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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Patrimônio Histórico

Governo devolve prédio da Casa Barão de Melgaço à Academia de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico

Foto: Arquivo Pessoal

Governo devolve prédio da Casa Barão de Melgaço à Academia de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico
Depois de “150 anos de problema e 50 de expectativa”, a propriedade do prédio da Casa Barão de Melgaço passará para a Academia Mato-Grossense de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico (IHGMT). Os detalhes da “confusão” de décadas foram resolvidos nesta quarta-feira (06), quando o Governo do Estado de Mato Grosso concordou em assinar novo contrato, passando assim o recinto histórico para “seus verdadeiros donos”.

No século XIX, o que é hoje o casarão histórico e sede dos acadêmicos de letras e do instituto geográfico era antes a chácara de Augusto Manuel Leverger, o Barão de Melgaço, que dá nome ao estabelecimento. Na época, era sua propriedade privada.

Quando o Barão morreu, em janeiro de 1880, seus sucessores assinaram um contrato com o Centro Cultural de Mato Grosso, deixando a chácara na posse e propriedade da instituição. Em 1921, o Centro Cultural tronou-se o que conhecemos hoje como Academia Mato-Grossense de Letras, que junto com o IHGMT, herdou a propriedade dos sucessores do Barão de Melgaço.

A propriedade extensa chegou até mesmo a guardar máquinas do Estado. Era muito freqüentada por professores de direito, também membros da academia de letras. Foi então que este grupo decidiu construir “um largo do São Francisco em Cuiabá”. Ou seja: usariam o terreno para construir uma faculdade de direito.

E por um bom tempo a bela construção foi sede da primeira faculdade de direito de Cuiabá e, ao mesmo tempo, da Academia e IHGMT. No entanto, em 1970 a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi inaugurada. A faculdade de direito, então, mudou de lugar e deixou o casarão. Mas um dos motivos da confusão sobre quem é o dono do estabelecimento é que, nesta mesma época, os acadêmicos de letras assinaram um contrato dizendo que a casa de Barão de Melgaço pertencia à UFMT.



O casarão, aos poucos, foi sendo desocupado, as pessoas pararam de frequentá-lo e, por 40 anos, ficou abandonado. Foi então que a Caixa Econômica começou a especular a compra do estabelecimento, mas ex-governador Blairo Maggi, relutante em deixar a posse de um patrimônio histórico passar para outros que não o Estado, fez uma permuta com o Governo Federal.

Em troca da propriedade do prédio de Barão de Melgaço, Maggi construiria o edifício da faculdade de direito na UFMT. Foi assim que o patrimônio então passou novamente para o governo.

“Mas são 2.500 metros de patrimônio mato-grossense parados”, disse Eduardo Mahon, advogado e membro da academia de letras. O prédio possui acervo com documentos históricos extremamente raros, um anfiteatro que precisa ser reformado e espaço grande que pode ser usado de maneira produtiva.

Com isto em mente, os membros da academia de letras e do IHGMT fizeram um novo contrato com o Governo, que será assinado na semana que vem pelo Governador Silval Barbosa, os presidentes da Academia e do IHGMT, bem como pelos secretários de Cultura e Administração.

Com a propriedade do estabelecimento, a Academia e o IHGMT, a partir do ano que vem, irão começar projetos e acordos para revitalizar a casa de Barão de Melgaço.
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