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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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De rodovia ao VLT: Fernando Corrêa da Costa foi marcada por grandes intervenções ao longo dos anos

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

De rodovia ao VLT: Fernando Corrêa da Costa foi marcada por grandes intervenções ao longo dos anos
A Avenida Fernando Corrêa da Costa é uma das principais rotas de Cuiabá e interliga os bairros do Coxipó ao centro do município. A via, por conta do Mundial de 2014, foi afetada negativamente devido a uma tentativa fracassada de implementar o sistema de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), mas esta não foi a primeira vez que a avenida sofreu alguma intervenção.


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Muito antes de se tornar uma avenida, o trecho inicialmente era da rodovia BR-364, que ligava Cuiabá com o centro-sul, por meio de São Paulo e Campo Grande, conforme explica Fernando Tadeu de Miranda Borges, professor de história e Pró-Reitor de Cultura, Extensão e Vivência da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), ao Olhar Direto.

A rodovia era o resultado da necessidade em expandir ou até mesmo sair da cidade para fazer comércio. "Durante toda a história de Cuiabá, o grande sonho era criar formas de ligação da cidade com a região norte ou região centro-sul. As pessoas buscavam saída daqui para comercializar e relacionar-se com outros países”, esclarece.

O nome dado à via é em homenagem ao Doutor Fernando Corrêa da Costa. O médico foi político, passando pela prefeitura de Campo Grande e se tornou Governador do Estado em 1950. Também foi senador, mas não por muito tempo. Fernando Corrêa renunciou o cargo em 1960 para poder ser eleito novamente como governador. Ao fim do segundo mandato, concorreu e foi eleito Senador da República pela Aliança Renovadora Nacional (Arena).

Duplicação

De acordo com o livro “Universidade Federal de Mato Grosso - 40 anos de História (1970-2010)”, de Elizabeth Madureira Siqueira, Nileide Souza Dourado e Roberto Silva Ribeiro, a duplicação da avenida teve seu início em 1976, por conta do alto fluxo de veículos na região em razão da existencia da universidade. Dados apontam que diariamente 12 mil veículos circulavam pela avenida, um número alto para época, e a solução encontrada foi sua duplicação.

A obra aconteceu durante a gestão do ex-prefeito de Cuiabá, Rodrigues Palma. Ele conta ao Olhar Direto que a duplicação aconteceu entre a Praça da Farinha, também conhecida como Praça dos Motoristas, e a Universidade Federal de Mato Grosso.
Foto por José Lucas Salvani.

De acordo com uma matéria publicada pelo jornal Correio de Mato Grosso, coletada na Superintendência do Arquivo Público, outro trecho foi duplicado em 1984. Para a época, a duplicação foi considerada como “a maior construção civil da atualidade em Mato Grosso”.

A relação da Fernando Corrêa com a universidade também pode ser observada pela construção da sede próximo à avenida - na época, inclusive, a região toda ainda era chamada de Coxipó da Ponte. Fernando Tadeu acredita que a escolha do local é simples: a UFMT se tornaria uma espécie de saudações de boas-vindas a quem chegasse na cidade pela BR. A unidade educacional foi inaugurada em 1970.

“Foi a universidade que trouxe o bairro Boa Esperança, Jardim das Américas, Petrópolis. Pessoas foram chegando para estudar e morar aqui perto. A universidade fica em um lugar que além dar outro direcionamento ao crescimento de Cuiabá, como a expansão da cidade, ela faz parte da história do começo de Cuiabá”, explica Fernando Tadeu.

Copa

A próxima (e última) grande intervenção que acontece na Avenida Fernando Corrêa da Costa é em detrimento do Mundial de 2014. O evento da Fifa, na verdade, causou uma série de mudanças na cidade, como a construção do complexo Arena Pantanal e o Centro de Treinamento (COT) da UFMT, que ainda não foi entregue por completo. A única obra referente ao COT é a pista de atletismo, entregue em março de 2019.

Para modernizar a capital, houve o projeto de implantação do sistema de VLT, atrasado há cinco anos. As obras pararam em dezembro de 2014 e no final de 2017 o Governo de Pedro Taques rompeu unilateralmente o contrato com o Consórcio responsável pelo VLT. A administração atual estuda formas de retomar a obra, tendo 100% do projeto base concluído e 80% do projeto executivo elaborado.

Parte do VLT a ser implementado passaria a atuar em meio à Avenida Fernando Corrêa da Costa e, por este motivo, várias alterações tiveram que ser feitas para que a estrutura necessária fosse instalada. Hoje a obra está abandonada. Das alterações feitas na avenida, há o viaduto da UFMT, que afetou a entrada principal da universidade.

“Hoje ela está meio que sem sua entrada. O viaduto tirou a configuração da entrada da universidade. Na verdade, hoje há que ter uma conversa entre os poderes, entre a própria universidade que vem se esforçando e está preocupada com a desconfiguração da entrada. Ela precisa sentar com a prefeitura e rever, para fazer jus a ela”, conta.

A Avenida Fernando Corrêa da Costa sofreu ao longo dos anos uma série de intervenções que visavam melhorar o tráfico no trecho. Entretanto, algumas delas não tiveram total efetividade e até mesmo a afetaram de forma negativa com obras inacabadas a ceu aberto. De qualquer forma, a avenida ainda é fundamental para o deslocamento dos cuiabanos e dificilmente perderá este posto.
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