O FIFA Fan Fest, durante o jogo do Brasil, superou não só a expectativa de público, como também de diversidade. O futebol geralmente vem acompanhado de conceitos tradicionais de família, religião e comportamento. Mas nesta terça-feira (17), enquanto o Brasil jogava contra o México, via-se claramente que o país havia ultrapassado, pelo menos por aquele momento, os preconceitos e tronava-se um, sendo vários.

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Todos os tipos de pessoas andavam pelo amplo espaço, a maioria vestindo o verde e amarelo brasileiros. Mas era possível identificar mexicanos, coreanos, russos, australianos, japoneses, dentre tantos outros. Também era possível ver famílias com crianças, com os sobrinhos, casais, solteiros, grupo de amigos, pessoas que se conheciam naquele momento e, torcendo juntos, interagiam como se conhecessem há muito tempo.



E, no meio de 43 mil pessoas, um recém-nascido captava pela primeira vez a festa ao seu redor. Era seu primeiro mês de vida e, também, sua primeira Copa do Mundo. E não qualquer uma, mas o mundial que ficaria conhecido como do Brasil em todos os sentidos. “A única coisa que faltou foi um gol de presente pro bebê!”, disse uma das mães da criança, Jéssica Massis.

Jéssica e Sandra Azevedo estão juntas há mais de um ano e, há pouco mais de 10 meses, decidiram ter um filho juntas. Jéssica foi quem ficou grávida e agora as duas são as mães orgulhosas de um dos torcedores mais novos do Brasil. Junto com amigos e familiares, assistiam ao jogo no telão do Fan Fest, o que causou muita frustração entre elas.



“O jogo não foi bom, faltou o gol!”, dizia Jéssica, agitada. Mas apesar da raiva momentânea pelo empate, ambas elogiam o local. “Mesmo com um bebê de um mês e um público grande desses, estamos achando aqui [Fan Fest] tranquilo. Dá pra vir com a família assistir o jogo sem medo de brigas e essas coisas”, finalizou.

Esta era a opinião de outros pais com um bebê. Trata-se de Tamire Carneiro e Ronan Castro, que assistiam o jogo com sua filha Juliana. A menina usava faixa verde e amarela na cabeça e sorria com toda a movimentação do público. Mais calmos que o outro casal, Tamire afirmou que foi um bom jogo, mas que faltou somente um gol pra ficar melhor.



“Nossa, assim eu vou morrer do coração”, gritava outro torcedor durante a partida. O profissional da alimentação Pedro Antunes foi ao FIFA Fan Fest pela primeira vez nesta terça (17) e disse que pretende trazer toda a família para os próximos jogos. “É muita adrenalina assistir ao jogo do Brasil, ainda mais no meio de tantos torcedores. É emoção demais!”, disse.

Moda da Copa

Entre a diversidade abundante de pessoas, os verde, amarelo e azul foi reiventado por cada um. Nas crianças, está nos penteados, nas faixas para cabelo e nos chapéus grandes. Nos adultos, ganham ar de balada combinado com saias paetês, dentre outros assessórios.

Os ditos “fashonistas” abusavam mais da criatividade, combinando a camisa da seleção brasileira de forma mais ousadas. Alguns usavam coroas de flores, outros raspavam a lateral do cabelo com formas geométricas e combinavam com um chapéu temático.



Ou seja, na FIFA Fan Fest tinha gente de todas as idades, embora a maioria fossem brasileiros. Mas era um Brasil despido de preconceito, com vários tipos de famílias, pessoas, orientações sexuais, formas de falar, de torcer. Mas na ocasião, os olhos não julgavam ninguém de cima abaixo, pois todos estavam voltados para o telão, vibrando com os jogadores da seleção, querendo um gol tanto quanto quem estava em campo.