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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Street Art

Documentário "Cidade Cinza" encerra Cinemato; Diretor e artista plástico fazem intervenção na cidade

Foto: Stéfanie Medeiros

Jhon Douglas

Jhon Douglas

A luz de fim de dia batia no muro e fazia com que as cores de tons neutros, mas mesmo assim vividas, tornassem-se ainda mais vibrantes. Com gotas de suor caindo da testa, mas um sorriso no rosto, estavam Jhon Douglas, que junto com Julio Diniz, é fundador do Studio Cabron, e Guilherme Valiengo, um dos diretores do documentário “Cidades Cinza”, colorindo, cada um ao seu estilo, um muro em branco da Avenida Presidente Marques.

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O documentário “Cidade Cinza”, dirigido por Valiengo e Marcelo Mesquita, será exibido nesta quarta-feira no Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (Cinemato), às 21h. Ele mostra como a prefeitura de São Paulo pinta de cinza obras de arte que colorem a cidade. Um dos exemplos citados no longa são os irmãos Nunca e Nina, artistas famosos internacionalmente, cujo trabalho é exposto em museus e galerias no exterior. No entanto, em São Paulo, os grafites dos irmãos são repintados de cinza pela prefeitura. E é exatamente esta a reflexão que documentário traz: Por que pintar de cinza obras que dão mais vida à cidade?


(Guilherme Valiengo)

Guilherme Valiengo, com sprays nas mãos e várias ideias na cabeça, afirma que estas obras vão além de seus desenhos, pois representam a liberdade que o cidadão tem de trazer mais cor ao cotidiano dos centros urbanos. “Por que a prefeitura fica preocupada em gastar dinheiro apagando arte? Este dinheiro podia ser encaminhado para saúde, educação, dentre outros”, explicou Valiengo.

Ao saber que Valiengo estava na cidade, Jhon Douglas não perdeu a oportunidade de convidá-lo para pintar. “Como ele é de fora e o documentário faz parte da programação do Cinemato, o pessoal concordou em ceder o espaço”, explicou Jhon, trazendo à tona a discussão da valorização dos artistas regionais, principalmente no que diz respeito à Street Art. “Muitas pessoas não sabem o que é grafite e, quando sabem, acham que é vandalismo. Mas na verdade é mais uma forma de expressão artística”, explicou.



Na tarde desta quarta-feira (26), Guilherme Valiengo explorava as formas geométricas em seus grafites. Algumas partes mostravam triângulos, outras flechas. “Algumas pessoas dizem que os triângulos são as flechas que ainda não saíram, então não tem como definir muito bem”, disse ao Olhar Conceito.

Já Jhon Douglas pintava um personagem muito recorrente em seus trabalhos: O homem de máscara com o vazio dentro de si. No muro, estava só a máscara devido à falta de tempo. “Nós usamos máscaras para muitas coisas, tanto positivas, quanto negativas. Eu geralmente desenho o corpo vazio, porque usamos tanto as máscaras que não temos mais nada além disso”, disse Jhon, contemplando sua arte do outro lado da rua.



Lembrando que hoje é o último dia de programação do Cinemato. Além da exibição de documentários, dentre eles o “Cidade Cinza”, haverá também um “after party” com Serguei e a premiação do Festival.

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