Com apenas a coragem na mala e a câmera fotográfica em mãos, a ousadia da jovem fotógrafa Rany Carneiro revela o universo peculiar daqueles que dispensam uma rotina comum, para se embrenhar na arte. O caminho é difícil e Rany trilha seus passos em uma viagem investigativa, que busca retratar o mundo através do seu olhar pessoal, para desvendar realidades e sonhos. Em 2013 foi passar as férias em Valparaíso no Chile, e desde então, não retornou à Cuiabá e faz desta experiência um encontro com seu eu artístico para colocar em prática projetos que dialoguem com estes percursos na América Latina.

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O rompimento de Rany Carneiro começou ao largar o curso de Direito por uma faculdade de Artes, que cursa desde 2008 no Rio de Janeiro na UniRio em interpretação teatral. Ainda não se formou devido a experiência na América Latina, mas pretende retomar a vida em 2015, após perambular por mais um ano em busca de novos olhares e experiências.

A relação com o teatro foi o que impulsionou a sua carreira no sentido de se fazer arte, tendo no currículo duas companhias de teatro, sendo uma delas o Grupo Mosaico de Cuiabá, em que entre o ano de 2009 e 2012 esteve nos espetáculos Romeu & Julieta e Anjo Negro. Além de trabalhar com assistência em todas as áreas do teatro como direção, figurino, cenário e produção.



Desde 2010, a fotógrafa realiza um registro dos espetáculos teatrais, dentro e fora da universidade. O resultado das ocorrências do seu olhar estão disponíveis em seu site Rany Carneiro aonde encontram-se fotografias de projetos pessoais (Eutratos), Teatros e Shows (Brasil e Chile), Momentos (registros de lugares e situações).

Com o apoio de amigos do meio artístico de Valparaíso, decidiu ficar e se vira como dá: vende brigadeiro em bares, recepcionista ou faxineira. Rany não pode ter tempo ruim já que decidiu abraçar uma vida quase “nômade”, em que leva a vida dentro de uma mochila para vivenciar o máximo de lugares e pessoas possíveis. Esta aventura fotográfica impulsiona o desejo pela arte e pela vida.

“Então eu defino que estou em um ano ‘sabático’ do teatro e do Brasil e volto para o Rio de Janeiro em fevereiro de 2015 para terminar a universidade, mas até lá, tenho toda uma América Latina para percorrer. Estou programando ir á Patagônia (organizando roteiro, grana e locomoção) em abril e depois Buenos Aires”, contou.

A fotógrafa também firmou uma parceria com a revista onlina Vira Mundo e Mundo Virado que posta suas fotos com pequenos textos explicativos. A ideia é viajar até dezembro para continuar com suas fotografias, que devem resultar em uma exposição ou mesmo um livro. Porém, o projeto se foca em divulgar em exposições pelos lugares aonde fotografou, o registro deste tempo e momento.



“É como uma viagem investigativa para apurar o meu olhar como fotógrafa, para registrar/documentar lugares e relações”, explicou. Quando foi para Valparaíso, Rany tinha duas ideias de performance fotográfica. A primeira consistiu em deixar um caderno com fotos de todos os tipos e deixar em um espaço público e filmar de longe para registrar a interação entre transeuntes e obras de arte. A outra performance era doar fotografias nas portas de casas de distintos bairros de Valparaíso.

Nesta empreitada, Rany também iniciou um projeto com duas fotógrafas, uma chilena e outra espanhol em que começaram uma “Colektiva Lafotográfica” em que a base será a figura da mulher, no mundo, na sociedade, na política e por detrás das câmeras.

“Tento registrar de tudo: lugares, pessoas, situações e por isso denominei ‘investigação’, porque ainda não tenho um cerne definido. Tenho as fotografias de teatro, o registro artístico. Mas é um caminho diferente este que estou, é registrar sem discriminação um pôr-do-sol, uma janela ou uma mãe com seu filho no bar”, concluiu.

Para conhecer mais do trabalho de Rany, acesse seu site clicando AQUI.