Olhar Conceito

Domingo, 16 de novembro de 2025

Notícias | Gastronomia

receita própria

Cuiabana une maternidade atípica e empreendedorismo com pequeno negócio de empadas em Cuiabá

Foto: Reprodução

Cuiabana une maternidade atípica e empreendedorismo com pequeno negócio de empadas em Cuiabá
Em meio às incertezas da pandemia da covid-19, Angélica Karine de Lima, hoje com 37 anos, encontrava na cozinha um caminho possível. Mãe da pequena Maria Rita, diagnosticada com autismo nível 1 de suporte, Angélica se viu, na época, com uma bebê de três meses e a necessidade de arcar com as contas de casa, que estavam "apertadas". Foi quando ela decidiu empreender. Nasciam as primeiras empadas.


Leia também 
Cuiabana cria versão pet do morango do amor e aumenta faturamento em mês de poucas vendas

“Na época somente meu ex-marido trabalhava e as coisas apertaram. Sempre fui bem na cozinha, pois tive avó e mãe que sempre ensinaram todos os truques de como cozinhar bem. Com isso veio a ideia de vender empadas”, conta. A vontade de ajudar nas despesas e a ansiedade de não conseguir ficar parada a impulsionaram. “Fui procurar estudar sobre dicas de empreender sem sair de casa.”

Apesar do talento natural, o início foi marcado por tropeços. “No começo, errei muito, queimei receitas, acertei outras sem nem saber como”, relembra. Mas foi na insistência que Angélica descobriu que cozinhar não era só um ofício, mas também uma forma de expressão e afeto. “Cada prato carrega um pedacinho da minha história e da minha dedicação.”

A maternidade atípica transformou sua vida e, também, sua relação com o trabalho. Maria Rita exige cuidados constantes com fonoaudiólogos e psicólogos, e ainda está no início de um processo de alfabetização que demanda atenção intensa.

“Ela precisa de acompanhamento constante, o que exige de mim uma rotina bem estruturada. Muitas vezes preciso adaptar meus horários de produção e entregas para atender às necessidades dela”, explica.

Além da filha mais nova, Angélica também é mãe de Luís Henrique, o mais velho, que se tornou parte dessa engrenagem de afetos e compromissos. Trabalhando como CLT e mantendo a produção das empadas em paralelo, ela encara cada fornada como um gesto de resistência e de cuidado com o futuro dos filhos.

“Ser mãe atípica exige presença e dedicação em tempo integral, e isso me ensinou a ser mais forte e organizada.”

O negócio tomou forma quando as empadas começaram a provocar mais do que saciedade. “Elas despertavam sorrisos. As pessoas começaram a elogiar, pedir mais, indicar para outras, e eu entendi que ali havia uma oportunidade.”

A receita de frango com requeijão foi a primeira que deu certo e até hoje é o carro-chefe. “Ela tem um significado enorme pra mim, pois me lembra o início de uma nova fase na minha vida.”

Mais do que uma fonte de renda, o pequeno negócio representa recomeço e autonomia. “Cada empada, cada bolo que preparo carrega amor, esperança e o sonho de oferecer uma vida melhor para meus filhos. É meu jeito de mostrar a eles que, mesmo diante das dificuldades, é possível construir algo bonito e cheio de propósito.”

Ao longo da trajetória, Angélica também passou a ser inspiração para outras mulheres. “Muitas mães atípicas se identificam com a minha trajetória, compartilham seus desafios e conquistas. Esse apoio mútuo cria uma rede de força e esperança que me motiva ainda mais.”
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet