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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Aos 77 anos, missionária reativa projeto para ensinar karajás a tocar violão, guitarra e flauta

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Aos 77 anos, missionária reativa projeto para ensinar karajás a tocar violão, guitarra e flauta
Foram vinte e quatro horas de viagem, boa parte em estrada de terra, para que a missionária Dalila dos Santos, 77, chegasse a Cuiabá. A missão, desta vez, era conseguir instrumentos musicais para ensinar indígenas do povo Karajás a tocar violão, guitarra e flauta, em um projeto que ela ajudou a reviver em São Félix do Araguaia (1173km da capital), sua atual morada.

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Dalila é da Congregação das Irmãs de Vedruna, e tem 57 anos de vida religiosa. Já trabalhou em Mato Grosso, e também na África em dois lugares. “Quando terminou a guerra da Angola foi pedida uma reconstrução, e meu projeto foi alfabetização, trabalhar com esses refugiados de guerra e fazer a alfabetização. Eu não dava as aulas porque eles têm a própria língua”, lembra. A missionária passou pela República Democrática do Congo, e em Angola, na na província do Muxico e na capital.

Há um mês, estava vivendo em Campinas, interior de São Paulo, quando foi convidada, junto à irmã Lúcia, pela congregação e pela Prelazia de São Félix para reativar o projeto ‘Arte Nossa’, de valorização da arte e cultura popular. A Prelazia foi criada aos 13 de maio de 1969 pela Bula Quo Commodius do Papa Paulo VI, e teve como primeiro administrador apostólico e bispo prelado o padre Pedro Casaldáliga.

“Nesse projeto a gente quer valorizar a cultura em todos os sentidos. Seja a cultura musical, a pintura, escultura... qualquer tipo de arte. E valorizar também os artesanatos que os índios Karajás fazem. Eles usam capim dourado e fazem brincos, colares, pulseiras... são lindos”, explica Dalila.

Segundo a missionária, foi durante uma visita que os indígenas pediram pra aprender a tocar os instrumentos, depois que Dalila os ensinou a cantar um canto religioso, e pediu que eles traduzissem para o xavante.

Para colocar o projeto em prática, as irmãs contaram com o apoio de outra freira, que vive em Planalto do Araguaia e é musicista. Mesmo tendo que percorrer duas horas de estrada de terra até São Félix, ela se comprometeu a ministrar as aulas, mas afirmou que precisaria dos instrumentos.

Indígenas Carajás na Praça do Sesc Itaquera (Foto: Reprodução)

E foi por isso que, nesta semana, Dalila veio até Cuiabá, e avisou amigos da sua necessidade. O projeto, segundo ela, estava há três anos parado. “Ele foi criado por um grupo de mulheres. Uma delas é Irmã Irene, que é falecida, e a outra é uma dentista chamada Maria das Mercês Gomes da Silva, que era uma dentista popular”, lembra.

Outros projetos

Além do projeto de valorização da arte local e do ensino de alguns instrumentos aos indígenas, Dalila também integra a ‘Pastoral da Criança’, que tem o mesmo objetivo do trabalho que fazia Zilda Arns, a brasileira que morreu no Haiti durante uma missão.

“Tem um bairro lá [em São Félix] bem pobre, que eles popularmente chamavam de Iraque, pela pobreza, pela falta de condições. Mas ele vai ser renomeado como Parque Amazonas. E este vai ser um que a gente vai focar a Pastoral da Criança. Porque o objetivo da Pastoral da Criança é que todos tenham vida, e vida em abundância”, explica. O trabalho dos voluntários ali é, principalmente, fornecer alimentação adequada para as crianças. “Tem gente que fala que aposentado é melhor ficar quietinho... mas não, enquanto Deus me der vida, e eu puder, e a cabeça estiver boa, eu quero trabalhar na missão”, finaliza.

Serviço

Quem quiser fazer doações, pode entrar em contato pelo telefone  (66) 3522-1558
Endereço: Av. Governador José Fragelli, 828 – Centro
CEP 78670-000 – São Félix do Araguaia – Mato Grosso
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