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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Advogado cuiabano fica ‘preso’ em Portugal após fronteiras fecharem

Foto: Ademir / Arquivo Pessoal

Ruas em Portugal

Ruas em Portugal

Há quase um ano o advogado cuiabano Fellipe Baez Malheiros, 29 anos, planejava sua viagem pela Europa. Seriam 40 dias passando por nove países diferentes, começando por Portugal. O sonho, no entanto, foi interrompido pela pandemia que se alastrou no mundo. Ele chegou ao país no último dia 10 de março, e logo depois as fronteiras foram fechadas e os voos cancelados. Agora, ele não consegue sair de onde está e corre o risco de ficar sem hospedagem.

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“Não estou conseguindo passagem de volta. Muitos voos cancelados por conta de escalas em outros países... voos diretos pro Brasil estão em torno de sete mil reais. Muita gente correu pra Inglaterra onde ainda está com fronteira aberta, mas tem especulações que não vão manter por muito tempo”, disse ao Olhar Conceito.

Segundo Fellipe, os que não foram para a Inglaterra – assim como ele – ficaram com medo de ficar presos em um país ainda mais caro. Atualmente, ele só sai do hostel onde está hospedado em caso de extrema necessidade. O medo é que, por falta de hóspedes, o local feche e ele precise ir embora.

O plano era fazer uma viagem pela Espanha, França, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Irlanda, Escócia e Inglaterra. Quando chegou à Europa, as fronteiras ainda estavam abertas, mas logo veio a surpresa. Ao tentar resolver com a embaixada brasileira, não obteve resposta. “Tinha um aviso lá pra entrar em contato apenas em emergência. Da porta mesmo fomos dispensados”, lamenta. A sugestão da embaixada foi que eles entrassem em contato por email.

Fellipe viajou sozinho, e agora tenta comprar outra passagem para voltar, mas não encontra para as datas próximas, e ainda tem medo de trazer o vírus para sua família. O prejuízo financeiro ele prefere não calcular por enquanto. Sua volta estava prevista para sair da Inglaterra, e só para antecipar a data a companhia aérea pede R$6 mil, fora a passagem para viajar até o outro país. “Comprei uma nova passagem pro dia 20, mas corro o risco de cancelar porque tinha escala na Espanha. Vou ter que esperar pra ver se o voo vai ser mantido”, explica.

Residentes

Outro cuiabano vivendo a ‘pandemia’ em Portugal é o Gestor de Projetos de Big Data Ademir Ferreira da Silva Júnior, 38 anos. Ele vive com a esposa e o filho, e desde o dia 13 de março está trabalhando em home office. O filho foi liberado das aulas no último dia 16.

Ademir em home office (Foto: Arquivo Pessoal)

A família decidiu mudar para a Europa há dez meses, em busca de melhores perspectivas para o filho, segurança e estabilidade. Foram pegos de surpresa pelo vírus. “Até o dia 11/03 estava tudo normal em Portugal, mas do dia 12 em seguida tudo mudou bastante e muito rapidamente”, conta.

Segundo Ademir, a recomendação do governo é que as pessoas só saiam de casa para o essencial, e preferencialmente usando luvas e máscaras. “Os supermercados estão com alta restrição de entrada e saída, uma pessoa sai e uma entra. Estão bem abastecidos, mas algumas pequenas coisas já faltam”, explica.

Sua família fez uma compra grande no último dia 17 (terça-feira), mas sempre que precisam comprar algo menor, isso demora mais de uma hora por conta das restrições. Ademir vive em Montijo, cidade vizinha a Lisboa, onde ainda não foi registrado nenhum caso. Em Lisboa, no entanto, já há vários.

Portugal tem 448 casos do novo coronavírus registrados, com duas mortes e três pessoas recuperadas. Por precaução, Ademir e a família estão tomando os cuidados. “Somente eu vou à rua fazer o que é necessário, passamos álcool em tudo antes de entrar em casa, e as roupas que usei vão pra maquina de lavar imediatamente”, afirma.

“Estamos todos saudáveis e minimamente expostos ao contágio, mas eles sabem que o maior risco de morte é para idosos e que fazemos parte das faixas etárias com menor risco. O que mais alivia é que ainda não foram registrados casos de morte em criança, logo, sabemos que se nosso filho ficar doente dificilmente isto irá evoluir para algo trágico (triste mas a situação nos faz pensar neste sentido!)”, finaliza.
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