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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Passeio transforma turistas em 'caçadores' de pérolas em Abu Dhabi

Em Abu Dhabi, cidade que atrai turistas endinheirados com seus hotéis cinco-estrelas e campos de golfe no meio do deserto, até os passeios tradicionais de barco têm seu toque de luxo e terminam com uma joia vinda diretamente do mar.

Visitantes que participam de um tour para conhecer a cultura de pérolas na região podem levar para casa um exemplar como souvenir.

O passeio, de cerca de uma hora, é feito em um barco típico de madeira, originalmente usado por mergulhadores que se arriscavam diariamente em busca da matéria-prima para joias até o início do século 20.

A atividade foi fundamental para a economia do país por muitos anos e decaiu na década de 1930, devido à crise econômica mundial e à concorrência das pérolas produzidas artificialmente no Japão.
O guia que conduz a viagem, Humaid Alhammadi, explica que as pérolas são formadas como uma reação de defesa das ostras a um grão de areia ou a outro tipo de intruso que invade sua concha.

Ele também descreve os métodos que eram usados pelos "caçadores" de pérolas do passado: presos a uma corda e com uma pedra para servir de peso e fazê-los afundar, eles entravam no mar dezenas de vezes ao dia, tateando até encontrar o maior número possível de conchas para levar à superfície.

Como proteção, usavam pequenas luvas de couro nos dedos, óleo de acácia para evitar queimaduras na pele e uma espécie de pinça no nariz, feita de ossos de tartarugas.

As pérolas encontradas eram exportadas, especialmente para a Índia, e enviadas para confeccionar coroas da realeza e outras joias das cortes europeias.

Uma pérola para chamar de sua

Após a explicação, Alhammadi pega uma cesta cheia de ostras fechadas, vivas. Cada turista escolhe uma, que é aberta com o auxílio de uma faca especial. A pessoa deve apertar o molusco procurando a pérola – especialmente no estômago, ensina o guia, que cria um clima de mistério desde o início, com a promessa de que quem encontrar uma pérola poderá levá-la para casa.

Após algumas conchas abertas sem sucesso, a primeira pérola encontrada gera histeria no grupo. Ela é embalada em um saquinho de veludo, junto com a concha, e dada como lembrança para quem a descobriu.
Embora Alhammadi afirme que é necessário abrir centenas de conchas para encontrar uma pérola, ninguém precisou escolher mais do que três ostras para levar sua lembrança para casa.

O guia desconversa quando questionado sobre qual é o “segredo”, e prefere dar ênfase ao caráter educativo do passeio. Segundo ele, a ideia é resgatar um lado tradicional da cultura da região – algo não muito comum em uma cidade em que quase tudo se desenvolveu nos últimos 20 anos.

Mas a Embrace Arabia, empresa que cuida do passeio, enviou a explicação posteriormente ao G1: as ostras abertas na viagem vêm de uma “fazenda de pérolas”, onde são mantidas em seu habitat natural.

A formação de pérolas é induzida por grãos de areia e pequenos pedaços de madrepérola, explica Ali Al Saloom, porta-voz da organização. Ele diz que as ostras são “muito saudáveis” e que cerca de 60% do total têm pérolas em seu interior.

Tâmaras e café
O interior do barco usado no passeio é decorado com tapetes e almofadas com motivos locais.
Durante o trajeto, são servidos café árabe, água, sucos, tâmaras e um prato tradicional.

O tour também é uma chance de dar um mergulho no mar e de fotografar a cidade de longe.
O “Abu Dhabi Pearl Journey” sai da Marina no Hotel Intercontinental. O ingresso custa AED 500 (cerca de R$ 300) para adultos e AED 400 (cerca de R$ 240) para crianças.
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