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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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RESSOCIALIZAÇÃO

Projeto de leitura reduz pena de reeducandos em Várzea Grande e é exemplo para outras cidades

Projeto de leitura reduz pena de reeducandos em Várzea Grande e é exemplo para outras cidades
“Viajar” por outros lugares, “conhecer” outros personagens e ainda ganhar remissão de pena. Essa é a realidade dos reeducandos da Cadeia Pública de Várzea Grande que por conta de um projeto de incentivo à leitura ganham esperanças.

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De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça, em pouco mais de 40 dias de funcionamento, o projeto de incentivo à leitura na Cadeia Pública de Várzea Grande já é sucesso absoluto e está sendo adotado como exemplo por outras comarcas interessadas em implantá-lo também.

Uma delas é a Comarca de Peixoto de Azevedo que está se adequando à conversão do tempo dedicado aos estudos para o período que será diminuído na pena. Além disso, é feita a reforma de uma sala na unidade para abrigar o centro de leitura. A obra está sendo custeada pela comunidade, bem como a doação de livros.

Em Várzea Grande, o projeto é considerado pioneiro no país. O idealizador, juiz Abel Balbino Guimarães, conta que ele está a pleno vapor. “Os 24 reeducandos incluídos no projeto estão gostando tanto que já estão pedindo mais livros”, frisa. A assistente social da unidade prisional, Jane Maria da Silva Nóbrega, endossa: “eles estão bastante animados e devorando os livros, não querem só um livro mais dois ou três por mês”, atesta.

Conforme a assistente social, nesta fase piloto a remissão de pena chegará até 5 dias por mês possibilitando 60 dias em 12 meses. Os presos estão lendo nas celas, tendo 30 dias para dar conta de um exemplar que tenham escolhido e para fazer uma resenha expressando o que entenderam da obra. Com o tempo e estruturação de espaço físico adequado para que os presos possam ler sob a supervisão de monitores, será possível atingir os oito dias por mês e 96 dias por ano previstos na Portaria nº 01/2013, assinada pelo juiz-corregedor das unidades prisionais do município e titular da Vara de Execuções Penais, Abel Balbino Guimarães.

O acervo bibliográfico da cadeia possui 160 títulos com assuntos variados. A equipe que auxilia os internos nos estudos é formada pela assistente social da unidade prisional, Jane Maria da Silva Nóbrega, a pedagoga e coordenadora de Educação daquela unidade, Mônica Aparecida de Oliveira, e a psicóloga Eunice Teodora dos Santos Crescêncio, a Nicinha.

Segundo o juiz Abel, essa equipe vai avaliar os primeiros textos já entregues pelos reeducandos. A técnica para avaliação do aprendizado neste primeiro momento será escrita, que futuramente poderá ser complementada pelo sistema oral com debates e exposições do tema. “A equipe poderá utilizar todos os métodos possíveis. O negócio é aquilatar que a pessoa realmente leu e que teve proveito”, destaca o juiz Abel. O resultado dessa análise será repassado ao diretor da unidade prisional que oficiará ao juiz-corregedor que vai homologá-lo, permitindo a redução equivalente da pena.
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