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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Em Cuiabá, osteopata ‘dos atletas’ ajuda a curar dores entendendo o corpo como um todo

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Em Cuiabá, osteopata ‘dos atletas’ ajuda a curar dores entendendo o corpo como um todo
Entender o corpo como um todo, e as dores como consequência de uma série de bloqueios físicos e mentais. Este é o princípio da osteopatia, técnica manual aplicada por fisioterapeutas em todo o Brasil, que tem trazido a solução para dores crônicas e até mesmo doenças como a depressão e a ansiedade.

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Em Cuiabá, o fisioterapeuta Ricardo Junqueira, 38, é um dos que aplicam a técnica. Nascido em São José dos Quatro Marcos, ele é filho de um treinador de atletismo, e cresceu no meio do esporte. Foi jogador de vôlei e é formado em fisioterapia pela Universidade do Estado de São Paulo (Unesp).

Ricardo conheceu a osteopatia enquanto fazia sua graduação. Como jogava vôlei, ele tinha constantemente dores e lesões, e um primo, osteopata, conseguia acabar com elas em uma só sessão – o que a fisioterapia convencional não conseguia. Ele, então, decidiu também se especializar. Estudou osteopatia estrutural, osteoparia visceral e osteopatia ‘informativa’, também chamada de ‘leitura biológica’. Esta última, segundo ele, “é a osteopatia do somato emocional, que associa que alguma dor da pessoa está relacionada com algum problema emocional dela”.

Para além das técnicas tradicionais da fisioterapia, a osteopatia é uma terapia manual diferente. “Não é só a abordagem manual que importa. Ela é uma filosofia de avaliação e tratamento diferente. Ela aborda o ser humano como um todo. Por exemplo, se você vai a um médico, a tendência dele é avaliar sua queixa, só o local que está com problema”, explica Ricardo. “O osteopata já vê o corpo como um todo. Ele sabe, por exemplo, que o joelho tem ligação muscular com o quadril, com o tornozelo. O quadril tem ligação muscular e articular com a base da coluna, com a lombar. Aí eu já posso colocar a influência das vísceras que estão inseridas no abdômen, que são fixadas nas costelas, na própria coluna... então o oesteopata consegue, através de avaliações específicas, detectar em quais destes tecidos não existe uma função boa, existe algum bloqueio. E aí você vai somando um tornozelo bloqueado, um quadril bloqueado, uma víscera... e vai tendo uma somatória de pequenos bloqueios, que são imperceptíveis por exames de imagem, e que muitas vezes são a causa de uma lesão, de uma dor. E só medicação ou só cirurgia, muitas vezes, não corrige esse desbloqueio com plenitude”.

Para tratar destes bloqueios, a osteopatia se utiliza de diversas técnicas manuais, uma para cada caso. “Se é articulação, nós temos desde uma manipulação, que faz ‘cleck’; (...) uma víscera que está com certo tipo de aderência, nós trabalhamos com liberação manual daquela aderência pra flexibilizar o tecido; tem terapia craniana também, porque os ossos do crânio são interligados, por exemplo, e um osso bloqueado gera uma compressão, que gera um reflexo”.

Todas estas técnicas, no entanto, somente ajudam no processo de autocura do próprio corpo, na qual a osteopatia acredita. “Se a autocura não acontece é porque alguma coisa impede: esses bloqueios. Eu ajudo a corrigir, equilibrar, e facilito para que o corpo se cure sozinho”.

Para quem?

Apesar de ter experiência com atletas – Ricardo já atuou, inclusive, com campeões olímpicos e mundiais – a osteopatia é para todos. Dentre as queixas dos pacientes que o procuram, estão desde queixas de dor lombar, dores articulares, dor na cervical, até doenças como depressão e ansiedade, e outros problemas de origem emocional que afetam o comportamento.

Neste quesito, a técnica mais utilizada é a leitura biológica. “Hoje o paciente que vem me buscar, ele vem, e os que estão abertos a entender a saúde de forma diferente, encontram aqui um lugar de conforto e de crescimento perceptivo, pra sair dos problemas que descarregam no corpo dele. Se esse problema for emocional, a gente direciona, a gente mostra o que é, dá [até] as datas do conflito. Tem muita gente que pergunta: como você consegue saber que [por exemplo] com quatro anos de idade eu tive problemas? Eu não sei nada, seu corpo que me conta. Eu aprendi simplesmente a descobrir onde o estresse descarregou no seu corpo. Aí fica aquela memória, e a gente vê só pelo toque. O corpo da pessoa mostra a data e mais ou menos o conteúdo do que aconteceu”, explica o osteopata.

Para melhores resultados, Ricardo Junqueira trabalha junto a consteladoras familiares. “Quando eu trato o indivíduo, eu fico restrito à sua percepção de mundo, e como essa percepção pode jogar sobrecargas no seu corpo gerando, inclusive, doenças. Então eu o ajudo a entender essa individualidade, e como ele poderia estar preso a alguma coisa que ele não aceita, gerando uma descarga de estresse no corpo. E a ligação disso com a constelação é porque ele não veio do nada, ele veio de uma família. Essa família tem uma história, tem sobrecargas, [tem] as lutas que viveram, as crenças que carregam, os valores. Tudo isso, de uma maneira ou outra, pode fazer parte do contexto que limita a pessoa. Porque toda família tem seu lado bom, mas também tem seu lado ruim”.

Surpresas

Mesmo com tantos anos de experiência, o osteopata também se surpreende com alguns resultados. O principal, para ele, foi o de um atleta que tinha hérnia de disco. “Eu consegui, associando a osteopatia, a leitura biológica, a microfisioterapia, todas as técnicas que eu tinha à disposição, que em seis meses ele voltasse a competir. Nós fizemos outra ressonância e a hérnia ainda estava lá, e o menino conseguia fazer salto triplo, sem dor nenhuma”. Segundo Ricardo, este foi um divisor de águas em sua vida. “As quebras de paradigma são necessárias pra gente compreender as coisas. A medicina coloca totalmente a culpa de uma dor na coluna em uma hérnia, e eu percebi que isso é parte da verdade. Na hora que esses exames mostraram que esse menino evoluiu os sintomas sem evoluir o físico, eu falei: então o processamento da dor é cerebral, não é local. A hérnia continua lá e ele está sem dor e sem perda de forças”.

Para além de todos os resultados, ele acredita que o principal é ter a informação sobre as diferentes técnicas disponíveis, sempre buscando os melhores resultados. “Eu não acredito que nenhuma técnica, sozinha, resolva tudo. Eu acredito que existem várias ferramentas. A osteopatia é uma ferramenta, a cirurgia daquele médico super capacitado é uma ferramenta, o remédio é uma ferramenta, a constelação familiar é uma ferramenta. Eu acredito que a pessoa tenha que ter conhecimento das ferramentas disponíveis, porque se eu tenho uma ferramenta, e a ferramenta que eu tenho não é a ideal para ajudar aquela pessoa a se curar, eu tenho que pelo menos saber qual é pra indicar e ter essa humildade de saber que o paciente não é meu”, finaliza.



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