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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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dia nacional da poesia

Rolézinho poético no Terminal do CPA: "A Poesia é Pública" comemora o dia 14 de março

Foto: Reprodução

João Ninguém, um solitário a caminhar por poesia

João Ninguém, um solitário a caminhar por poesia

No ir e vir do dia a dia, no movimento urbano, se transmuta em poesia para quebrar o silêncio surdo do trânsito e de cada um que por ali passava. Este João que é Ninguém, mas é um João como muitos outros solitários neste Brasil de Brasis, que caminha para enveredar na poesia, e trazer luz, calma ou agitação aos corações. Já são três anos de tradição: desde 2012, convoca através das redes sociais, uma intervenção artística nos terminais de ônibus em que recita poesia no Dia Nacional da Poesia, que será nesta sexta-feira, 14 de março. João Ninguém quer despertar a poesia, provocar a poesia, para assim, tocar o outro, da forma que for. “A Poesia é Pública” é para todos.

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João Ninguém propõe desafios nas redes sociais, além de convidar a todos que conhece, para participar da intervenção que este ano será no Terminal do CPA I às 8h na sexta-feira, e depois ir até o Terminal do CPA III. Dependendo do tamanho do grupo, alguns irão para a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no Restaurante Universitário, enquanto outros liderados por João irão até a Praça do Porto. Ele convoca a todos que conhece para compartilhar uma poesia para que possa compilar as escolhas em panfletos para distribuir no Dia da Poesia.

A ação de João Ninguém está sendo divulgado através da página no Facebook, “Tão incrível que parece Cuiabá”. Em 2013, a intervenção foi documentada por Thiago Bezerra Benites, e captou as imagens de João e Neyres Taveira recitando poemas de poetas brasileiros, mato-grossenses como Antônio Sodré, Antônio Carlos Lima e Manoel de Barros, entre portugueses e outros.

A ideia é como uma pregação que são recorrentes no ir e vir do dia a dia, principalmente do transporte público. E o documentário realizado em 2013 demonstra esta correlação entre a pregação do evangelho e a da poesia, já que no vídeo, um homem chama a atenção dos transeuntes com a palavra de deus. O contraponto é João e Neyres que declamam, recitam, e tocam o coração do próximo com a palavra dos homens.

“Em certo sentido esse é um modo direto de ter acesso às pessoas, principalmente nos ônibus. O espaço é pequeno, elas não tem para onde fugir (risos). Eu já fiz divulgação de eventos nos ônibus, falava e distribuía panfletos, acho que é um lugar alternativo para quem não tem acesso aos meios tradicionais de divulgação e deseja alcançar o povo”, explicou João.

Uma invasão da cidade com arte. “O Roberto Piva em um poema diz que seria mais produtivo ter bibliotecas de poesia na FEBEM, e eu acredito mais ou menos nisso. As pessoas gostam de poesia, mas ela não existe em sua realidade comum”, observou.

Recite, grite, cante e declame. Os dias precisam de mais poesia.

Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
e as estrelas lá no céu
lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?


Paulo Leminski


Confira o vídeo do projeto "A Poesia É Pública" realizado em 2013: 

A POESIA É PÚBLICA from CINEMONSTRO on Vimeo.

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