A repercussão nacional sobre bebidas adulteradas com metanol tem deixado clientes de bares especializados em drinks de Cuiabá em alerta. Alguns clientes, preocupados com o risco chegam a tentar cancelar as bebidas alcoolicas em eventos mas, apesar do receio, o setor segue funcionamento normalmente, de acordo com o empresário e bartender Esdras do Santos Silva, de 38 anos.
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Proprietário do Vegas Drinks, que existe ha oito anos, ele contou ao Olhar Conceito o medo dos clientes ainda não gerou prejuizos concretos. Apesar do receio, Esdras garante que a empresa segue trabalhando normalmente e reforça a confiança nos fornecedores. “Alguns clientes vieram até querendo cancelar, mas comprovamos a procedência das bebidas. Nosso tempo de serviço e a confiança que construímos ao longo dos anos têm sido essenciais para transmitir segurança aos clientes”, explicou.
Para o empresário, a notícia foi recebida com surpresa. “A gente nunca imaginava que o pessoal fosse usar isso, que existem bebidas falsificadas. Todo mundo conhece, mas não a ponto de colocar a vida das pessoas em risco”, afirmou. Para ele, o problema não depende dos bares locais, mas de fornecedores de bebidas que podem não estar atentos.
No último final de semana, o Vegas Drinks participou do show do Zeca Pagodinho, no buffet Allure Music Hall, e vendeu quase 600 drinks. Ele conta que penas três pessoas questionaram sobre a presença de metanol. “Todo mundo está com o pé atrás para o consumo das bebidas, mas isso não significa cancelamento”, disse.
De acordo com ele, a empresa trabalha com fornecedores confiáveis e mantém estoque próprio, evitando problemas. “Eu compro estoque, vou mantendo, e desde dois meses para cá não tivemos nenhuma reclamação. Aqui no Mato Grosso, até agora, não surgiu nenhum caso de metanol”, reforçou.
Ainda não existe um teste rápido para identificar metanol nas bebidas, embora pesquisas estejam em andamento. Pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), por exemplo, criaram um método rápido de identificar a contaminação. No entanto, eles agora buscam meios de produir em larga escala e trabalham em um novo mecanismo: um canudo que muda de cor ao entrar em contato com a substância.
Para Esdras, é importante que o teste seja feito na frente dos clientes para garantir a segurança nos drinks. "Se tivesse um teste disponível, seríamos dos primeiros a usar, porque não podemos deixar o ramo parar. O ideal é poder comprovar na frente do cliente, mas infelizmente ainda não há solução pronta”.
A procura por drinks sem álcool permanece constante, independente do problema com metanol. “Mesmo antes dessa questão, os clientes sempre pediam opções sem álcool para incluir todos os convidados nos eventos. Não houve aumento expressivo na procura, mas mantemos essas opções”, disse.