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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Fãs reclamam de censura à coletânea de Tom & Jerry

São mais de sete décadas de perseguições, brigas violentas e risos soltos em adultos e crianças. Mas chegou o momento de o desenho animado “Tom & Jerry”, criado pela dupla William Hanna e Joseph Barbera, sofrer seu maior revés desde 1940, quando os episódios começaram a ser exibidos: numa coletânea em Blu-ray anunciada pelos estúdios Warner, histórias teriam sido censuradas, justamente por excessos na relação de ódio entre o rato Jerry e o gato Tom, inclusive com situações que poderiam ser encaradas como racistas.

Segundo reportagem publicada ontem pelo jornal inglês “The Independent”, o lançamento da coletânea (“Tom & Jerry Golden Collection: volume two”) havia sido marcado para junho, mas foi adiado para 2014, a fim de que se cortassem os episódios “Mouse cleaning” (1948) e “Casanova cat” (1951), dois que já não são exibidos há anos em canais de TV voltados ao público infanto-juvenil por conta das cenas mais fortes. Em ambos, há sequências em que Tom e Jerry pintam o rosto de preto — o que poderia sugerir ofensas raciais —, e, no segundo, o gato ainda aparece fumando um charuto.

Campanha no Facebook


Os protestos dos fãs começaram depois que sites de comércio on-line, sobretudo a Amazon, passaram a anunciar a lista de episódios que estão previstos para a coletânea. “A cultura de um tempo sempre se reflete nos desenhos animados, e por mais que não tenha sido o mais correto, esses episódios existiram. É uma vergonha omitir peças históricas numa coleção”, escreveu um fã. Na página da Amazon, o Blu-ray recebeu 107 votos para a cotação mais baixa, dos 111 usuários que se manifestaram. Uma campanha também foi criada no Facebook com o título: “Liberem os desenhos proibidos de Tom e Jerry”.

Na página, os fãs dizem que já estão crescidos o suficiente para compreenderem que as possíveis citações ofensivas dos episódios são fruto de seu tempo. É uma discussão semelhante à que ocorre no Brasil quanto a algumas histórias de Monteiro Lobato. No ano passado, por exemplo, chegou ao Supremo Tribunal Federal um pedido para que não se adotasse em escolas públicas o livro “As caçadas de Pedrinho”, de Lobato, devido a um possível conteúdo racista.

Em nota, a Warner explicou que não pretende voltar atrás: “A empresa sentiu que certo conteúdo seria inapropriado para o público alvo e por isso excluiu alguns trechos”.
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