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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Após oito anos, Padaria do Moinho abre parcialmente as portas e mostra que é diferente de tudo que há em Cuiabá

Foto: Danilo Bezerra / Olhar Direto

Padaria Do Moinho

Padaria Do Moinho

Demorou oito anos para ficar pronto, mas o resultado da Padaria do Moinho é de algo jamais visto em Cuiabá. O simbolismo diria que tudo conspirou para que desse certo: o moinho de vento, símbolo do local, se parece com o símbolo japonês do número oito, o hachi( 八), que é também o número da sorte dos orientais. Os moinhos de vento holandeses têm oito pilastras, e o sobrenome do proprietário da padaria, “Kokura”, é também nome de uma lei que, no Japão, é o oposto da lei de Murphy: tem tudo para dar errado, mas dá certo.

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E foi desta forma que, depois de oito anos de construção, no dia 08/08 às 08:08 da noite a padaria abriu as portas, contrariando todas as expectativas. “Diziam que Cuiabá não suportaria uma obra deste porte, diziam que a localização era ruim, que era loucura construir algo deste tamanho”, conta o proprietário que, no terceiro dia após a inauguração para o público, e mesmo sem nenhuma forma de anúncio, (na sexta-feira a padaria foi aberta apenas para funcionários) já está preocupado com o grande número de pessoas que estão visitando o local.

Ele conta que o objetivo de seu negócio não é o lucro, mas sim o trabalho bem feito e a oportunidade de levar cultura e conhecimento a pessoas que não teriam acesso a isso em outros lugares de Cuiabá. Dentro da padaria estão peças de decoração e produtos da Alemanha, Itália, Holanda, França e diversos outros lugares do mundo, mas o proprietário não quer que o ambiente se torne uma casa de exceção: “Aqui tenho produtos que custam desde centavos até milhares de reais. Meu objetivo é que as pessoas vejam coisas que nunca viram na vida, e fiquem maravilhadas”, conta.

E as maravilhas começam a partir do momento em que se cruza a porta. São 3000 m² divididos entre um mercado (também chamado de empório), uma lanchonete e um restaurante. No empório são encontrados biscoitos holandeses, uma ilha de temperos de todo o mundo, sabonetes italianos (que chegam a custar R$13 a unidade), as melhores escovas de dentes, um espumante austríaco com lascas de ouro (R$350), vinho português servido na talha, como faziam na época em que ainda não existia o vidro, caixinhas de música alemãs, porcelanas italianas, aparelhos de extração de café japoneses e muito mais. O que é exótico convive com alfaces, capuccinos de marcas brasileiras e até sucos congelados de R$1. Como afirma o proprietário, o lugar é para todo tipo de pessoa.



Inovações

Um dos ícones da loja é a adega de vinhos especiais. Dentro de uma caixa de vidro, os vinhos ficam protegidos por uma camada que bloqueia raios ultravioleta, já que os raios solares são prejudiciais à qualidade do vinho. Com um toque no botão touch-screen, uma lâmpada de LED se acende e vinhos de até R$120 mil aparecem do lado de dentro. Além dele, conhaques e diversas outras bebidas refinadas.



Outra inovação é a tela que dá dicas de listas de compras. É só clicar em “sugestão de compras”, escolher o tipo de evento entre “Festa de aniversário infantil”, “churrasco”, e outros, e a lista aparece. Existe também a opção de procurar receitas e seus ingredientes. Tudo isso pode ser impresso para a comodidade dos clientes.

A primeira loja verde do estado

A padaria se intitula como uma loja verde, e as evidências disso começam em seu nome. O moinho do vento que faz parte da decoração externa realmente funciona, gerando energia eólica para o estabelecimento, com capacidade de 50 kVA de energia. A iluminação é quase totalmente natural durante o dia. As lâmpadas possuem sensores que medem a luz que está entrando, e só iluminam o necessário de acordo com a claridade do momento. As paredes são de silício calcário e não de cimento, que é um grande poluente. Do lado de fora, o revestimento é feito de PVC para evitar o uso de tintas, que também agridem o meio ambiente.

O forro da padaria não pega fogo e não solta fumaça tóxica. Toda a madeira utilizada é madeira de reflorestamento, e a Padaria do Moinho possui poucas Lixeiras: “O objetivo é conscientizar a pessoa de que o lixo que ela produz é dela. Essa é uma ideologia dos japoneses, que estamos tentando trazer pra cá”, comenta o proprietário. As poucas lixeiras disponíveis trazem as cores da reciclagem, e possuem filtros para que as pessoas só joguem lá o que realmente deve ser jogado. Pensando na segurança, o estabelecimento possui 19 portas de saída de emergência e portas anti-pânico.

Lanchonete

A lanchonete ainda está trabalhando com cardápio reduzido e poucas pessoas podem entrar por vez. Isso porque o processo de “Soft Opening” é apenas para apresentar o local para os clientes, mesmo antes da abertura total.

Quando começar o atendimento normal, ela vai trazer comidas especializadas e também vai vender cafés ornamentais, produzidos em processos de “slow food”, como o processo do Sifon.



Um diferencial do local é que na lanchonete e no restaurante não serão servidas bebidas alcoólicas. “Porque é um ambiente para família. Nenhuma mãe quer levar o filho para um local onde haja bebida alcoólica”, explica o proprietário, que não se importa em perder clientes se for para defender essa causa.

Restaurante

O restaurante fica no segundo andar e serve almoços por kilo. O preço é abaixo de R$60 e traz comidas exóticas, como carne de jacaré: “Se fosse colocar à la carte ficaria mais caro, e meu objetivo é que todos possam apreciar. Se a pessoa quiser experimentar o jacaré ela pega um pedacinho e coloca em seu prato, e pronto”, comenta o dono da padaria.

A decoração é feita com discos antigos, quadros com recortes de jornais que marcaram a história da humanidade e artigos de todos os países: o lustre é da Espanha, o relógio é da Alemanha, os cucos também da Alemanha.



O proprietário queria trazer aspectos naturais para a decoração sem o problema de criar insetos. Para isso colocou galhos, capim colonial e triforme dentro de um vidro, como se fosse um fóssil. Este vidro "recheado" envolve o ambiente do restaurante.

Uma novidade é que no futuro a parte debaixo do moinho abrigará um ambiente com baixa temperatura (cerca de dez graus), que será reservado para comemorações. O cliente poderá apreciar a gastronomia e - ali sim - bebidas como se estivesse no Sul ou em outro país. 

Empreendimento

A padaria do Moinho foi financiada por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, do Banco do Brasil. O estabelecimento vai gerar mais de 200 empregos para a cidade, e agradar milhares de clientes.

Vale lembrar que a Padaria está aberta apenas em fase de teste. O atendimento é reduzido e quem foi visitá-la deve ter paciência para aguardar nas filas se quiser ir a lanchonete ou ao restaurante.

O horário de atendimento é de segunda a segunda, das 06h às 23h. Confira o SITE oficial e o FACEBOOK da padaria. A padaria fica na Avenida F, número 88, Bairro Bosque da Saúde.

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