Conhecida pelo projeto Flor Ribeirinha, a dona Domingas Leonor, da comunidade São Gonçalo Beira Rio, oferece muitas outras atividades em seu quintal. Dentre elas, estão aulas de dança para crianças e idosos, oficinas de artesanato e de preparação e técnica vocal.
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O quintal já foi classificado pela Prefeitura de Cuiabá como um ponto de cultura e um dos pontos de atração turística da capital. De acordo com a assessoria, o objetivo de todas as atividades é oferecer novas alternativas e expandir as ações do renomado grupo, que já conquistou um prêmio mundial.
Aos sábados, por exemplo, mais de 70 crianças se reúnem, de manhã, para fazer aulas gratuitas de siriri. Os alunos têm, no máximo, dez anos de idade, e são moradores da comunidade ou de bairros da região. Após as aulas, eles recebem um lanche da manhã, e também participam sempre de apresentações em grupo. As ações são do projeto "fazeres ribeirinhos da cultura popular".
Já aos domingos, a partir das 17h, acontece o ‘Projeto Vivências’, com a presença de visitantes e jovens interessados em aprender a dançar. As aulas também são gratuitas. Os idosos não ficam de fora dos planos do grupo, que criou o ‘Projeto Flor da Idade’ para dar oportunidade as pessoas de realizar os seus sonhos, de dançar e viver com mais estímulo e qualidade de vida. Segundo o diretor artístico e coreógrafo do grupo Flor Ribeirinha, Aviner Augusto, esta é uma oportunidade para conhecerem a prática do Siriri.
Os jovens podem ter essa experiência e aplicar o conhecimento em outra situação, "como também, participar do Flor Ribeirinha, através de um processo seletivo. É muito gratificante trabalhar os projetos desenvolvidos no quintal", afirma.
Com frequência, o quintal também recebe estudantes de diferentes escolas e universidades, públicas ou privadas, além de instituições sociais, interessadas em conhecer a histórica comunidade e as manifestações culturais.
Domingas Leonor da Silva recebe de braços abertos todos que visitam o quintal. Junto a sua filha, ela oferece também oficinas de artesanato no quintal. A técnica do artesanato é uma herança dos índios bororos, que vem passando por gerações. "A arte com o barro, aprendi com a minha mãe, que trouxe de minha vó. E segue mais gerações", observa. Recentemente, também tiveram início as aulas de preparação e técnica vocal, além de dança de salão e o treinamento olímpico para todos os integrantes do grupo Flor Ribeirinha.
A arte também está no muro do quintal, feito pelos renomados artistas Adriano Figueiredo e Regis Gomes. Em cores fortes e vibrantes, eles retrataram personagens a fatos históricos da cultura popular.