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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Acredite se quiser: dez artistas que amamos e nunca chegaram ao topo da parada nos EUA

É curioso pensar que acompanhamos as paradas norte-americanas, vemos quem vendeu mais discos na primeira semana, nos embasbacamos com os recordes quebrados pela inglesa Adele e, com isso, esquecemos completamente que alguns artistas e bandas, tão populares para nós, nunca chegaram a vender discos o bastante para liderar os charts nos Estados Unidos. Reunimos aqui uma surpreendente lista de dez artistas que você poderia jurar que já sentaram no trono dos mais vendidos, mas que, por injustiças da vida, nunca sentiram esse gostinho.

Wilco
Começamos por uma banda indie, ok? Talvez Wilco não seja popular, mas é certo que pelo menos um dos seus amigos tem o grupo de Jeff Tweedy e companhia entre os preferidos. Não dá para culpá-lo. Mesmo gostando de mudar de sonoridades a cada disco, o Wilco lançou grandes álbuns, como Yankee Hotel Foxtrot, de 2002. Com ele, que chegou ao 13º lugar, a banda foi escalando as paradas até Sky Blue Sky (2007) e Wilco (2009), que chegaram à 4ª posição. O último álbum deles, The Whole Love, lançado há dois anos, caiu uma posição em relação aos antecessores. Mas ainda temos esperanças de ver o Wilco lá em cima.

Kiss
Durma com esse barulho: os números de venda do Kiss chegam a 40 milhões de discos ao redor do mundo. E, mesmo assim, cá estão Paul Stanley, Gene Simmons e a trupe de roqueiros de caras pintadas, na lista daqueles que bateram na trave e nunca chegaram ao topo. Foi, aliás, um bombardeio na trave: eles já chegaram no top 10 norte-americano algumas vezes, com Love Gun (1977),Dynasty (1979),Revenge (1992), Psycho Circus (1998), Sonic Boom (2009) e o recente Monster (2012).

Flaming Lips
Temos que concordar que o Flaming Lips nunca foi uma banda fácil – ouça o último disco deles, The Terror, numa tacada só e tente explicar o que achou de forma sintetizada. Ainda assim, quando quer, o grupo de Oklahoma sabe ser pop, mesmo que seja daquele jeito torto de Wayne Coyne. Eles já ganharam três prêmios Grammy, foram indicados para outras três, e lideraram a parada de músicas com “She Don’t Use Jelly”, mas o disco, mesmo, fracassou.

Iggy Pop
Iggy Pop usou toda a selvageria punk, e as calças deixando para fora o cofrinho, mas nunca conseguiu chegar ao primeiro lugar. Com o Stooges, ele fez álbuns importantíssimos como Fun House e Raw Power, mas não chegou perto do topo – o segundo dos álbuns, por exemplo, de 1973, chegou ao 182º lugar. O trabalho solo também não foi tão bem em vendas, mesmo que ele tenha se saído bem entre os críticos, principalmente com o clássico Lust for Life. Quando ele se juntou a Kate Pierson, do The B-52’s, para cantar a balada pop “Candy”, muita gente apostou no primeiro lugar para o disco Brick by Brick (1990), mas o álbum conseguiu um precário 90º. Mesmo assim, convenhamos, Iggy provavelmente se importa tanto com topo das paradas quanto nós ligamos para os resultados da segunda divisão da liga japonesa de futebol.

Ramones
Outra revelação de cair o queixo. Sim, os Ramones nunca chegaram ao primeiro lugar das paradas de discos. Foram 14 álbuns de estúdio, seis ao vivo, e nada de vislumbrar o topo. Revolucionários, rápidos, sujos, os Ramones influenciaram uma geração inteira a comprar (ou pegar emprestada) uma guitarra, colocá-la na altura do joelho e gritar pelo o que eles acreditam. O melhor resultado deles foi com Rocket to Russia (1977), que entrou no top 50 e ficou na 49ª posição.

Strokes

Viajamos no tempo para o começo dos anos 2000 e o rock, combalido, tentava encontrar alguma brecha para tocar nas rádios dominadas por um pop chiclete, doce e bocó. E então vieram os improváveis Strokes: gravações ruins, voz distorcida, guitarras envolventes, bateria acelerada e quase mecânica e letras que falavam diretamente com uma geração órfã e perdida. Bingo! O grupo de Julian Casablancas, contudo, cresceu na informalidade, nos dowloads ilegais, e, mesmo que a influência da banda seja sentida nas bandas novas até hoje (a pergunta é sempre “quem será o novo Strokes?”), eles emplacaram três vezes o quarto lugar (Room on Fire, First Impressions of Earth e Angles) nos Estados Unidos.

PJ Harvey
Outra dessas incompatibilidades da indústria fonográfica entre Inglaterra e Estados Unidos é PJ Harvey. Tudo bem, ela nunca chegou ao topo em nenhuma das duas paradas, mas na Terra da Rainha, já venceu duas vezes o Mercury Prize, maior prêmio da música inglesa – e foi indicada para outras duas. O feito, aliás, é único entre artistas femininas na história do prêmio. PJ, porém, nunca foi fácil de ser compreendida pela massa norte-americana. O melhor desempenho dela por lá foi com Uh Huh Her, que chegou à 29º posição.

The Kinks
Enquanto Beatles, Rolling Stones e The Who participavam do movimento conhecido como Invasão Britânica nos Estados Unidos, o Kinks foi banido dos palcos norte-americanos pela Federação Americana de Músicos. Eles tentaram se recuperar com grandes canções durante o fim dos anos 70 e início da década seguinte, com Low Budget, Give the People What They Want e State of Confusion, mas sequer entraram no top 10. Para a infelicidade dos irmãos Davies, o bonde já tinha passado.

The Clash
Agora, prepare-se para as surpresas. Sim, a primeira é o The Clash. Mesmo que hoje o Clash seja uma unanimidade entre os todo-poderosos do rock, os seis discos de estúdio de Joe Stummer, Mick Jones, Paul Simonon e Nicky Headon ficaram bem longe de alcançar um sucesso retumbante do outro lado do oceano Atlântico. Nos Estados Unidos, o mais perto que eles chegaram foi com Combat Rock (1982), que alcançou a 7ª posição. O disco, com hits como “Should I Stay or Should I Go” e “Rock the Casbah”, sequer liderou no Reino Unido: lá, bateu na trave e chegou ao 2º lugar.


James Brown
O Padrinho do Soul conseguiu um primeiro lugar, sim. Mas na parada de R&B, com o disco The Payback. Mesmo ali, brigando por posições contra gente que produzia som no mesmo gênero que ele, JB chegou ao topo apenas uma vez e, em outras seis ocasiões, ele abocanhou uma segunda posição. Na parada de discos geral, o melhor resultado de Mr. Dynamite foi um segundo lugar com o clássico e indispensável Live At The Apollo, de 1963. Depois desse – e dos outros nove exemplos citados nas páginas atrás –, chegar ao topo das paradas já não parece um feito tão memorável assim.
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