Várzea Grande já possui uma longa história com as religiões de matriz africana, como a Umbanda. No entanto, estas memórias são pouco celebradas atualmente. Será realizada na noite desta terça-feira (30) "a live do Ilê", “Resgatando as raízes da Umbanda em Várzea Grande”, justamente com o intuito de homenagear os várzea-grandenses pioneiros da Umbanda no município.
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O evento também conta com apoio do vereador Ícaro Reveles (PDT) e ocorrerá na casa Ilê Obèrúnjâ Asà Àjágùrá do babalorixá Adriano Ty Ayra, o organizador do evento, que abriu o espaço para as homenagens. A live ocorre nesta terça-feira (30), às 20h, pelo Youtube e
pelo Facebook.
Um dos envolvidos no evento, o tata José Carlos de Cabila, contou que cerca de oito pais de santo irão participar da live, para contar as histórias de seus pais de santo, muitos deles já falecidos. Segundo ele o evento é uma forma de homenagear estes baluartes, que há cerca de 65 anos trouxeram a Umbanda para Várzea Grande.
“Na verdade, vamos fazer uma live para documentar a história da religiosidade de matriz africana, a Umbanda, aqui da região de Várzea Grande. Quem são os fundadores, quem trouxe esta religião para cá, como chegou a Umbanda aqui, como repercutiu na época, se existe continuidade destas raízes em Várzea Grande na atualidade, se as casas acabaram, qual o motivo de terem acabado”, explicou José Carlos.
De acordo com Flavielly Laura Mineiro, filha de uma das homenageadas, a mãe Lola, a decisão em realizar o evento de forma on-line, por meio de live, veio para evitar aglomerações.
Entre os homenageados estão: Alirio Ferreira da Silva do Centro Espírita São Sebastião, no Bairro Souza Lima; Maria Eloisa Mineiro, a mãe Lola, do Centro Espírita Nossa Senhora da Guia, no centro de Várzea Grande; Ascindino Rodrigues Gomes, do Centro Espírita São Benedito Seara do Caboclo 7 flechas; Edna Baracat, da Sociedade Espirita irmã Jandira; Nice Ribeiro Taques, da Tenda Tia Maria e Caboclo Campina Verde, do Bairro Jardim Costa Verde; mãe Ana Luiza Mineiro (Nani), do Centro Espírita Nossa Senhora do Carmo, no Bairro Jardim Primavera.
Também participam do evento: Mãe Regina, do Centro Umbandista Templo de Luz, no Bairro Santa Maria; Pai Sebastião, da Fraternidade Umbandista Lar de Maria; Pai Joacy Rodrigues, do C.E. São Benedito e Seara do Caboclo 7 Estrelas;
“É uma história nunca contada. Na Bahia, por exemplo, tudo isso é grandioso, as ialorixás fazem seu nome, ficam bem faladas [...], aqui não tem muito isso, não é valorizado”, disse Flavielly.