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Terça-feira, 16 de abril de 2024

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Fora dos padrões

10 coisas que aprendi viajando por 60 países

O quadro Brasileiros Viajantes, que estreamos por aqui há umas semanas, tem trazido testemunhos incríveis de brasileiros que decidiram deixar o nosso país rumo a realidade nova, desafiadora e enriquecedora. Alguns decidiram mudar de país para sempre, outros pensam regressar num futuro próximo e há ainda os que preferem não fazer planos (relembre todas as histórias aqui). Mas hoje a proposta é um pouquinho diferente – um brasileiro que não mudou de país, mas que escolheu uma profissão que o fez passar por vários, conta o que aprendeu com essa vida itinerante.

Viajar é a única coisa que você compra que te deixa mais rico. Esse é meu lema. Tive a sorte de poder viajar por 60 países ao redor desse mundão lindo onde vivemos. O que me permitiu ter essa experiência maravilhosa e enriquecedora foi ter trabalhado como comissário de bordo em uma empresa aérea dos Emirados Árabes. Como os “layovers” eram curtos, nas minhas férias eu também viajava, para poder aproveitar e conhecer mais. O melhor presente que alguém poderia me dar não é uma roupa de marca ou um carro importado, mas uma passagem para um lugar novo.

1. Não dar ouvidos a comentários preconceituosos sobre pessoas e lugares
Os franceses são mal educados e não tomam banho. Os russos são frios. Quantas vezes você já não ouviu isso da boca de quem viajou para esses países? Não é de todo verdade. Pessoas grossas existem em todo lugar. Pessoas extremamente cordiais, também! Me lembro que uma vez, em Paris, um homem se aproximou de mim ao ver que eu – a pessoa com o pior senso de direção do mundo – olhava intensamente para um mapa, e perguntou: você está perdido? Posso te ajudar?

Outra vez, em pleno inverno moscovita, uma russa que me guiou até o metrô não me deixou comprar a passagem e insistiu que eu usasse o seu cartão para passar pela roleta.

2. Aprender algumas palavras no idioma local pode te levar longe
Um grande obstáculo que impede muitas pessoas de viajar é o idioma. Ninguém precisa ficar fluente em árabe para ir ao Egito, mas saber palavras e expressões básicas como “por favor” e “obrigado” pode ajudar muito. Não apenas pelo simples fato de que as pessoas te entenderão, mas também porque elas sentem uma satisfação muito grande em ver que um estrangeiro se esforça para falar sua língua e podem até se dispor a se esforçarem ainda mais para ajudar.

3. Viajar também é sair da sua zona de conforto

A Europa tem lindos museus, Miami é o paraíso das compras, mas o mundo não é só isso. No mundo também tem sujeira e pobreza e eu acredito ser importante participar de tudo isso. Muitas pessoas me questionaram quando resolvi ir de férias para a Etiópia. “Como assim?”; “Quem vai pra lá?”; “Lá não tem nada”. Não me arrependi nem um pouco, foi uma das melhores experiências que já tive. É um país lindo com uma cultura riquíssima e um povo hospitaleiro. Quando visitamos um país muito pobre, contribuímos para a economia local e temos a oportunidade de ajudar a quem precisa. Uma boa opção é encher a mala de roupas que você não usa mais e que pode doar. Fora isso, voltamos para casa com um sentimento de gratidão imensa pelo que temos, que pode não ser muito, mas é mais do que a maioria dos mais de 7 bilhões de pessoas na Terra sonha em ter.

4. Mais vale só um carimbo no passaporte do que dois voando

Ter trabalhado como comissário de bordo me proporcionou a chance de viajar muito, mas muito mesmo. Você, ao ler o título desse post, talvez tenha pensado: “nossa, ele conhece 60 países?”. A resposta é não. Alguns países eu tive a sorte de conhecer sim, passando vários dias explorando sua cultura, mas os horários apertados dos voos me permitiam ficar apenas um ou dois dias nos destinos. Posso dizer que VISITEI 60 países, mas não que conheço todos. Por que não passar 20 dias em um só país ao invés de passar apenas 4 dias em 5 países? Conheça a cultura, o dia a dia da população. Veja o país pelos olhos de um local, não de um turista.

5. Experimentar faz bem
Quantas vezes deixamos de experimentar algo (por exemplo, uma iguaria local) por preconceito? Uma coisa é verdade – se você não gostar da comida que experimentou, nunca mais precisa colocá-la na boca. Mas se gostar, pode ser um prazer que você terá pelo resto da vida. Ah, e também terá histórias interessantes para contar. Uma dica: os escorpiões de Bangkok são uma delícia!

Se não acredita, dá uma olhada no vídeo abaixo:



6. Encarar um medo pode ser difícil, mas a recompensa é enorme

Medo todos nós sentimos, mas a adrenalina pode ser uma das melhores sensações para o ser humano. Arrisque-se, tente, experimente. Quanto maior a emoção, melhor a lembrança de uma viagem e mais tempo ela ficará na sua memória (caso esqueça sua câmera).

7. Misture-se com os habitantes locais
Não há melhor maneira de se imergir em uma cultura do que passar tempo com os locais. Vá a restaurantes onde a língua local é falada, não à pizzaria em frente ao Coliseu, que mais parece uma sala de conferências da ONU com 7 idiomas sendo falados simultaneamente e onde os preços são altíssimos. Se possível, saia para passear com um local. Fuja dos lugares turísticos e veja como a vida das pessoas realmente é.

8. Fugir dos clichés pode te surpreender positivamente
Nova York, Londres, Buenos Aires. Todas são lindas cidades, mas será que só porque são destinos mais populares são os melhores? Por que não ir conhecer o Lago Rosa, no Senegal, por exemplo? Nunca ouviu falar? Nem eu, até ir pra lá e ver de perto. E olha, ganha da Estátua da Liberdade.

9. Não, a sua cultura não é o padrão de comportamento
Você acha nojento os indianos comerem arroz com as mãos? E por que você pode ir a um fast-food e comer batata frita do mesmo jeito? Por favor, não diga que é “normal” usar os dedos para comer as batatinhas. É normal para você. No Japão, nunca dê gorjeta, por melhor que o serviço seja. O garçom pode se ofender, pois para ele o salário que recebe já é reconhecimento suficiente. Pode parecer estranho para nós? É claro que sim, mas julgar o comportamento alheio tendo o seu como correto é sinal de uma mente fechada.

10. Somos todos terráqueos

Seu passaporte diz apenas por qual país ele foi emitido, não quem você é. Nem que você precisa ficar no seu país para sempre em sinal de lealdade. É evidente que cada povo tem sua cultura, costumes, idiomas e crenças e que tudo isso está diretamente ligado ao país onde esse povo vive. No entanto, há muitas diferenças dentro de um próprio país, como no caso do Brasil. Há até diferenças culturais entre um bairro e outro em São Paulo! Até que ponto será que um passaporte nos define? E se começássemos a nos ver apenas como coabitantes de um mesmo planeta? John Lennon já dizia: e se não houvesse países? Afinal, vista de cima, a Terra não tem fronteiras.
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