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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Escritor lança livro sobre a colonização de Mato Grosso na Casa Barão de Melgaço

Escritor lança livro sobre a colonização de Mato Grosso na Casa Barão de Melgaço
Para aqueles que estão procurando atividades culturais para começar a semana, nada melhor do que um lançamento de livro com a história sobre a colonização de Mato Grosso. O livro em questão é o "Mato Grosso: A Colonização que Deu Certo", do paranaense Olívio Beltrão, de 76 anos.

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A obra apresenta uma verdadeira aula de história narrada em 320 páginas. O lançamento será nesta segunda-feira (22), às 19h30, na Casa Barão de Melgaço, sede Academia Mato-grossense de Letras (AML) e Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT). O livro conta o drama e a ousadia de pessoas e famílias que, entre contratempos e dificuldades, persistiram e apostaram na terra.

"Emoldurado pelas duas mais importantes bacias hidrográficas do continente sul americano, e por caudalosos cursos d'água do solo brasileiro, a exemplo dos rios Cuiabá, Paraguai, Araguaia, Guaporé, Xingu e Juruena", assim o autor discorre sobre o território do estado de Mato Grosso, onde, na segunda metade do século XIX, possuía mais de 1,5 milhões de km², nos quais ainda se incluíam os rios Madeira e o Paraná.

A obra é um rico documento com histórias pitorescas como a de um topógrafo chamado Aureliano, que no desbravamento de Mato Grosso, com a construção da rodovia Cuiabá/Santarém (BR 163), foi atacado por índios, com flechadas, e precisou ser atendido por um helicóptero vindo de Florianópolis (SC), devido o difícil acesso socorrista.

Entre um capítulo e outro, sempre permeados por fotos, Beltão conta a saga da origem de municípios que hoje são grandes forças econômicas, por pessoas que saíram principalmente das regiões Sul e Sudeste do país. Um exemplo disto são os sócios Ênio Pepino e João Pedro Moreira de Carvalho, que implementaram a Sociedade Imobiliária do Noroeste do Paraná (Sinop), nome que leva o mesmo do município mato-grossense.

Com a verve cultural, Beltrão é experiente orador e palestrante, tendo atuado em diversos temas, a exemplo de clima, qualidade da terra, financiamento e tantas outras áreas. Declamador nato, já produziu inúmeros poemas, sem, nunca tê-los publicado em livro.

Serviço

Lançamento do livro Mato Grosso: A Colonização que Deu Certo", de Olívio Beltrão
Local: Casa Barão de Melgaço
Data: Segunda-feira (22)
Horário: 19h30
Endereço: Rua Barão de Melgaço nº 3869, Centro

Agenda da Academia Mato-Grossense de Letras

Dia 22 setembro - lançamento do livro de Olívio Beltrão
Dia 25 setembro - lançamento do livro de Cristina Campos
Dia 30 setembro - posse da poeta Lucinda Persona na cadeira 04
Dia 15 outubro - lançamento do livro da SEJUDH
Dia 23 outubro - lançamento do livro da poeta Stéfanie Medeiros
Dia 31 outubro - posse da poeta Marta Cocco na cadeira 18

Veja abaixo o que o Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT) e membro da Academia de Letras, João Carlos Vicente Ferreira, escreveu sobre a obra de Beltrão:

Olívio Beltrão

O paranaense Olívio Beltrão, empreendedor, executivo, poeta com alma de historiador e cronista, certamente se tornou, com suas pesquisas e escritos, uma importante referência bibliográfica da moderna ocupação territorial de Mato Grosso.

Este livro de texto coloquial é dedicado à colonização de nosso Estado, e deve ser lido com a mente voltada para as décadas de 1970/80, tanto em questões políticas quanto econômicas e sociais, para que sua compreensão seja mais proveitosa.

Vivíamos um período diferente. Impensável nos dias atuais, notadamente pelas questões ambientais, etnográficas, sociais e especialmente políticas. Estamos numa época em que o Congresso Nacional, diante de monumentais passeatas nacionais se sentiu acuado diante da então provável aprovação da PEC-137 - proposta de emenda constitucional que suprimia direitos do Ministério Público. Hoje seria impossível construir uma Rodovia BR-163 e, em suas laterais milhares de propriedades agrícolas e algumas dúzias de cidades e povoações. Não conseguiríamos, no entanto, estamos aí, na ponta. Somos o maior produtor de grãos do país. De carne também. Temos ótimos IDHs e confiança no futuro que se descortina com Céu de Brigadeiro.

Um fator que empurrou Mato Grosso em busca de crescimento foi a perda de território para constituição do Estado de Mato Grosso do Sul, em 11 de outubro de 1977, através da Lei Complementar n° 31, assinada pelo presidente Ernesto Geisel. Importante registrar que essa divisão sempre teve embates e acaloradas discussões ideológicas desde fins do século XIX. No entanto, o sul do então "Mato Grosso Uno", clamava para si os fatores de progresso econômico, baseado numa Campo Grande moderna e progressista em detrimento de uma Cuiabá sem infra estrutura para ser capital.

Velho sonho do Marechal Rondon e de outros ilustres matogrossenses, a Cuiabá-Santarém, com extensão de 1750 km, sendo que 793 km em território de Mato Grosso, foi o ligamento vinculatório inextricável para o sucesso do movimento colonizador ocorrido nas décadas de 1970/80. Beltrão lembra a saga dos irmãos Mário e Renato Spinelli e o trabalho reconhecido pela União em projetar um "picadão" naquilo que se transformou no projeto definitivo da 163, a rodovia que agregou e permitiu a vinda e estabelecimento dos milhares de colonos sulistas.

Foi a combinação desejada aos que queriam pôr mãos à obra, tomar iniciativas, ocupar os espaços que estavam em germe, em estado rudimentar e embrionário. Àqueles que queriam e transformaram sonhos em realidade. Que deixaram seus parentes, amigos e o chão em que nasceram e se dispuseram a trabalhar numa terra nova, sem intermitência.

Olívio Beltrão trata de nos apresentar ou rememorar personagens que fizeram este "Novo Mato Grosso" construído nos últimos quarenta e poucos anos. Não conseguiríamos êxito sem a presença em selva do Coronel Meirelles e todo seu efetivo do 9° BEC, dos Irmãos Villasboas e sua compreensão etnográfica; das ações políticas de nossos governantes da época: Fragelli, Garcia Neto, Frederico e Júlio Campos; os nossos abnegados educadores Louremberg Rocha e Osvaldo Sobrinho; dos corajosos e destemidos homens do mato, a exemplo de Reveria; dos colonizadores Ariosto da Riva, Ênio Pipino, Zé Paraná, José Bianchini e tantos outros importantes nomes que deixaram gravado na história seus feitos e sonhos.

Nesta obra magnífica de Beltrão vamos nos deparar com informações e fatos inéditos para a construção da história recente de nosso Estado. Certamente o grande interesse que Mato Grosso está despertando, ainda, em todo o País o levoua esta empreitada. Beltrão demonstra de modo irretorquível, categórico e probo, sua vivência com os principais personagens dessa epopéia. Moveu-o a escrever este livro o amor à Mato Grosso, à sua imensidão, à beleza natural e aos lances épicos de sua história.

Lendo este compêndio, o leitor vai compreender que este período profícuo dos anos 1970/80 forjou uma nova história, que agregou ao passado glorioso o ufanismo do presente e a crença e confiança no futuro.

Imprescindível esse livro para o estudo das coisas de Mato Grosso, como estímulo e fonte de conhecimento da nossa sociedade, para se mergulhar na memória histórica de um período demasiadamente importante para a nossa contemporaneidade.


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