Ao abrir uma matéria, revista ou jornal, nosso olhar vai direto e primeiramente para a imagem, seja ela boa ou ruim. A diferença de quando a fotografia tem qualidade é que ela prende o nosso olhar, conta uma história sem palavras, mas que ganha vários outros significados através de expressões, lugares, composições, pessoas e situações.

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Arte e leveza em meio ao caos de obras da Copa pelas lentes de fotógrafo cuiabano ; veja fotos

“Nós temos que parar de fazer fotografias que só ilustram e começar a fazer imagens que contam uma história”, disse o fotojornalista premiado internacionalmente, Lucas Ninno. Ele trabalhou por um tempo em Cuiabá, mas há pouco mais de um ano, mudou-se para o Chile, onde continua seu trabalho como repórter fotográfico.


(Imagem feita pelo fotojornalista cuiabano Lucas Ninno em um protesto no Chile)

Ninno conta que a desvalorização da fotografia em Cuiabá não é generalizada, mas que é especificamente complicada na imprensa regional. “A falta de entendimento do que é fotojornalismo era o principal problema. Para você ter idéia, em todos os jornais que trabalhei, nenhum possuía um editor de fotografia. O fotógrafo era um mero acompanhante do jornalista, então, pode-se dizer que poucas vezes você vê fotojornalismo de fato sendo feito em Cuiabá. Nesse sentido a desvalorização, não monetária, mas do trabalho em si, é muito grande”, explicou Ninno.

Lucas ainda cita a pouca competitividade entre os veículos de comunicação no quesito fotográfico. “Eu acredito que, no caso de Cuiabá, a baixa concorrência entre os meios de imprensa leva a essa desvalorização do papel da fotografia. Tenho certeza que se um dos sites de notícia começasse a produzir fotojornalismo de verdade, os acessos iriam aumentar. As pessoas sempre querem ver as fotos da notícia. As galerias de fotos na web são muitíssimo acessadas” disse.


(Intervenção artísticas nas obras da copa feita pelo fotógrafo Tchélo Figueiredo)

E neste cenário onde os fotojornalistas são substituídos por tablets, onde o jornalista é sobrecarregado com múltiplas funções, a classe dos repórteres fotográficos sofre com outro problema: A falta de união e articulação entre os profissionais da área. Pensando nisto, o fotógrafo Tchélo Figueiredo idealizou a “Confraria fotográfica”, que terá sua primeira edição nesta quarta-feira (12).

Este primeiro encontro será na Praça da Mandioca, a partir das 20h, com o objetivo de reunir os fotógrafos, sejam eles profissionais ou amadores, de Cuiabá. A ideia surgiu quando Tchélo começou a observar a situação de trabalho da classe e, em conversas com o fotógrafo José Medeiros, decidiu fazer a Confraria.


(O homem pantaneiro pelos olhos do fotógrafo José Medeiros)

A princípio, o primeiro evento seria um churrasco na casa de José Medeiros, que fica próxima à Praça da Mandioca. Mas como Tchélo e José não sabiam quantos profissionais participariam, escolheram a própria praça como sede. “É um lugar boêmio, onde as pessoas já têm o costume de se encontrar. A primeira confraria vai ser só um cartão de apresentação, para as pessoas se conhecerem, mas já levaremos pautas pra discutirmos”.

A ideia é que a Confraria Fotográfica torne-se um evento mensal ou semanal, de forma que a classe passe a se encontrar com freqüência, discutir os problemas da profissão e também conversar sobre novos projetos, trabalhos e ideias. “De uma mesa de bar surgem grandes ideias”, resumiu Tchélo.

Serviço:

Confraria Fotográfica
Data: quarta-feira (12)
Horário: A partir das 20h
Local: Praça da Mandioca