Luiza Leontina, presidente da Federação Espírita do Estado de Mato Grosso (FEEMT), afirma que há procura pelo espiritismo em tempos de pandemia. “É uma necessidade inerente. É uma necessidade de enxergar mais essas verdades”, revela em entrevista ao
Olhar Conceito.
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“Neste momento que a humanidade passa, que são momentos de dor, há uma procura por algo mais profundo, para um entendimento mais profundo da vida. Por exemplo, o que fazemos aqui? Qual o objetivo real do nosso viver? Estamos inseridos em um processo de evolução. O que esse momento nos chama?”, questiona em entrevista.
A presidente da FEEMT afirma que estamos vivendo um momento de “transformações de paradigmas”, fazendo com que algumas pessoas desenvolvam valores que ainda não tinham desenvolvido. Ela reconhece que passamos por um momento triste, devido a perda de amigos e familiares pela Covid-19, mas explica que, para o espiritismo, esse momento é também enxergado como misericórdia.
“Nós gradativamente somos convidados a refletir que não somos daqui. Estamos aqui, na nossa Terra, temporariamente, mas viemos de um mundo espiritual e retornaremos para ele. Como nós devemos aproveitar este momento que nós estamos aqui, que valores? O valor, por exemplo, do amor condicional, desenvolvendo habilidades como fraternidade, humanização, bondade, gentileza e perdão. Tudo isso nos torna mais humanos”.
Correntes de oração
Em meados de Março, Cuiabá presenciou correntes de orações em diversos hospitais. A motivação se deu pelo colapso da saúde, em meio à crescente procura por unidades de terapia intensiva (UTIs). Até a publicação desta matéria, nesta segunda-feira (27), a taxa de ocupação era de 93,72%, com a fila de espera zerada, segundo o Painel Covid-19, que é atualizado diariamente.
Católica, Edinei Chetco é uma das religiosas que participou dessas orações. Ela foi até o Complexo Hospitalar de Cuiabá e Hospital São Judas Tadeu, ambos da capital mato-grossense. Em entrevista ao
Olhar Conceito, ela explica que percebeu pessoas de diversas religiões.
“Esse momento de angústia. Lá no hospital, encontramos pessoas que estão precisando de uma força. Como a situação não permite que a gente abrace, demonstre esse carinho de uma outra forma, o meio é a oração. Estando presente lá, nesse lugar de tanta angústia e tristeza é muito válido”