Há mais ou menos dois anos, Carol Lesse, de 34, trocou de vez os projetos de arquitetura pela cozinha, onde produz os doces caramelizados. Entre as balas baianas e brigadeiros com a casca crocante de caramelo, Carol foi pioneira em começar a produzir o "morango do amor" em Cuiabá. O doce é uma versão da maçã do amor, tradicional sobremesa de festas juninas. Neste mês, a Caramelize, loja que ela abriu para se dedicar aos doces caramelizados, tem vendido entre 250 e 300 unidades do morango do amor.
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Carol começou a empreitada de produzir os doces caramelizados enquanto ainda exercia a profissão de arquiteta. No entanto, a paixão pela cozinha sempre esteve presente na vida dela, que chegou a participar de um concurso de cachorro-quente no programa da Ana Maria Braga anos atrás.
O carro-chefe da Caramelize sempre foi o brigadeiro com casquinha de caramelo salgado e sucrilhos, conta Carol. Em seguida vem a tradicional bala baiana. Mas, desde o início de junho, foi o morango do amor que virou febre.
Embora ela já fizesse o doce há mais de dois anos, a versão viralizou nas redes neste São João, ganhando destaque no TikTok e Instagram em todo o país. “Eu já fazia ele, mas esse ano estourou. O Brasil inteiro começou a fazer, mas como é um doce delicado e difícil, nem todo mundo consegue manter a qualidade”, explica.
“O caramelo não é simples, tem técnica, proporção, ponto. Eu fiz curso, estudei, testei. E aos poucos fui deixando a arquitetura de lado”, contou. A virada definitiva na carreira aconteceu quando ela precisou sair da casa da mãe para montar uma cozinha própria e dar conta da demanda crescente. Hoje, atende por encomendas e pronta entrega, com retirada e iFood às quintas, sextas e sábados".
Doce de caramelo salgado coberto por sucrilhos e caramelizado é o carro-chefe da Caramelize. (Foto: Olhar Conceito)
A complexidade do processo de caramelização não é pequena: os doces são mergulhados um a um no caramelo quente, com controle de temperatura e espessura da camada. No morango do amor, a primeira coisa que se percebe é o estalo da casquinha de caramelo feita por Carol, que é fina, brilhante e crocante.
Em seguida, é possível degustar o creme que envolve o morango, que equilibra o toque mais intenso do caramelo. Por fim, aparece a acidez do morango. Carol ressalta que a atenção no ponto certo do caramelo é essencial durante o processo.
“Se o ponto não for certo, gruda no dente. Se a casquinha fica muito grossa, estraga o equilíbrio com o creme e o morango. É um trabalho artesanal, mesmo”, resume. A produção também exige atenção com o armazenamento: precisam ficar refrigerados, senão o caramelo derrete. “Às vezes acham que foi feito errado, mas é o tipo do doce que exige cuidados.”
Além do morango, Carol também oferece maçã do amor, versões mini feitas com balas de coco e um cardápio rotativo de sabores como paçoca, pé de moça e a recém-criada “surpresa de uva no palito”, que será lançada agora em julho.
“O morango do amor não vai sair do cardápio. Talvez eu só tire a cor vermelha depois da festa junina, mas o doce continua. A ideia é manter sempre o frescor da novidade”, diz.
Ela prefere manter o foco apenas nos caramelizados e rejeita pedidos para fazer brigadeiros simples. “Sem a casquinha, já tem muita gente fazendo. Quero ser referência em caramelizados.” E, aos poucos, tem conseguido: “Antes era Carol Lesse, agora o povo me chama de ‘Carol do morango do amor’. Eu acho ótimo”, brinca.