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Quinta-feira, 20 de março de 2025

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no centro histórico

Desde 2023, fotógrafa registra ‘renascimento’ do Carnaval de rua em Cuiabá: ‘manifestação cultural importantíssima’

Foto: Cami Barros

Desde 2023, fotógrafa registra ‘renascimento’ do Carnaval de rua em Cuiabá: ‘manifestação cultural importantíssima’
Desde 2023, a fotógrafa Cami Barros, de 32 anos, se dedica a registrar o “renascimento” do Carnaval de rua no Centro Histórico de Cuiabá. As imagens de adultos, crianças e idosos sorrindo enquanto o cordão de blocos passa por endereços tradicionais da cidade, como a Igreja da Boa Morte e a Praça da Mandioca, conversam com registros do passado que mostram que a manifestação cultural era tradição para a cuiabania. 


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Cami explica que as imagens serão importantes para que, no futuro, as próximas gerações possam conhecer a movimentação popular em torno do Centro Histórico de Cuiabá. 

Neste ano, o Carnaval de rua foi tema polêmico com políticos conservadores propondo leis para proibir o uso de dinheiro público na folia que foi tímida fora das festas particulares. Já os eventos religiosos, como o Vinde Vede e o Umadecre, reuniram milhares de pessoas na Acrimat e no Grande Templo, respectivamente. 

“Estava até comentando com meu namorado: 'será que daqui 50 anos essas fotos vão gerar esse mesmo sentimento de quando vemos as fotos antigas de Carnaval em Cuiabá?'. Ver que essa construção acontecendo de novo é muito simbólico, daqui alguns anos teremos isso como prova, acho isso muito bonito. Gosto bastante do Carnaval”. 

Em Cuiabá, Cami registra o cortejo do Cordão Vem Quem Quer pelo Centro Histórico. Neste ano, com direito a bateria e pernaltas (artistas em perna de pau), o grupo percorreu ruas tradicionais até se concentrar na rua Engenheiro Ricardo Franco, em um ponto que ficou conhecido pela movimentação do Bloco do Glitter, que também tinha como objetivo resgatar a manifestação nos pontos históricos cuiabanos. 



“Acho isso um absurdo, essa questão do boicote, principalmente políticos falando que não é uma tradição da cidade. Muito pelo contrário, estamos no processo de voltar a essa tradição, ocupar a rua, que é nosso direito. Precisamos de outros fotógrafos para fazer esse movimento acontecer, porque tendo novos olhares e percepções ainda teremos chance de mostrar que isso sim é uma tradição desta cidade”.

Cami começou a fotografar o Carnaval cuiabano por hobby, mas a vivência na folia rendeu sua primeira exposição: ‘Ruas em Movimento’. As fotos foram expostas em frente à Casa das Pretas, na Praça da Mandioca, durante o Cortejo das Artes, realizado pelo bloco Devotos da Mandioca. 

“Foi a primeira vez que fiz evento na vida, sou um pouco fechada e não tinha essa intenção de fazer eventos até fotografar o Carnaval. Fotografei ano passado e esse ano também, cada vez que faço, penso: 'nossa, são as fotos mais lindas que já tirei'. É muito lindo ver esse coletivo, esse pessoal que apesar de todas as adversidades quer fazer o rolê acontecer, é sangue e o próprio dinheiro do bolso, não quer nada em troca além de promover essa alegria. Sou muito grata em poder documentar tudo isso”. 

A fotógrafa ainda sonha em realizar a exposição das fotos “de uma maneira mais adequada e com recursos”. “É uma manifestação cultural importantíssima, não só daqui, mas do país todo, é necessário e importante ter essa visibilidade. Inclusive, convido outros fotógrafos a colocarem seus olhares para mostrar o quão importante essa manifestação cultural é, não só o Carnaval, já fico pensando nas festividades juninas. Mas vejo um coletivo lutando por um mesmo propósito, vamos lutar para fazer o rolê acontecer”.
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