Uma camada fina e crocante de açúcar caramelizado, brigadeiro de leite ninho e morango fresco: o “morango do amor” virou sensação na internet nas últimas semanas e, em Cuiabá, transformou a rotina de duas irmãs confeiteiras. As cuiabanas Ariélle Esmeralda Leite Conceição e Ariane Leite Conceição Formighieri, são as mãos por trás da Dois A's Doceria, onde comandam uma pequena produção de doces que funciona apenas por delivery e retirada. Em menos de duas semanas, as irmãs viram o faturamento saltar em 80%, puxado pelo sucesso repentino da sobremesa que viralizou no TikTok e no Instagram.
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Nos feeds das redes sociais, o algoritmo sugere centenas de vídeos de influenciadores provando ou falando sobre o morango do amor. Para além das telas, o doce caramelizado representou uma renda extra para Ariélle e Ariane, que viram mais de R$ 3 mil entrar no caixa em um único dia, quando venderam 200 unidades do morango do amor.
“Aumentou muito o volume de vendas, ganhamos muita visibilidade também para outros produtos que colocamos no IFood, que não tinham tanta saída e agora estão saindo todos os dias, como geladinho gourmet, bombom de morango e de uva no pote, torta salgada e bolo de cenoura”, conta Ariélle.
A confeiteira explica que o doce se tornou um chamariz, mas o reflexo se estendeu para todo o cardápio. “As pessoas experimentaram o doce e decidiram experimentar outras coisas do cardápio.” Para Ariane, o morango do amor representou algo muito importante para pequenos empreendedores: visibilidade. Algo que nas redes sociais vale ouro.
No caso delas, o “boom” começou há cerca de dez dias, com o produto sendo vendido a R$ 13 para retirada e R$ 17 no delivery via iFood. Desde então, elas precisam repor o estoque diversas vezes por dia.
“Hoje nós fizemos morango do amor três vezes, agora estou fazendo novamente, porque hoje foi funcionar até mais tarde no IFood, mas é o tempo de colocar e ele esgota rapidinho. Hoje mesmo, quando abri a loja, tinha 50, foi uns 40 minutos e acabou tudo. Agora pausei de novo e já tem gente perguntando se ainda vai ter morango do amor hoje, por isso estou fazendo mais uns 40”, relata Ariane, entre um processo e outro na cozinha.
A demanda é tanta que, segundo ela, o produto já começou a subir de preço no mercado por conta da procura e já está ficando difícil de ser encontrado. Para as irmãs, estar atenta às febres gastronômicas que nascem nas redes sociais é mais do que tendência, é estratégia de sobrevivência. “
Eu acho que você tem que acabar acompanhando essas tendências virtuais, é uma oportunidade de crescimento. Tem muito cliente que não vai ficar só no morango do amor, ele vai comprar outro produto seu, vai gostar e vai continuar comprando”, afirma Ariane.
O que começou como uma sobremesa da moda virou porta de entrada para novos clientes, encomendas maiores e reconhecimento para o negócio. “Hoje mesmo veio uma pessoa que comprou pelo IFood, experimentou, gostou e encomendou 20. Querendo ou não, é uma visibilidade que você tem. Eu trabalho com encomenda, já recebi encomenda de bolo e brigadeiro. É um gatilho que você tem para as pessoas conhecerem mais o seu produto.”