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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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HORA DE ALEGRIA...!

Entre internet e tecnologia, circo tem boa média de público em MT, sobrevive e continua a alegrar crianças

Foto: Fotos Ronaldo Pacheco / Olhar Direto

Apresentações do palho Alegria, sempre interessante, está entre os pontos altos do Circo Las Vegas

Apresentações do palho Alegria, sempre interessante, está entre os pontos altos do Circo Las Vegas


Eram quase 21 horas da última sexta-feira (19/06) quando Giovani Robattini, gerente geral do Parque e Circo Las Vegas, em Várzea Grande, deu início ao espetáculo, para cerca de 100 espectadores, na platéia. Se comparados aos bons tempos - décadas de 1950 até 1980 - em que recebia no mínimo 400 pessoas por sessão, o número é tímido. Para os dias atuais, todavia, concorrendo com internet, cinemas e outras tecnologias, um bom índice.

Instalado há menos de duas semanas no antigo Largo do Ipase, que já foi palco da extinta Feira Comercial e Industrial de Várzea Grande (Feicovag), e atualmente abriga a Justiça do Trabalho, o Parque e Circo Las Vegas é um dos poucos que consegue funcionar "no azul". E Robattini, que há 49 anos vive no circo, tem a explicação na ponta da língua: "somos um circo formado por uma família. Praticamente todos são parentes e, então, têm no sangue o compromisso de dar o melhor de si, em nome do coletivo".

Outra inovação: o circo possui um parque em sua área de abrangência, com direito a roda gigante, canoa pirata e carros bate-bate, entre outros brinquedos. O gerente geral explica à reportagem do Olhar Direto que é justamente para se manter vivo em pleno século 21, em um mundo de avanços tecnológicos, como cinemas ultramodernos em seis dimensões e videogames de última geração, além do instigante mundo virtual - na internet.

"A arte milenar do circo mostra que ainda tem seu espaço. Os espetáculos atraem multidões por onde passam. As atuações de palhaços, ‘globo da morte’, acrobatas e mágicos, entre outros artistas, despertam o riso e curiosidade de crianças e adultos", ensina Robattini. "Com uma vantagem primordial, poder interagir com público e perceber no mesmo instante a reação no rosto de cada um dos presentes", emenda o gerente geral.



"Nosso único trunfo para abrilhantar o espetáculo e concorrer com a enxurrada de aparatos tecnológicos são os efeitos de luzes, que ajudam o espectador a entrar no clima do número no picadeiro", ensina a subgerente Helena Robattini, com décadas de experiência. Ela explica que a temporada em Várzea Grande era pra ser curta - 30 a 40 dias, mas a boa resposta do público para o Parque e Circo Las Vegas mostra que a Cidade Industrial mantém viva a apreciação pelas apresentações.


O circo recebe em média quase duas mil pessoas por semana, em seis apresentações de quarta a domingo, em Várzea Grande. São cerca de 20 pessoas, entre técnicos de som e iluminação, vendedores, montadores de estrutura, e 11 artistas. “Todos sabem que o circo é uma arte milenar que não pode ser substituída por nada. É claro que como tudo tem suas mudanças e inovações, mas a essência é a mesma”, observou a acrobata e mágica Stefany Moreira, 23 anos, uma espécie de 'faz tudo' - desde mágica até venda de cachorro quente.

Ponto alto dos espetáculos, a performance dos palhaços é a preferida da criançada. O palhaço Alegria é responsável pela interação com o público. Uma das esquetes mais aplaudidas é sob o som da trilha sonora de "A Pantera Cor de Rosa", onde, sem mencionar sequer uma palavra, utilizando apenas gestos e um apito, arranca risos de crianças e quase todos os adultos.

Giovani Robattini é a quarta geração de artistas circenses da família, no Las Vegas, que se originou na primeira metade do século 20, em São Paulo. Já foi malabarista e passou praticamente todos os municípios brasileiros com mais de 30 mil habitantes.

Atualmente, Robattini se dedica à organização administrativa e financeira. Ele não é mais artista, porém, fica quase o tempo todo no palco, dando ordens.

Os estudantes Nathan Ronaldo, 15 anos, e Brenno Ronaldo, 13, saíram apaixonados pelo palhaço Alegria. "Eles sabem fazer a gente rir espontaneamente. Quem não ri, vive mal", sentencia Nathan Ronaldo. Os irmãos também gostaram dos brinquedos, em especial do carro bate-bate.

“As crianças de hoje precisam disso. Dessa interação e ver o palhaço e resgatar as antigas brincadeiras. Elas ficam muito no computador”, avaliou a dona de casa Rosangela Scolari, 46, oriunda de uma época em que o circo, em cidade pequena, sempre era a principal atração.

Os artistas circenses levam sua família para onde vão, por isso cada uma tem seu trailer. “Moramos bem. Temos tudo que precisamos”, ponderou o sonoplasta João Batista da Silva Robattini.  

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