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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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'As Mãos Benditas de Justina'

Documentário mostra importância de cozinheira quilombola da Comunidade do Ribeirão do Mutuca

Foto: Téo de Miranda

Documentário mostra importância de cozinheira quilombola da Comunidade do Ribeirão do Mutuca
Um documentário da quilombola Laura Ferreira irá mostrar a importância de Justina Ferreira da Silva, cozinheira que carrega e propaga ao resguardar a cultura alimentar da Comunidade do Ribeirão do Mutuca. O filme faz parte do projeto “As Mãos Beneditas de Justina”, que irá resultar também em um livro de fotografias e em uma plataforma virtual, sob curadoria de Gilda Portella.

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O documentário irá contar com um acervo constituído por depoimentos, fotografias da comunidade e vídeos, como memorial dos saberes e fazeres de Justina, em homenagem aos seus 65 anos. A equipe do projeto já esteve na Comunidade Mutuca – Território  Mata Cavalo realizando o registro de um Muxirum, pois o mesmo acontece em data específica a cada ano.

A cultura alimentar é uma das formas de se reconhecer processos que envolvem as identidades de diferentes grupos. Através das receitas e atividades coletivas como o 'Muxirum' (um trabalho coletivo que a comunidade organiza para plantar a banana e carpir o roçado), Justina repassa para as novas gerações a herança de seus antepassados para a manutenção da vida e sustentabilidade do local, já que também é ela quem comanda a cozinha da tradicional Festa da Banana.

Justina é uma das 75 personalidades condecoradas com o título de Mestre da Cultura do Estado de Mato Grosso. O projeto em que é homenageada foi contemplado no edital Conexão Mestres da Cultura - Marília Beatriz de Figueiredo Leite, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel-M), com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc.

Mãe de sete filhos, ela é conhecida como “São Benedita” pois, assim como o Santo negro, é cozinheira por ofício. São mais de 50 anos utilizando gêneros alimentícios produzidos na própria comunidade para demarcar a identidade quilombola, o pertencimento territorial, e dessa forma manter a história, códigos alimentares, tradições e inovações.

De acordo com a homenageada, seu bisavô Vicente Ferreira Mendes e avô, conhecido como Macário, faziam melado e rapadura, inclusive o famoso açúcar de barro (açúcar mascavo) em especial para as festas de São Benedito, Festa de São Gonçalo e Festa do Congo, que se originou na comunidade Mutuca. A produção alimentar repassada para seu pai, Miguel Domingos Ferreira de Jesus, que deu seqüência à tradição familiar que hoje é realizada por ela.
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