. Que haja mais escolas interessadas em aprender e unir informação familiar ao trabalho pedagógico, que o preconceito de que a doença é frescura, que o pouquinho não faz mal, seja banido da nossa sociedade”, finaliza.
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