Apesar da temporada de furacões ser uma realidade dos moradores da Flórida (EUA), até mesmo os "Floridians" estão assustados com o potencial destruidor do furacão Milton, conta a cuiabana Ana Luísa Melo, de 29 anos, que vive em Gaynesville, com a filha e o namorado. Considerado como o pior furacão a atingir os Estados Unidos nos últimos 100 anos, Milton chegou a atingir a categoria 5 na escala de intensidade.
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A previsão é de que o furacão toque o solo da costa da Flórida ainda nesta quarta-feira (9), durante a noite, com ventos que podem ultrapassar 300 km/h. Ao Olhar Conceito, Ana Luísa conta que a passagem de Milton tem sido tratada com muita seriedade pelos especialistas e pelos jornais dos Estados Unidos.
"Quem mora na Flórida sabe que todo ano tem furacão, todo mundo meio que já sabe como se proteger, basicamente estocar água, alimento e velas, porque pode cair energia, então tivemos há duas semanas o furacão Helene, que foi do nada e destruiu muito, foi bem pesado. Agora está vindo o Milton que parece ser bem maior que o Helene, está tudo mundo meio preocupado".
Por conta da mudança de tempo causada pela aproximação do Milton, a Flórida foi atingida por uma série de tornados nesta quarta-feira (9). Mais de 20 alertas de tornado foram emitidos pelo Serviço Nacional do Clima dos EUA. Mais de 1 milhão de pessoas receberam ordens para sair de casa e procurar por abrigo.
Ana Luísa explica que ela e a família estocaram comida e água para esperar a passagem do furacão Milton, ela reforça que não há muito a ser feito, a não ser aguardar. A mãe do namorado, que mora em Tampa, cidade que deve ser atingida com "força total" pela tempestade.
"Minha sogra estar aqui já me deixa mais tranquila, porque ela mora na beira de um canal e a casa quase foi inundada no Helene, parece que agora será bem pior. Fico preocupada com as outras pessoas que não tiveram tempo de evacuar ou que decidiram não evacuar, então têm muitas pessoas que vão estar em risco e elas precisam sair de casa logo".
Durante a passagem do furacão Helene, na semana passada, grande parte dos moradores de Gaynesville ficaram sem energia elétrica, conta Ana Luísa. A cuiabana espera que, nas próximas horas, a queda volte a acontecer.
"No Helene foram mais de 200 mortos e pela gravidade do Milton agora não tenho nem ideia de como vai ser. Minha mãe está rezando do Brasil, meu pai está mandando mensagem perguntando sempre, já falei para eles que se acabar a energia e a internet, não teremos como dar notícias, mas estamos fazendo o melhor que podemos, que é nos proteger. No pior caso, a gente corre para um abrigo, tem vários que eles abriram aqui".
Ana Luísa reforça também que o apartamento em que mora e está abrigada com a família no momento é construído com concreto. "Não vai sair voando", explica a cuiabana. Por conta da gravidade do Milton, vizinhos estão colocando sacos de areia nas portas das casas, na tentativa de evitar inundações.
"Não tem muito o que ser feito, só esperar passar e torcer para dar tudo certo. Vou ver quantas notícias consigo dar, porque se acabar a energia, a internet provavelmente vai cair, então não vou conseguir dar muitos updates para o meu povo. Parece que ele chega hoje a noite ou na madrugada, então temos que esperar ainda para ver como vai ser, mas confiar que vai dar tudo certo".
Ela ainda chama atenção para a urgência de medidas contra desastres climáticos como o furacão Milton. "Uma coisa é certa: muita gente vai perder tudo e, infelizmente, muita gente vai morrer. Por isso, precisamos olhar com mais carinho para a mãe natureza e começar a agir logo. O que está acontecendo aqui é resultado do aquecimento global e vai atingir a todos nós".