Olhar Conceito

Sábado, 04 de maio de 2024

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arte e paixão

Profissionais revelam muito mais que as lentes no Dia Nacional do Fotógrafo

Foto: Mario Friedlander

Santos Pantaneiros por Mario Friedlander

Santos Pantaneiros por Mario Friedlander

Com máquinas em punho e olhares afiados, o mundo ao seu redor é parte de um retrato que deve ser desvendado. É crítica, é arte, é paixão, é uma arma. Nesta quarta-feira, dia 8 de janeiro comemora-se o Dia Nacional do Fotógrafo. Hoje em dia, com a inserção tecnológica e câmeras fotográficas embutidas em smartphones, tablets e com preços acessíveis, a fotografia está ao alcance de todos. Mas, a fotografia como arte aliada a técnica e ao olhar afiado, prometem revelar esferas do mundo e da vida, que não podem ser encontradas em nenhum Instagram.

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Para homenagear os fotógrafos que moram em Cuiabá ou nasceram aqui, e que de alguma forma contribuíram para a cultura e a arte no Centro-Oeste, o Olhar Conceito separou a visão de alguns renomados profissionais como Rai Reis, Mario Friedlander, José Medeiros, Tchélo Figueiredo e Lucas Ninno (que já concederam entrevista a este veículo).

Desde a década de 80, Mario Friedlander atua na fotografia com uma pegada crítica e a defesa ambientalista. Já são 30 anos de trajetória, e Friedlander considera a câmera como uma verdadeira arma. “Quando percebi o poder da fotografia, eu me entreguei”, disse em entrevista sobre mudanças que alcançou como a criação do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, da qual atuou ativamente. Friedlander além de fotografar a natureza e sair em busca de novas aventuras, também faz um registro profundo sobre os povos tradicionais.


Foto de Rai Reis

Já Rai Reis concedeu entrevista ao Olhar Conceito quando lançou o seu livro: Cuiabá – Tradição e Modernidade. “Não podemos esperar a criatividade. Temos que ir atrás dela”, revelou. O fotógrafo também explica que faz por necessidade, porque tem que fazer. “A fotografia é uma caçada. Sou profissional, mas também fotografo para relaxar. É uma abstração. Você esquece do mundo e cria seu universo pessoal com a imagem, e isto exige concentração total que te desconecta. Um buraco da fechadura que reenquadra o mundo. É um vício”, assim definiu a sua arte.

José Medeiros organizou a I Maratona Fotográfica de Cuiabá que resultou em mais de 100 fotógrafos participantes que deveriam registrar a cidade com seu olhar. Na ocasião, o fotógrafo encaminhou um texto sobre a fotografia para marcar a memória de Mato Grosso com as mudanças que ocorrem devido a Copa do Mundo de 2014.


Foto de José Medeiros

“A ideia é fazer com que a fotografia de Mato Grosso comece a mostrar a sua cara, mas fazendo as pessoas entenderem que não precisam fazer uma grande viagem para produzir uma boa foto. Idealizador da Maratona, insisto na ideia da simplicidade para estimular a formação de ainda mais fotógrafos locais. "A boa foto", defendo, "pode estar no seu quintal”, concluiu José Medeiros.

Foto de Tchélo Figueiredo
Outro fotógrafo que atua em Cuiabá, Tchélo Figueiredo ressaltou que a fotografia pode ser arte, paixão e trabalho. “Pode ser os três e ao mesmo tempo nenhum.. Mas no meu caso, seria amor a esta arte que resulta em trabalho. É a minha vida, é o que eu escolhi para fazer. É algo que não consigo descrever simplesmente em poucas palavras. Mas me realiza e sei que cada dia cresce mais dentro de mim a criatividade de produzir mais coisas e mais coisas.. já tenho até uns ensaios marcados. Vocês verão em breve”, salienta.

Lucas Ninno foi se aventurar lá no Chile. Da paixão pela fotografia artística surgiu a oportunidade de aliar este olhar mais sensível com o fotojornalismo, tendo sido contratado pela United Press International (UPI). Cobrindo protestos que assolam o país, Ninno conta que os coquetéis molotov, gás lacrimogêneo, spray de pimenta, são alguns dos empecilhos na hora de registrar o momento.

Mas, Ninno ressalta que a melhor foto é aquela que consegue narrar o que aconteceu. “A melhor foto faz pensar, diz algo a mais para o leitor, e sintetiza o sentimento geral daquele acontecimento. Todos nós buscamos isso. É a medalha de ouro do fotojornalismo. Mas, conseguir tirar essa foto são outros 500, é uma soma de fatores”, disse.

“Às vezes você tem que sair do ‘quebra-quebra’, e entender que apesar disso chamar muita atenção e ser o epicentro dos protestos, uma manifestação é mais que isso. A melhor foto pode estar longe do gás lacrimogêneo também”, esclareceu.


Foto de Lucas Ninno

Para o fotógrafo, o maior desafio é trazer um material criativo. “A tendência é que a imprensa e a arte se misturem cada vez mais, e claro, levo minha parte autoral paralelamente a isto”.
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