Em dezembro de 2019, o Olhar Conceito compartilhou um longo artigo da astróloga Maria Eunice Sousa, em que ela dizia que 2020 seria um ano intenso, com mais exaustão coletiva do que o anterior. Relendo-o neste 31 de dezembro de 2020, são surpreendentes as semelhanças entre suas palavras e a realidade. Agora, para 2021, a especialista indica que o ano será de “avaliar o estrago” causado pelo terremoto, com muita tensão, e que melhorias só devem aparecer mesmo em 2023.
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“Digamos que em 2020 nós tivemos um terremoto. O nosso mundo tremeu e desabou, mas enquanto o terremoto está acontecendo a gente não tem muito o que fazer além de tentar se proteger e achar o melhor lugar seguro”, explica a astróloga. “Em 2021, esse terremoto finalmente para de tremer, e agora a gente sai e começa a avaliar o tamanho do estrago, o tamanho da destruição. A gente começa a enxergar os escombros. 2021 é esse ano em que a gente vai avaliar as fissuras, os danos estruturais que aconteceram, e vai começar a tentar reconstruir. É apenas o começo, não é ainda um ano que a gente consegue fazer essa reconstrução porque esse terremoto foi medonho. Ele demoliu tudo, então vai levar muito tempo para que a gente consiga de fato se sentir seguro de novo”, completa.
Maria Eunice começou a estudar astrologia em 2005, depois que foi à uma profissional para fazer seu mapa astral e se apaixonou. Depois disso, fez um curso básico e começou a estudar e ler tudo que tinha acesso. Em 2008, foi morar na Inglaterra e lá quis aprofundar seus conhecimentos. Estudou durante três anos no Centro de Astrologia Psicológica de Londres e obteve a graduação. Quando voltou para Cuiabá, em 2011, já começou a atender profissionalmente, o que realiza até os dias de hoje.
Para explicar este ano de 2021, que ela avalia como “tenso”, Eunice fala principalmente da quadratura de Saturno e Urano. “Saturno e Urano se encontram a cada 45 anos. Eles estão desdobrando um ciclo que começou em 1988, ainda no signo de sagitário. Esse ciclo dos dois entre 88 e 89 foi a fundação dessa era que estamos vivendo, dessa nossa geração”, explica. Segundo a astróloga, Saturno é um planeta que representa as estruturas sociais, o senso de limites, de controle, o poder estabelecido, o status quo, conservadorismo, tradição. Já Urano, representa o contrário de tudo isso: o novo, o progresso, os avanços científicos e tecnológicos, a rebeldia, a revolução.
“Então você pode imaginar quando coloca esses dois brigando o que que a gente tem. O ciclo desses dois planetas geralmente se caracteriza por novas histórias que envolvem a ciência, a tecnologia, e principalmente coisas antigas que podem ressurgir numa nova forma, numa nova roupagem. Quando eles estão em aspecto tenso, a gente vai ter basicamente esse confronto muito desafiador, esse confronto difícil entre o velho e o novo (...) É uma colisão formidável de coisas igualmente potentes. Então a gente tem um ano que é colorido por esse embate, o velho e o novo, a tradição e o progresso”, explica. Segundo Eunice, este confronto acontece tanto individualmente quanto nos movimentos sociais.
“Na astrologia, quando a gente vai falar de um ano para analisar a qualidade deste ano, aqui não se trata de fazer previsão. O jeito que a astrologia deve ser tratada não é [como] uma ferramenta de fazer previsão, a astrologia descreve a qualidade do tempo. Esses planejas não causam nada, eles apenas simbolizam os movimentos, trazem, escrevem os ciclos que estamos vivendo e qual é a qualidade desses ciclos”, explica.
Era de Aquário?
Ao contrário do que foi amplamente difundido na mídia, segundo a astróloga a “Era de Aquário” não começou, e nem deve se estabelecer pelos próximos duzentos anos. De acordo com a especialista, o que aconteceu foi um sensacionalismo em cima do termo (o que já foi visto também em décadas anteriores).
Especificamente neste ano, o “frenesi” sobre a Era de Aquário ressurgiu com a “grande mutação” de Júpiter e Saturno, que aconteceu no último dia 21 de dezembro de 2020. “Júpiter e Saturno são os dois planetas considerados sociais que representam as grandes mudanças sociais, econômicas, políticas, etc. Eles são chamados os senhores do tempo”, explica Maria Eunice.
Segundo ela, no dia da ‘grande mutação’ os dois planetas passaram por três marcos de mudanças de ciclos: um ciclo de 20 anos, que é o “ciclo básico” deles e que acontece a cada duas décadas, um ciclo de 200 anos, de mudança de elementos (terra para ar), e um ciclo de 800 anos. “De fato é uma grande mudança, é uma mudança colossal de paradigma, mas isso não é a inauguração da era de Aquário. Essa era de Aquário vai levar ainda pelo menos mais duas centenas de anos para de fato se estabelecer”, garante.
O ciclo de 20 anos é, como já dito, o ‘ciclo básico’ dos dois planetas. “Porém eles tem outro arranjo que é: por cerca de 200 anos eles ficam se encontrando no mesmo elemento, e isso define o paradigma, a qualidade de uma era. Nos últimos 200 anos eles ficaram fazendo conjunções, se encontrando, fazendo reuniões no elemento terra, que definiu esse paradigma materialista que nós encerramos agora. E no dia 21 de dezembro de 2020 eles inauguraram um ciclo de ar, então nós temos uma mudança de paradigma colossal”, diz Eunice.
“Essa conjunção também foi muito importante porque a última vez que eles fizeram uma conjunção no elemento ar, que eles inauguraram um ciclo de ar, foi há cerca de 800 anos. Eles inclusive são associados, tem toda uma mitologia associando essa conjunção à estrela de Belém, porque quando eles se encontram em Aquário eles ficam muito próximos”, completa.
Esta mudança de terra para ar significa uma modificação de paradigma: “Ora, se nós estávamos vivendo uma era materialista, com esses planetas se encontrando no elemento terra, agora nós mudamos para a era das ideias. O elemento ar é o elemento do pensamento, da racionalidade, das ideias, então a gente está entrando numa era de mais conhecimento, de mais racionalidade, de tecnologia. O ar também é um elemento de relacionamentos, então coloca um questionamento, como vamos nos relacionar como sociedade, como humanidade a partir daqui? Então todos esses conceitos científicos, tecnológicos, vão ficar cada vez mais aguçados. Inteligência artificial, vida virtual, tudo vai ficar super enfatizado daqui para frente. E quando essa era de Aquário estiver de fato instalada nós, que estamos vivos atualmente, nem vamos mais estar aqui”, finaliza.
Futuro melhor?
Segundo Maria Eunice, uma perspectiva de melhoria deve vir somente em 2023. Em 2021 e 2022, a população ainda estará lidando com os destroços. “2021 é um ano onde pode haver várias reformas que são impostas à população e que não são muito populares e podem encontrar grande resistência. Pode ser um ano muito nervoso, com as pessoas indo muito para a rua, pode haver crises econômicas porque vamos estar mexendo nas estruturas, na tradição, nas convenções, e talvez uma parcela mais radical da sociedade entre em confronto com tudo isso. É um ano que tem bastante tensões, crises e que vamos precisar gerenciar”, finaliza.