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Cuiabá: 295 anos de muitas mudanças ao lado de centenárias obras que homenageiam o passado

08 Abr 2014 - 16:28

Especial para o Olhar Conceito - Thalita Araújo

Foto: Rai Reis

Cuiabá: 295 anos de muitas mudanças ao lado de centenárias obras que homenageiam o passado
Neste 8 de abril Cuiabá comemora seus 295 anos. Um pouco confusa, bastante “recortada”, em busca de progresso e melhor estrutura à sua população. Mas, em meio ao moderno e ao novo, muitas obras antigas relembram a capital de anos atrás, paredes cheias de histórias para contar.

E é importante relembrá-las, preservá-las em meio a todas as novas imponentes obras que se executam.

Fizemos a seleção de apenas alguns pontos históricos na cidade, com um breve resumo, em homenagem à querida Cuiabá e todas as pequenas e grandes obras que formam esta calorosa cidade:

Palácio da Instrução: do abrigo das armas ao imenso poder dos livros

Um local que antes abrigava uma unidade federal militar e suas armas, hoje dá lugar a outro tipo de arma, talvez a mais poderosa de todas elas: os livros. Muitas décadas se passaram para que fosse feita essa transição, mas em todas elas havia algo em comum, a imponência do prédio chamado Palácio da Instrução.

Localizado em frente à Praça da República, pequena porção da cidade onde primeiro se concentraram os grandes poderes – religioso, político e militar – o prédio de estilo Neoclássico chama a atenção de quem passa pelo Centro de Cuiabá.

No período imperial o espaço era ocupado pelo 21º Batalhão de Infantaria. Em meados de 1889, quando da Proclamação da República, deu lugar ao 8º Batalhão. Conta-se que no mesmo espaço havia duas pequenas casas e em uma delas teria nascido o Presidente da República Eurico Gaspar Dutra, em 1883. Ele foi o décimo sexto Presidente do Brasil, o único oriundo de Mato Grosso.

Em 15 de maio de 1911 foi lançada a pedra fundamental da construção do Palácio da Instrução. Ali tiveram funcionamento a 1ª Escola Normal e o Liceu Cuiabano.

Grande Hotel: imponente obra do Estado Novo de Vargas em Cuiabá

Atrás da Igreja Matriz, na esquina que liga a Rua Joaquim Murtinho à Avenida Getúlio Vargas, um belo prédio de varandas circundadas por arcos abriga hoje a Secretaria de Estado de Cultura. Em 1940, ali começava a ser erguido o Grande Hotel, uma das obras oficiais que vieram junto à política de modernização do Estado Novo do então presidente Getúlio Vargas.

Varandas, pátios e 38 quartos, todos desenhados por uma arquitetura de linhas retas, geométricas e elegantes, típicas do estilo Art Dèco, bastante utilizado nas obras do governo de Getúlio.

Durante seu período áureo, o Grande Hotel hospedou muitas personalidades da época, como Emilinha Borba (rainha do rádio), Ângela Maria, Procópio Ferreira, o próprio presidente Getúlio Vargas, dentre outros. Ali, os bailes de carnaval no salão de festas e pelas varandas eram muito concorridos pela sociedade cuiabana.

Duas décadas após sua construção, nos anos 1960, o Grande Hotel deixou de funcionar.

Casa Barão de Melgaço é o retrato típico da sociedade colonial cuiabana

Um casarão que aos padrões atuais nada tem de exuberante, a Casa Barão de Melgaço, localizada no Centro Histórico de Cuiabá, esquina da Rua de mesmo nome e da Voluntários da Pátria, é um retrato típico das moradias da alta sociedade da Cuiabá colonial.

Estima-se que a casa foi construída entre 1.775 e 1.777. A partir de 1.843 lá morou uma importante figura da história de Mato Grosso que daria nome tanto à casa quanto à rua, o Barão de Melgaço.
Marinheiro e intelectual francês de Saint Malô, Auguste Leverger, o Barão, chegou a ocupar a nobreza no período imperial e também a presidência da Província de Mato Grosso.

Casa foi lar de 14 dirigentes de MT e palco de grandes decisões políticas

A partir de 1.937, quando se instalava no Brasil o chamado Estado Novo de Getúlio Vargas, Mato Grosso tinha como interventor Júlio Strünbing Müller, em cujo governo foram realizadas as mais importantes obras arquitetônicas do período. Entre elas, a Residência dos Governadores, localizada na Rua Barão de Melgaço, atrás da Prefeitura Municipal.

Durante 45 anos, a residência foi o lar de 14 dirigentes do estado de Mato Grosso e de suas famílias. A casa foi palco de importantes encontros e grandiosas decisões políticas.

O projeto foi elaborado por Humberto Kaulino, seguindo o estilo moderno de arquitetura que ia surgindo no Rio de Janeiro na década de 30, a qual tinha inspiração californiana e pinceladas do antigo barroco.

Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, ícone da religiosidade cuiabana

Construída por volta de 1730, nas proximidades do garimpo que daria origem a Cuiabá. Estratégica, ocupa um ponto alto da cidade e pode ser vista em destaque nas primeiras imagens da paisagem urbana de Cuiabá.

Seu exterior singelo dissimula a beleza rebuscada do interior. Altares esculpidos em madeira e pintados em cores fortes, ouro e prata contrastam-se com a simplicidade das janelas de madeira.

Com um estilo que transita entre arte barroca e rococó, a igreja foi tombada pelo patrimônio histórico e artístico nacional em 1975. Com suas histórias e encantos, a Igreja tornou-se tradicional e muito popular entre os cuiabanos.



Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho: a nossa “Notre Dame”

Linda, imponente e vista de diversos pontos de Cuiabá. Essa é a igreja Nossa Senhora do Bom Despacho, localizada no alto do Morro do Seminário, ao lado do Seminário da Conceição. Sua construção data de 1918. Porém, a obra foi edificada sobre a antiga Capela do Bom Despacho, construída em 1858.

A igreja tem estilo neogótico e o projeto foi concebido pelo engenheiro Georges Mousnier, o Conde de Manoir, e fora considerado à época muitíssimo suntuoso.

A Nossa Senhora do Bom Despacho tem um grande acervo de vitrais e uma destacada rosácea na fachada principal. As telhas de ardósia foram trazidas da Bélgica.

Parte dos vitrais foi destruído e o interior, inicialmente de tijolinhos aparentes, estava se desmanchando e acabou recebendo revestimento em uma das restaurações. Atrás do altar ainda é possível ver a beleza dos tijolos à mostra com vitrais.

A igreja foi tombada como Patrimônio Cultural Estadual Edificado no ano de 1977.

Igreja Senhor dos Passos: cheia de prata e lendas

Um português de nome José Manuel é considerado morto depois de um ataque de catalepsia. Acorda e consegue escapar de sua cova. Ao “ganhar a vida” novamente, agradece com a promessa de pedir esmolas até ter dinheiro suficiente para construir uma igreja. E assim foi erguida uma capela, por volta de 1792, que seria transformada na Igreja do Senhor dos Passos.

Pequena, singela, discreta e encantadora, a Igreja do Senhor dos Passos cheira a história e é um dos mais belos prédios do movimentado Centro Histórico de Cuiabá, apesar de não ser tão popular quanto outras igrejas.
Sua arquitetura é típica das igrejas do período colonial. Outro personagem que ilustra a história da Igreja é “Totó-Onça”, antigo sineiro. Ele ficou famoso por fazer da torre seu pequeno mundo e nunca conseguir badalar os sinos nas horas certas.



Igreja Presbiteriana: uma grande joia no centro da cidade

A antiga construção de tijolinhos à vista, sufocada no meio do movimentado comércio da Avenida 13 de Junho, é o templo da Igreja Presbiteriana de Cuiabá, a primeira igreja evangélica de Mato Grosso.

Sua construção data de 1921 e é um toque de beleza histórica em meio a tantas lojas, carros e movimentação da região.
No local antes houvera o primeiro cinema da cidade, o Cine Mundial dos Irmãos Dorsa, que pouco durou devido a um incêndio.
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