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O que é Swing, como ele funciona em Cuiabá e qual a programação de carnaval; Confira

01 Mar 2014 - 17:32

Especial para o Olhar Conceito - Cecília Neves

Muitas pessoas concordam que a monogamia é algo complicado da qual não conseguimos nos livrar. Nem todos, no entanto, são adeptos a este tipo de relacionamento, senão não teríamos a poligamia, poliamor, relacionamentos completamente abertos, dentre tantos outros que seria impossível citar em um discurso rápido. Mas alguns casais resolveram que não queria abrir mão da monogamia, mas também não queriam abrir mão de aventuras sexuais. E foi assim que surgiu o Swing ou, como eu gosto de chamar: “Relacionamento relativamente liberal”.

“Mas por que o relativamente, Cecília?”, você me pergunta. E eu te respondo: Porque o Swing, por mais que tenha uma roupagem de sexo selvagem, festas incessantes e liberdade total, é cheio de regras. E não são regras gerais, que servem para todo mundo. Cada casal tem seus limites específicos. Alguns não permitem beijo na boca, outros preferem que a troca seja feita somente entre as mulheres e, em alguns casos, não há nem a troca.

Estas práticas ditas liberais não são exclusivas de grandes centros, como São Paulo ou Rio de Janeiro. Na verdade, elas crescem cada vez mais em lugares como Cuiabá e têm grande número de adeptos no interior de Mato Grosso. Inclusive, há uma programação extensa para os “swingueiros” de Cuiabá durante o carnaval. Tudo bem, sinto que precisamos de alguns segundos para respirar e digerir a informação.
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Pronto? Então conheça Amanda, 23 anos, casada desde os 18 e adepta do swing. Ao contrário de muitos casais, Amanda e seu parceiro não são cheio de regras. Amanda é bissexual e seu marido é heterossexual, uma característica quase que predominante nos praticantes de swing mato-grossenses. Eu sei que você deve estar morrendo de curiosidade para saber como funciona o swing na nossa Cuiabá patriarcal e puritana e provavelmente já tem algumas abas abertas com as palavras “Swing Cuiabá” no Google. Mas não se preocupe, Amanda concordou em contar como o Swing funciona. Não que você tenha ou vá se tornar swingueiro.

Como funciona o swing em Cuiabá


“Ok. A regra número um do swing é: todos devem estar de acordo. Ninguém vai fazer nada que não queira. Seu parceiro não pode simplesmente entrar para a cena swingueira sem você. Não é assim que funciona. Swing é sobre o casa achar uma nova variação da monogamia que sirva para os dois e não só realize os desejos de um. E traição é extremamente ‘proibida’”, explicou Amanda.

Em um mundo onde o sexo com outras pessoas é permitido sem que haja malefícios para o seu relacionamento afetivo, traição é vista de uma forma muito pior que em situações padrões. Trair numa situação onde o Swing é permitido é como querer comer brócolis em uma churrascaria. A maioria te olharia com uma careta, sem entender como alguém pode querer brócolis no lugar de uma boa picanha. Mas é claro que sempre tem alguém que é vegetariano.

E além de ser cheio de regras, o mundo do swing é bastante exclusivo, até mesmo na internet. Boa parte dos sites especializados no assunto só aceita novos membros se estes forem “apadrinhados” por outro casal. Algumas festas também só podem ser freqüentadas por indicação.

No entanto, em uma casa de swing, que funciona como uma boate normal – mais a questão do sexo, claro - não tem como fazer este tipo de restrição de quem entra ou não. Mas apesar disso, solteiros homens não entram ou têm a entrada limitada. Solteiras mulheres, por outro lado, não só são bem-vindas, como também são cobiçadas. Há um pouco de machismo até mesmo nos lugares mais “liberais”, mas levando em consideração os casos de violência contra a mulher e como o swing é visto em rodas que desconhecem o assunto, isto é compreensível.

“A solução que a maioria dos casais adota para contornar esse ‘exclusivismo’ é entrar em contato com outros pelo email, mural de sites de casa de swing e sites de anúncio”, disse Amanda. E quando ela diz sites de anúncio, não é especializado em sexo ou swing: É de qualquer coisa, desde uma casa até uma camiseta usada. E é geralmente assim que as pessoas começam a fazer parte do círculo social swingueiro: trocando emails e se aventurando em encontros onde você realmente não sabe o que pode acontecer.



Pode ser perigoso, esquisito e potencialmente trágico. Ninguém é orientado a fazer isto, até porque casais costumam ser muito discretos e dar poucas informações substanciais sobre sua vida privada. Mas muitos – a maioria, na verdade – fazem. Uma solução para quem não quer se arriscar são as festas da casa de swing de Cuiabá. Você pode ir só para conhecer, ninguém é obrigado a fazer nada, e ver como as coisas funcionam na prática. Alguns casais são desinibidos e outros muito tímidos. É exatamente que nem na vida real – com a diferença que todos estão a procura de uma “monogamia personalizada.

Quer saber mais sobre a programação de carnaval das casas de swing de Cuiabá? Clique AQUI (Para maiores de 18 anos).

*Cecília Neves é escritora, curiosa sobre o sexo, relacionamentos e idiossincrasias humanas. Ela escreve no Olhar Conceito aos domingos e quer que você compartilhe experiências pelo e-mail cecilia.neves25@gmail.com. Para acompanhar mais textos de Cecília, curta a página “Era do Consentimento” no facebook clicando aqui.




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