Olhar Conceito

Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Notícias | Gastronomia

memória afetiva

Com receita de pudim da mãe, mineiro que vive em Cuiabá desde 1983 cria delivery com sabores criativos

Foto: Reprodução

Com receita de pudim da mãe, mineiro que vive em Cuiabá desde 1983 cria delivery com sabores criativos
Aos 19 anos, Marcelo Antônio Vieira deixou Belo Horizonte (MG) e se mudou para Mato Grosso, para trabalhar e morar na fazenda de um tio. Em mais de quatro décadas, ele se especializou como vendedor de carros e teve algumas experiências de trabalho, mas foi durante a pandemia da covid-19 que ele decidiu transformar a receita de pudim que aprendeu com a mãe em fonte de renda. 


Leia também 
Influenciador vai às ruas com perguntas sobre lambadão ou melhor baguncinha de Cuiabá: ‘vivo 100% do perfil”

Os pudins são produzidos no apartamento em que Vieira mora com a esposa, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Por conta da demanda de pedidos, ele ganhou da família um forno próprio para assar os doces, com capacidade para até 50 unidades de 120ml, um dos tamanhos que estão no cardápio, que também tem opções de 500ml e 1100ml. 

“Em 2022, começamos a vender pudim nas festas da maçonaria, fazemos sempre duas ou três festas por ano para arrecadar fundos para quem está precisando, como abrigo dos idosos ou Hospital do Câncer. Decidi fazer, fiz a primeira vez no forno normal, uns 15, ficou bom, nós comemos. Depois, fiz 50 para vender na festa da maçonaria, vendeu, em 2022 fiz 100, em 2023 passei para 150… Foi só aumentando”, lembra Vieira. 

“Em 2024 pediram 200, fazia sempre no meu forno, que é a gás, sempre fazia nele, mas era muito tempo para assar, demorava alguns dias para terminar. Agora tenho um próprio, que assa no vapor, com mais espaço e mais rápido”, continua. 

Único homem em meio a quatro irmãs, Vieira conta que cresceu envolvido nas atividades domésticas, como a limpeza da casa e a ajuda na cozinha. “Minha mãe foi dona de uma cantina do colégio, então trabalhei com ela, ajudava a comprar as coisas”. 

Antes de conhecer a esposa, com quem divide a vida desde 1985, quando se casaram, ele chegou a ficar afastado do hábito de cozinhar, algo que retornou quando formaram a própria família. Nos almoços de família, o pudim feito por Vieira já era protagonista mesmo antes da criação do delivery. 

“O pudim eu fazia para a família, porque era uma receita da minha mãe, então, ela fez a receita, me ensinou, via ela fazendo e comecei a fazer. Então, quando tinham almoços de família, eu sempre fazia um pudim, sempre fiz. Tem uma coisa afetiva”. 

Sabores criativos 

Vieira começou a produção pelos pudins tradicionais, mas aos poucos começou a deixar a criatividade fluir, algo que rendeu sabores diferenciados como ovomaltine, café e chocolate branco com frutas vermelhas. Em dezembro, especialmente para o Natal, ele criou o sabor panetone, que foi sucesso de vendas. 

“Em dezembro estava saindo uma média de 20 a 30 por dia. A receita que eu sigo é diferente, muita gente só conhece o ‘pudim de padaria’, tem uma diferença. Primeiro diferencial é que a receita da minha mãe, depois a forma de fazer, a questão da calda, se você no mercado ou padaria e olhar a calda, você vai ver que ela está branca, se você pegar o meu, você vê a calda firme, isso é a forma de fazer”. 

Entre os clientes, Vieira tem os apaixonados pelo “pudim lisinho”, mas também consegue atender aos que gostam do doce “com furinhos”. 

“Faço das duas formas. Se eu bater de uma forma, ele sai liso, se eu bater de outro, ele sai furadinho… É uma ciência mesmo, uma técnica”. 

Apesar do hobby de fazer pudins ter se transformado em trabalho, preparar e misturar os ingredientes ou fazer a calda de açúcar seguem sendo momentos de relaxamento para Vieira. 

“Adoro vender carros e atender clientes, hoje vendo o processo PCD, aquele carro com isenção, então vendo carros, mas também ajudo nesse procedimento, que é complexo, não é fácil, tento agilizar isso, e o pudim é uma forma de espairecer, fico fazendo com atenção e carinho”. 

Hoje com 61 anos, ele conta que não imagina mais um futuro sem os pudins. “Até falo para minha esposa que vai chegar o momento que a venda de carros vai parar ou diminuir, mas o pudim não. Já me vendo com 70 e poucos anos, vai dar para fazer, porque não é pesado de fazer. Estou fazendo uma feirinha no Residencial Bonavita, às vezes os outros estão desesperados para vender, eu não, gosto de ficar conversando com o pessoal, alguns chegam curiosos com os sabores do pudim, como o de café, experimental e gostam, isso é muito legal”.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet