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CRÍTICA PALCO GIRATÓRIO

Espetáculo é marcado pela riqueza de personagens que ensinam receitas de bolo e transformam-se em vedetes

13 Mai 2013 - 10:29

Raquel Mützenberg - Especial para o Olhar Conceito*

Foto: Divulgação

Espetáculo é marcado pela riqueza de personagens que ensinam receitas de bolo e transformam-se em vedetes
Recebendo o público na plateia na sexta-feira (10) no Sesc Arsenal e orientando as pessoas a desligarem os celulares, o ator Heinz Limaverde já cativa com seu físico de palhaço “Augusto” – atrapalhado e desajeitado. “-Estou pronto”, e começa o monólogo. Suas palavras são macias com a simpatizante voz rouca . O grandalhão parece não ter um texto decorado, tudo sai com a mesma verdade e naturalidade de cada cena da peça – em sua grande maioria extraídas da vida do ator ou de grandes amigos, mas sempre buscando elementos circenses. 

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De receitas de bolo teatralizadas na infância a números de vedetes de teatro de revista. Heinz traz uma riqueza de personagens, todos acompanhados por uma sonoplastia operada por ele mesmo no palco, assumidamente. Mulher barbada, palhaço, mágico, cantor. Tudo é muito engraçado no corpo do ator, que ousa uma transição de cena bem demorada para se montar de vedete com salto e corpete. É hilário e emocionante, risos e lágrimas se confundiam no rosto da plateia.

Algumas cenas são demoradas demais, o espetáculo às vezes pede um ritmo mais acelerado para não perder certos momentos de catarse do público. No entanto, todos os elementos estão orgânicos ao ritmo de Heinz.

Destaque para o palhaço Azia, que foi um número criado para ser apresentado em uma casa de rock em um dia que o ator estava extremamente cansado e desanimado. Surgiu um palhaço mal humorado e estressado, que carrega uma tampa de privada no pescoço.

Este é mais um espetáculo do Palco Giratório que contempla o tema memórias em seu processo de criação. A Cia Rústica já tem o assunto em outros trabalhos e este é o primeiro idealizado por Heinz Limaverde. O ator disse à plateia depois do espetáculo que a criação do texto foi uma troca intensa em sala de ensaio com a diretora Patrícia Fagundes.

A Cia costuma “gastar” seus espetáculos apresentando em espaços que abrigam pessoas em situação de vulnerabilidade social, presídios e demais instituições, no intuito de ganhar experiência de cena e ritmo com a peça e sentir como o espetáculo é recebido pelo público.

“O Fantástico Circo-Teatro de um Homem Só” estreou em 2011 e circula este ano pelo festival Sesc Palco Giratório 2013. 

A Cia Rústica alimenta um blog com várias curiosidades sobre o espetáculo. Quem tiver interesse, acesse: http://ofantasticocircoteatro.wordpress.com



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